O melhor detergente é a luz do sol
ENOCK CAVALCANTI: Dona Michelle Bolsonaro, saltitante sacerdotisa da manipulação religiosa
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Dona Michelle Bolsonaro, saltitante sacerdotisa da manipulação religiosa
Essa receita vem de muito, muito tempo atrás, e já foi usada por muitos outros túmulos caiados. Neste 21 de abrir de 2024, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ato dos bolsonaristas voltou a misturar fé religiosa com a política da extrema direita. Copacabana, a princesinha do mar, onde mora a médica Marli Rosa Barreto, um dos amores fundamentais na construção de minha vida. Copacabana, onde também está Valéria Del Cueto, mulher que não se pode esquecer.
A esposa do capetão Jair Bolsonaro, a senhora Michele Bolsonaro, claro, foi uma das estrelas da domingueira, e incentivou e a galera verde e amarela, mais uma vez, lançou mão do Evangelho de Jesus Cristo para fazer crer que estão todos envolvidos “numa obra de Deus”. O jovem e folclórico deputado mineiro Nikolas Ferreira, no alto do trio elétrico, bancando o pastor das ovelhas bolsonaristas, fez uma leitura do Velho Testamento: “Moisés não chegou a entrar na Terra Prometida, mas teve um jovem chamado Calebe que entrou. Se não fosse a força de Moisés, Calebe não teria entrado na Terra Prometida. Talvez nós não veremos o Brasil prometido, mas os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos verão, novamente, um Brasil verde e amarelo.”
Nikolas se soma assim ao movimento da extrema direita transnacional – que é toda neopentecostal ou cristã ou católica conservadoríssima – no movimento ideológico que ajuda a entender o apoio a Bolsonaro e o apoio a Donald Trump. Esse movimento teológico tem com importante base de afirmação a transferência da mensagem do Novo Testamento para privilegiar o Velho Testamento bíblico, destacando personagens autoritários como o Rei Davi.
Eles acreditam nisso. Usam e abusam dos símbolos e personagens religiosos da Cristandade mas para fazer um culto pagão, onde os “deuses” adorados em Copacabana foram Bolsonaro e o bilionário norte americano Elon Musk. Como confrontou o ministro Alexandre de Moraes e o STF, Musk vira uma referência, mesmo que se saiba que, na China Comunista, Musk não faz questionamento nenhum contra o poder centralizado, porque lá o importante para ele é atuar pianinho e garantir a produção bem em conta dos seus carros da Tesla.
Eu acho um sacrilégio tudo que se viu em Copacabana. A oração do “Pai Nosso que Estais no Céu” parece-me que foi usada na beira da praia, em Copacabana, pela sempre saltitante senhora Michelle, como já foi usada pelos nazistas, na Alemanha, pelos fascistas, na Itália, em tempos sombrios. Por tantos e tantos oportunistas, através dos tempos. Usada para mobilizar os patriotários de agora para a “guerra santa” contra todos aqueles que se alinham à esquerda do bolsonarismo.
Sim, a pregação cristã já foi até usada, nos tempos da Inquisição para garantir a tortura, o encarceramento, a morte de quem discordava do poder de ocasião, para perseguir cientistas que nos ensinavam a ver que a Terra é redonda, para assassinar mulheres que não se submetiam sexualmente a seus opressores. É essa mesma pregação que é usada agora, para garantir a unidade dos fiéis do extremismo de direita, pelo mundo afora.
No passado recente do Brasil, foi a manipulação religiosa que nos arrastou para o golpismo, para tentativa de destruição das instituições democráticas. Ah, a tragédia do 8 de janeiro, ainda a pesar sobre a nação brasileira!
O capetão Bolsonaro já foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um criminoso eleitoral. Muitos outros crimes, pretensamente praticados por ele e seus seguidores, seguem sendo apurados pela Justiça. Prevalecendo a lógica da legalidade, Bolsonaro já está condenado ao ostracismo.
Só que a ideia de “uma causa santa”, de um “mártir da política” continua sendo vendida para a multidão que até se entusiasma e sonha com a volta ao poder desse “povo de Deus” – e antecipa uma espécie de “anistia ideológica” a esse Bolsonaro já denunciado por tantas práticas de crime.
Na política e na religião, existe uma evidente disputa de narrativa, subproduto da luta de classes. A extrema direita seguirá agarrada à Cruz de Cristo enquanto isso lhe assegurar uma multidão tão crédula de seguidores. Vejam vocês como é a coisa: a mesma Cruz de Cristo propicia um discurso tão diverso quando o pregador é um religioso como o argentino Jorge Bergloglio, o Papa Francisco. Entender e diferenciar esses dois discursos é o busilis da questão.
A única boa notícia que nos veio do domingo é que o público da manifestação político-religiosa, no Rio, foi a metade do público que os bolsonaristas conseguiram atrair na mesma Copacabana, em 2022. Para alguma coisa servem artigos como esse, multiplicados pelo Brasil afora, por inúmeros brasileiros e brasileiras que não aceitam ser manipulados de forma tão vil – e vão alertando contra as tramas da extrema direita.
Mas o certo é que ainda teremos muita reza nesse ano eleitoral. Aqui em Mato Grosso existem candidatos da extrema direita praticamente em todas as esquinas. Que Deus tenha piedade de quem, com extrema paciência, segue acreditando e trabalhando para que se entenda que a mensagem que o Cristo nos deixou foi outra.
Enock Cavalcanti, 70, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, editado a partir de Cuiabá, MT, desde o ano de 2009.
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RENATO GORSKI: 80 anos da Libertação de Auschwitz e Birkenau
80 anos da Libertação de Auschwitz e Birkenau
Renato Gorski
Os campos de concentração estavam localizados a aproximadamente 60 quilômetros a oeste da cidade polonesa denominada Cracóvia, na Alta Silésia, próximos à antiga fronteira entre a Alemanha e a Polônia no período que antecedeu a Segunda Guerra, mas que em 1939, após a invasão e a conquista da Polônia, foi anexada à Alemanha nazista. Na chegada desse inferno acima do portão, podia se ver uma placa com os irônicos dizeres “Arbeit Macht Frei” – “O trabalho liberta”. O holocausto como um todo exterminou 6 milhões de judeus e outras minorias.
A lembrança de Auschwitz e Birkenau é de um lugar de tristeza, reflexão e memória do que se tornou num símbolo do genocídio, terror e Holocausto. Foi criado em 1940 nos subúrbios da cidade polaca de Oświęcim (Auschwitz). Ali os hitleristas mataram durante a II Guerra Mundial centenas de milhares de judeus, polacos, ciganos e russos.
Há poucos dias completou oitenta anos da libertação do traumático e dramático campo de concentração de Auschwitz, onde o complexo dos campos de concentração de Auschwitz foi o maior de todos aqueles criados pelo regime nazista. Nele havia três campos principais, de onde os prisioneiros eram distribuídos para trabalhos forçados e, por um longo período, um deles também funcionou como campo de execuções, composta de Auschwitz I (Stammlager, campo principal e centro administrativo do complexo); Auschwitz II– Birkenau (campo de extermínio) onde os trens de passageiros chegavam e saiam, Auschwitz III–Monowitz. Também tinha uma rede de Campos de Concentração e mais 45 campos satélites. Uma engenharia diabólica de exploração humana e morticínio cruel. Ficavam localizados no Sul da Polônia, quando estava sob dominação dos nazistas da Alemanha na segunda guerra mundial. As tropas russas chegaram em 27 de janeiro de 1945, realizando a libertação dos sobreviventes, poucos meses antes do fim da segunda guerra mundial. Oitenta anos se passaram dessa libertação deste campo de extermínio que viveu os horrores e o extremo abuso dos direitos humanos vividos por um grande contingente de judeus que moravam na Polônia e outros países da Europa.
Pelos registros fotográficos, testemunhos de sobreviventes e pela história podemos relembrar até que ponto chega os horrores da estupidez e agressividade humana, contra outros seres humanos. Conforme o UOL, quando as tropas aliadas entraram no complexo de Auschwitz “encontraram cerca de 7.500 sobreviventes, 350 mil roupas de homens, 837 mil vestidos de mulher e 7,7 toneladas de cabelo humano.” As câmaras de gás haviam sido desativadas em novembro de 1944. A última execução havia acontecido dias antes, em 6 de janeiro: quatro jovens judias haviam sido mortas, acusadas de esconder explosivos. Estima-se que no complexo Auschwitz morreram prisioneiros Judeus: pelo menos 1,1 milhão. Poloneses: 140 mil. Ciganos “sinti” e “roma”: 20 mil. Prisioneiros de guerra soviéticos: pelo menos 10 mil. Outros (homossexuais, prisioneiros políticos, testemunhas de Jeová): entre 10 mil e 20 mil, conforme UOL.
“A era do Holocausto começou em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler e o Partido Nazista/trabalhadores chegaram ao poder na Alemanha, e terminou em maio de 1945, quando as Potências Aliadas derrotaram a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial.” O Holocausto também é às vezes referido como “a Shoah”, palavra hebraica que significa “catástrofe”.
A Polônia fica localizada na Europa Central, por mais que alguns consideravam que Polônia ficasse ao Leste Europeu, hoje a Polônia se considera pertencente a Europa Central. Essa grande planície da Polônia com poucos obstáculos naturais, exceto ao norte no mar Báltico e no extremo sul por uma região de montanhas, a Polônia sempre ficou muito exposta para quem vinha do leste do lado da Ucrânia e Rússia e da Alemanha pelo lado oposto. “A paisagem da Polônia consiste quase inteiramente de terras baixas da planície da Europa do Norte, com uma altitude média de 173 metros, embora os Sudetas (incluindo o Karkonosze) e os Cárpatos, incluindo os montes Tatra, onde se encontra o ponto mais alto da Polónia, o Rysy, com 2 499 m de altitude, formem a fronteira sul. Vários grandes rios atravessam a planície, nomeadamente o Vístula (Wisła), o Óder (Odra), o Varta, e o Bug Ocidental.” Facilidade nos meios de transportes, linhas de trens que chegavam até a entrada do calabouço, no vizinho Campo de Concentração de Birkenau, eram uma armadilha perfeita para aprisionar e acabar com os judeus da época.
Na diáspora judaica os judeus enfrentaram diversos tipos de perseguição pelo mundo, em vários países da Europa. Conforme a enciclopédia do holocausto, o antissemitismo significa preconceito ou ódio contra um judeu individualmente ou contra o povo judeu como um todo. Este ódio foi a base em que germinou o Holocausto. Mas o antissemitismo não começou nem terminou com o Holocausto, ele existe há milhares de anos.
Na década de 1920 o partido Nazista/trabalhadores da Alemanha já propagava o ódio contra os judeus, esse movimento foi crescendo, até quando em 1933 os Nazistas subiram no poder na Alemanha, aí o movimento foi tomando corpo, até virar uma prática comum na Alemanha e se espalhou pela Europa, tendo a Polônia ocupada, como território cobaia para execução dessas atrocidades.
Durante a visita ao museu da Auschwitz que é o próprio local onde aconteceu significativa parte do Holocausto contra os Judeus, a estrutura era grande, pois era um quartel das forças polonesas, que foi ampliado, onde o povo judeu foi saqueado dos seus bens materiais, seus direitos humanos e da sua maneira digna de viver. Da irônica placa da chegada ao campo de Auschwitz “o Trabalho Liberta” foi instalada uma linha de produção de massacre, exploração de trabalhos forçados e extermínio. Através de abuso da capacidade humana de trabalho, de tormento e terrorismo psicológico, maus tratos pela falta de alimentos e condições de vida e higiene. Uma monstruosidade fora da realidade. Nos prédios e salas que está lá até hoje, você consegue ver salas com utensílios, com objetos pessoais que eram tirados dos prisioneiros, de montanhas de roupas, de cabelos, tudo que era possível tirar dos judeus foram tirados. O prisioneiro era forçado a trabalhos forçados por 3 a 4 meses, a pessoa ia definhando, emagrecendo, sumindo do mapa. Por fim eles abatiam a tiro por qualquer motivo ou sem motivos, e encaminhavam para as câmaras de gás de madrugada para os outros prisioneiros não perceberem. A Polônia é um país frio, no inverno as temperaturas ultrapassam 10, 15 até 20 graus negativos na região de Cracóvia. Nesse cenário e contexto os judeus e outras minorias foram esfolados vivos.
Em 1947, a Polônia criou um museu no local de Auschwitz I e II Birkenau, que desde então recebeu a visita de mais de 40 milhões de pessoas de todo mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito em seu cimo o infame frase “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta). Em 1979, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Patrimônio da Humanidade. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas visitam Auschwitz anualmente.
Quando visitei esse complexo em setembro/2023, ouvi os guias que conduzem os visitantes em Auschwitz e Birkenau, ao final da visita, após contarem parte de toda a tragédia e o dia a dia dos prisioneiros, comentam que a história dos campos de concentração na Polônia que foram implantados pelos nazistas, não é bonita. Mas precisa ser contada, relembrada para não ser repetida.
Ao verificarmos os prédios e muitas construções que ainda estão lá, retratando uma história dramática, que foi forçada por um grupo político-terrorista, uma ditadura coercitiva, pelo preconceito contra uma raça, por uma guerra mundial, por um grupo de dominadores que subjugaram a população judaica e outras minorias pelo rolo compressor da arrogância e da tirania.
Por isso que é importante a liberdade de expressão, os meios de comunicação livres de censura, as redes sociais; a liberdade de ir e vir, por que senão quando alguma coisa sai do normal, quando alguma autoridade excede a sua autonomia e prerrogativas, precisa ser repelido, combatido, ser denunciado, ser rejeitado; o excesso de poder concentrado na mão de um único governante ou poder obcecado, como foi o caso de Hitler, de Fidel Castro, de Maduro, de um Ortega, de Putin, de um Kim Jong-un, que podem fazer muitos estragos, pela insensatez e falta de bom senso. Porque se não for repelida a anomalia, pode virar normal e destruir milhões de pessoas, como foi o caso dos Judeus no Holocausto, um estrago irreparável.
RENATO GORSKI é Economista, Consultor Empresarial na área industrial, especialista em gestão tributária, incentivos fiscais Sudam e Sudene, registro de marcas, com atuação em Mato Grosso
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