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RENATO GORSKI: 80 anos da Libertação de Auschwitz e Birkenau
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80 anos da Libertação de Auschwitz e Birkenau
Renato Gorski
Os campos de concentração estavam localizados a aproximadamente 60 quilômetros a oeste da cidade polonesa denominada Cracóvia, na Alta Silésia, próximos à antiga fronteira entre a Alemanha e a Polônia no período que antecedeu a Segunda Guerra, mas que em 1939, após a invasão e a conquista da Polônia, foi anexada à Alemanha nazista. Na chegada desse inferno acima do portão, podia se ver uma placa com os irônicos dizeres “Arbeit Macht Frei” – “O trabalho liberta”. O holocausto como um todo exterminou 6 milhões de judeus e outras minorias.
A lembrança de Auschwitz e Birkenau é de um lugar de tristeza, reflexão e memória do que se tornou num símbolo do genocídio, terror e Holocausto. Foi criado em 1940 nos subúrbios da cidade polaca de Oświęcim (Auschwitz). Ali os hitleristas mataram durante a II Guerra Mundial centenas de milhares de judeus, polacos, ciganos e russos.
Há poucos dias completou oitenta anos da libertação do traumático e dramático campo de concentração de Auschwitz, onde o complexo dos campos de concentração de Auschwitz foi o maior de todos aqueles criados pelo regime nazista. Nele havia três campos principais, de onde os prisioneiros eram distribuídos para trabalhos forçados e, por um longo período, um deles também funcionou como campo de execuções, composta de Auschwitz I (Stammlager, campo principal e centro administrativo do complexo); Auschwitz II– Birkenau (campo de extermínio) onde os trens de passageiros chegavam e saiam, Auschwitz III–Monowitz. Também tinha uma rede de Campos de Concentração e mais 45 campos satélites. Uma engenharia diabólica de exploração humana e morticínio cruel. Ficavam localizados no Sul da Polônia, quando estava sob dominação dos nazistas da Alemanha na segunda guerra mundial. As tropas russas chegaram em 27 de janeiro de 1945, realizando a libertação dos sobreviventes, poucos meses antes do fim da segunda guerra mundial. Oitenta anos se passaram dessa libertação deste campo de extermínio que viveu os horrores e o extremo abuso dos direitos humanos vividos por um grande contingente de judeus que moravam na Polônia e outros países da Europa.
Pelos registros fotográficos, testemunhos de sobreviventes e pela história podemos relembrar até que ponto chega os horrores da estupidez e agressividade humana, contra outros seres humanos. Conforme o UOL, quando as tropas aliadas entraram no complexo de Auschwitz “encontraram cerca de 7.500 sobreviventes, 350 mil roupas de homens, 837 mil vestidos de mulher e 7,7 toneladas de cabelo humano.” As câmaras de gás haviam sido desativadas em novembro de 1944. A última execução havia acontecido dias antes, em 6 de janeiro: quatro jovens judias haviam sido mortas, acusadas de esconder explosivos. Estima-se que no complexo Auschwitz morreram prisioneiros Judeus: pelo menos 1,1 milhão. Poloneses: 140 mil. Ciganos “sinti” e “roma”: 20 mil. Prisioneiros de guerra soviéticos: pelo menos 10 mil. Outros (homossexuais, prisioneiros políticos, testemunhas de Jeová): entre 10 mil e 20 mil, conforme UOL.
“A era do Holocausto começou em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler e o Partido Nazista/trabalhadores chegaram ao poder na Alemanha, e terminou em maio de 1945, quando as Potências Aliadas derrotaram a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial.” O Holocausto também é às vezes referido como “a Shoah”, palavra hebraica que significa “catástrofe”.
A Polônia fica localizada na Europa Central, por mais que alguns consideravam que Polônia ficasse ao Leste Europeu, hoje a Polônia se considera pertencente a Europa Central. Essa grande planície da Polônia com poucos obstáculos naturais, exceto ao norte no mar Báltico e no extremo sul por uma região de montanhas, a Polônia sempre ficou muito exposta para quem vinha do leste do lado da Ucrânia e Rússia e da Alemanha pelo lado oposto. “A paisagem da Polônia consiste quase inteiramente de terras baixas da planície da Europa do Norte, com uma altitude média de 173 metros, embora os Sudetas (incluindo o Karkonosze) e os Cárpatos, incluindo os montes Tatra, onde se encontra o ponto mais alto da Polónia, o Rysy, com 2 499 m de altitude, formem a fronteira sul. Vários grandes rios atravessam a planície, nomeadamente o Vístula (Wisła), o Óder (Odra), o Varta, e o Bug Ocidental.” Facilidade nos meios de transportes, linhas de trens que chegavam até a entrada do calabouço, no vizinho Campo de Concentração de Birkenau, eram uma armadilha perfeita para aprisionar e acabar com os judeus da época.
Na diáspora judaica os judeus enfrentaram diversos tipos de perseguição pelo mundo, em vários países da Europa. Conforme a enciclopédia do holocausto, o antissemitismo significa preconceito ou ódio contra um judeu individualmente ou contra o povo judeu como um todo. Este ódio foi a base em que germinou o Holocausto. Mas o antissemitismo não começou nem terminou com o Holocausto, ele existe há milhares de anos.
Na década de 1920 o partido Nazista/trabalhadores da Alemanha já propagava o ódio contra os judeus, esse movimento foi crescendo, até quando em 1933 os Nazistas subiram no poder na Alemanha, aí o movimento foi tomando corpo, até virar uma prática comum na Alemanha e se espalhou pela Europa, tendo a Polônia ocupada, como território cobaia para execução dessas atrocidades.
Durante a visita ao museu da Auschwitz que é o próprio local onde aconteceu significativa parte do Holocausto contra os Judeus, a estrutura era grande, pois era um quartel das forças polonesas, que foi ampliado, onde o povo judeu foi saqueado dos seus bens materiais, seus direitos humanos e da sua maneira digna de viver. Da irônica placa da chegada ao campo de Auschwitz “o Trabalho Liberta” foi instalada uma linha de produção de massacre, exploração de trabalhos forçados e extermínio. Através de abuso da capacidade humana de trabalho, de tormento e terrorismo psicológico, maus tratos pela falta de alimentos e condições de vida e higiene. Uma monstruosidade fora da realidade. Nos prédios e salas que está lá até hoje, você consegue ver salas com utensílios, com objetos pessoais que eram tirados dos prisioneiros, de montanhas de roupas, de cabelos, tudo que era possível tirar dos judeus foram tirados. O prisioneiro era forçado a trabalhos forçados por 3 a 4 meses, a pessoa ia definhando, emagrecendo, sumindo do mapa. Por fim eles abatiam a tiro por qualquer motivo ou sem motivos, e encaminhavam para as câmaras de gás de madrugada para os outros prisioneiros não perceberem. A Polônia é um país frio, no inverno as temperaturas ultrapassam 10, 15 até 20 graus negativos na região de Cracóvia. Nesse cenário e contexto os judeus e outras minorias foram esfolados vivos.
Em 1947, a Polônia criou um museu no local de Auschwitz I e II Birkenau, que desde então recebeu a visita de mais de 40 milhões de pessoas de todo mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito em seu cimo o infame frase “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta). Em 1979, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Patrimônio da Humanidade. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas visitam Auschwitz anualmente.
Quando visitei esse complexo em setembro/2023, ouvi os guias que conduzem os visitantes em Auschwitz e Birkenau, ao final da visita, após contarem parte de toda a tragédia e o dia a dia dos prisioneiros, comentam que a história dos campos de concentração na Polônia que foram implantados pelos nazistas, não é bonita. Mas precisa ser contada, relembrada para não ser repetida.
Ao verificarmos os prédios e muitas construções que ainda estão lá, retratando uma história dramática, que foi forçada por um grupo político-terrorista, uma ditadura coercitiva, pelo preconceito contra uma raça, por uma guerra mundial, por um grupo de dominadores que subjugaram a população judaica e outras minorias pelo rolo compressor da arrogância e da tirania.
Por isso que é importante a liberdade de expressão, os meios de comunicação livres de censura, as redes sociais; a liberdade de ir e vir, por que senão quando alguma coisa sai do normal, quando alguma autoridade excede a sua autonomia e prerrogativas, precisa ser repelido, combatido, ser denunciado, ser rejeitado; o excesso de poder concentrado na mão de um único governante ou poder obcecado, como foi o caso de Hitler, de Fidel Castro, de Maduro, de um Ortega, de Putin, de um Kim Jong-un, que podem fazer muitos estragos, pela insensatez e falta de bom senso. Porque se não for repelida a anomalia, pode virar normal e destruir milhões de pessoas, como foi o caso dos Judeus no Holocausto, um estrago irreparável.
RENATO GORSKI é Economista, Consultor Empresarial na área industrial, especialista em gestão tributária, incentivos fiscais Sudam e Sudene, registro de marcas, com atuação em Mato Grosso
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JOSÉ RICARDO CORBELINO: As câmeras corporais e suas divergências
“CÂMERAS CORPORAIS E SUAS DIVERGÊNCIAS”
POR JOSÉ RICARDO CORBELINO
Nos últimos anos, especialmente aqui na capital do Estado de Mato Grosso, as discussões sobre a segurança pública têm ganhado cada vez mais destaque nas agendas acadêmicas, midiáticas e políticas.
Trata-se da divergência sobre a incorporação ou não das câmeras para registro audiovisual das ações policiais. Diferentemente do governo do Estado, os defensores da política afirmam que as câmeras ajudariam a reduzir abusos por parte dos agentes de segurança pública, promover maior transparência das ações policiais, além de contribuir na apuração de crimes, inclusive nos casos de falsas imputações aos agentes de segurança. Ao mesmo tempo, a implementação das câmeras em toda a polícia demanda investimentos significativos em tecnologia e infraestrutura para armazenamento e gerenciamento dos dados, treinamento para que a corporação use as câmeras de maneira eficaz, e, principalmente, vontade política das autoridades estatais para adotar tal mecanismo.
Nesse contexto, temos que o uso de câmeras individuais torna a atividade probatória mais eficaz e acaba por realizar também um tipo de controle da atividade policial ao fazer seu monitoramento, constituindo em mais um elemento de garantia dos direitos individuais, pois tornam a ação policial eficiente, reduzindo os excessos e abusos no uso da força progressiva e até mesmo a necessidade de sua utilização.
Recentemente, após um acalorado debate sobre o polêmico assunto, o ilustre e respeitado Desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri, deixou amplamente expresso que é totalmente favorável ao uso de câmeras corporais acopladas aos uniformes de agentes de segurança, como policiais militares e agentes penitenciários.
Segundo ele, o equipamento tem um papel relevante na inibição de atos de truculência e de violência durante as ações repressivas.
“(…) Eu, particularmente, a minha opinião pessoal é que ela [a câmera] é importante, sim. Isso inibe a violência, muitas vezes a truculência, o exagero na ação repressiva. Então eu vejo com bons olhos as câmeras no fardamento da Polícia Militar (…)”, afirmou Perri em entrevista à imprensa local.
A par desse mesmo entendimento, o combativo Procurador de Justiça do Estado, doutor Domingos Sávio, em sua rede social também enalteceu o uso de câmeras corporais.
Segundo o douto Procurador, “(…) esses profissionais possuem prerrogativas que incluem o uso de força letal, os dispositivos garantem transparência e ajudam a proteger policiais de falsas acusações. Ele reforçou que as gravações são provas confiáveis que favorecem os bons policiais. “As imagens dessas câmeras serão provas idôneas e irrefutáveis a favor do bom policial. Além disso, as câmeras auxiliam na obtenção de provas criminais e no combate a abusos. O procurador explicou que esses dispositivos previnem condutas impróprias e protegem a sociedade (…)”
Comungando dessas sábias opiniões, as câmeras podem servir como solução tecnológica para aumentar o escrutínio e a supervisão sobre a tropa, que sempre passam despercebidos aos olhos da sociedade em desastrosas operações policiais, eis que a sua presença servirá para mitigar eventuais escaladas de violência nas interações entre os policiais e os cidadãos.
Não há dúvida, que implementar câmeras pode ser um passo importante em direção à redução do uso excessivo da força pela polícia. Mas para assegurar que as câmeras sejam eficientes é importante considerar incentivos de carreira para os policiais. Se os agentes estão preocupados com a progressão da carreira, é mais provável que eles ajustem a conduta ao protocolo, temendo possíveis repercussões.
Não obstante, não temos a ingenuidade de pensar que as câmeras corporais, sozinhas, vão mudar a atitude da polícia. Hoje, é difícil termos acesso até aos números da violência letal, crimes que são obrigatoriamente registrados na polícia. Imagine como seria com as imagens das câmeras dos policiais em situações questionáveis ou duvidosas.
Embora seja um ativo poderoso, esse tipo de tecnologia não vai resolver sozinha todos os problemas de violência e insegurança. Ela precisa vir acompanhada de regras claras de coordenação, supervisão e principalmente, ética sobre seu impacto social.
Por fim, isso sugere que a redução de eventos negativos entre policiais e cidadãos é impulsionada principalmente por mudanças no comportamento do policial, mais do que por mudanças de conduta dos cidadãos quando em presença da câmera, em especial dos próprios policiais, antes acostumados a manipulações e intervenções violentas, agora precisam ter condutas que correspondam ao caráter público do serviço que prestam.
Sigamos com essa discussão juntamente com toda a sociedade organizada.
José Ricardo Costa Marques Corbelino é Advogado e ex-Secretário Geral Adjunto da Comissão de Direito Carcerário da OAB em Mato Grosso
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