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O melhor detergente é a luz do sol

CORRUPÇÃO NO TJMT: Tatiana Colombo, Maria Helena Póvoas e Marilsen Addário fogem do legado de Sebastião de Moraes como o diabo, nas velhas lendas, fugia da cruz

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As suspeitas de corrupção e da pretensa ação descontrolada dos bandidos de toga vem colocando o Tribunal de Justiça de Mato Grosso em polvorosa. É o que se viu neste início de semana –  quando as desembargadoras Marilsen Andrade Addario e Maria Helena Gargaglione Póvoas, mais a juíza Tatiane Colombo se declararam suspeitas para julgar processo oriundo da Comarca de Rondonópolis e com a marca hedionda da suspeita de venda de sentença pairando sobre ele.

A razão desse afastamento inédito e simultâneo de três magistradas, em um mesmo processo, está diretamente relacionada às denúncias contra o desembargador Sebastião de Moraes Filho, que foi acusado de vender sentenças, um escândalo que continua trazendo graves consequências ao tribunal, que vai perdendo assim sua credibilidade perante o Judiciário brasileiro e, pior, diante da sociedade mato-grossense.

A ação judicial gira em torno de uma propriedade rural de 224 hectares em Guiratinga e um sítio de 10 hectares em Rondonópolis. Carlos Naves de Rezende, o corajoso advogado da família envolvida na disputa, solicitou proteção policial após denunciar irregularidades no caso, tanto no TJMT quando junto ao Conselho Nacional de Justiça. Carlos Naves alega que, antes de uma decisão colegiada sobre o recurso, foi abordado com a proposta de um acordo que indicaria favorecimento por parte dos desembargadores, citando notadamente o desembargador Sebastião de Moraes Filho. Carlos Naves também denunciou ameaça de morte – ou seja, ele poderia ter o mesmo destino de Roberto Zampieri que, depois de negociar intensamente nos bastidores do TJMT, acabou com seu corpo jogado brutalmente na sarjeta.

O desembargador Sebastião, que atuava como relator do processo, foi afastado de suas funções após decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), através do então corregedor ministro Luis Felipe Salomão, devido a evidências de possíveis envolvimentos em corrupção, inclusive mensagens encontradas no celular do advogado assassinado Roberto Zampieri, que também é apontado como integrante do rumoroso esquema. Mesmo com o afastamento, o processo continuou sob apreciação da Segunda Câmara, o que gerou desconforto entre os magistrados restantes, levando à declaração de suspeição das julgadoras envolvidas, como se viu neste início de semana. Como na conhecida canção da música popular brasileira, que fez sucesso, no passado, na voz de Linda Batista,  é como se cada julgador ou julgadora empurrasse o caso para outro, se esquivando: “Toma que o filho é teu! Toma que o filho é teu!”

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Além disso, o escândalo ganha mais notoriedade quando a gravação de conversas exposta por Carlos Naves perante o Judiciário de Mato Grosso e perante o CNJ  revela que Luciano Polimeno  teria lhe  afirmado que o resultado do julgamento seria garantido por Sebastião de Moraes Filho. A gravação dessas conversas e as circunstâncias envolvendo a suposta venda de sentenças pressionaram o CNJ a investigar mais a fundo o caso, resultando em uma decisão polêmica de manter a tramitação do processo, embora o afastamento de Sebastião já estivesse em vigor. O novo corregedor do CNJ, ministro Mauro Campbell, já canetou pedindo explicações detalhadas sobre o caso.

O que resta, depois de tudo isso, é a tensão e a sensação de insegurança gerada por essas denúncias, com o advogado Carlos Naves buscando proteção pessoal por temer represálias, entre as quais, pode estar um tiro disparada a queima roupa. Isso ressalta o impacto do escândalo não apenas dentro do tribunal, mas também entre os envolvidos diretamente no litígio.

Por fim, a crise no TJMT não se limita a este caso específico. O afastamento de Sebastião de Moraes Filho e o envolvimento de outros desembargadores em suspeitas de corrupção trazem à tona um problema estrutural no tribunal, levantando dúvidas sobre a integridade das decisões judiciais e prejudicando a confiança da população no sistema de Justiça do Estado. A expectativa por uma operação de busca e apreensão sobre escritórios de magistrados e advogados com atuação em Mato Grosso continua grande, gerando evidente apreensão por todos os cantos.

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Esses fatores mostram a extensão da crise enfrentada atualmente pelo TJMT, com consequências jurídicas, institucionais e sociais profundas, à medida que se desenrola um cenário de desconfiança e suspeita sobre a imparcialidade dos julgamentos.

Aguardemos os novos capítulos deste triste enredo, notadamente para a população mato-grossense que depende tanto das decisões do TJ-MT para estabelecer o equilíbrio em sua convivência nesta tão castigada região do Brasil.

Ah, sim, anoto que a cobertura da mídia mato-grossense tem melhorado e o caso vai abrindo espaços mais generosos. Sigamos adiante.

 

 

ENOCK CAVALCANTI, 71, jornalista, é editor do blogue PAGINA DO ENOCK, editado a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

 

 

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RENATO GORSKI: 80 anos da Libertação de Auschwitz e Birkenau

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80 anos da Libertação de Auschwitz e Birkenau

Renato Gorski

 

Os campos de concentração estavam localizados a aproximadamente 60 quilômetros a oeste da cidade polonesa denominada Cracóvia, na Alta Silésia, próximos à antiga fronteira entre a Alemanha e a Polônia no período que antecedeu a Segunda Guerra, mas que em 1939, após a invasão e a conquista da Polônia, foi anexada à Alemanha nazista. Na chegada desse inferno acima do portão, podia se ver uma placa com os irônicos  dizeres “Arbeit Macht Frei” – “O trabalho liberta”. O holocausto como um todo exterminou 6 milhões de judeus e outras minorias.

A lembrança de Auschwitz e Birkenau é de  um lugar de tristeza, reflexão e memória do que se tornou num símbolo do genocídio, terror e Holocausto. Foi criado em 1940 nos subúrbios da cidade polaca de Oświęcim (Auschwitz). Ali os hitleristas mataram durante a II Guerra Mundial centenas de milhares de judeus, polacos, ciganos e russos.  

Há poucos dias completou oitenta anos da libertação do traumático e dramático campo de concentração de Auschwitz, onde o complexo dos campos de concentração de Auschwitz foi o maior de todos aqueles criados pelo regime nazista. Nele havia três campos principais, de onde os prisioneiros eram distribuídos para trabalhos forçados e, por um longo período, um deles também funcionou como campo de execuções, composta de Auschwitz I (Stammlager, campo principal e centro administrativo do complexo); Auschwitz II– Birkenau (campo de extermínio) onde os trens de passageiros chegavam e saiam, Auschwitz III–Monowitz.  Também tinha uma rede de Campos de Concentração e mais 45 campos satélitesUma engenharia diabólica de exploração humana e morticínio cruel. Ficavam localizados no Sul da Polônia, quando estava sob dominação dos nazistas da Alemanha na segunda guerra mundial. As tropas russas chegaram em 27 de janeiro de 1945, realizando a libertação dos sobreviventes, poucos meses antes do fim da segunda guerra mundial. Oitenta anos se passaram dessa libertação deste campo de extermínio que viveu os horrores e o extremo abuso dos direitos humanos vividos por um grande contingente de judeus que moravam na Polônia e outros países da Europa.

Pelos registros fotográficos, testemunhos de sobreviventes e pela história podemos relembrar até que ponto chega os horrores da estupidez e agressividade humana, contra outros seres humanos.  Conforme o UOL, quando as tropas aliadas entraram no complexo de Auschwitz “encontraram cerca de 7.500 sobreviventes, 350 mil roupas de homens, 837 mil vestidos de mulher e 7,7 toneladas de cabelo humano.” As câmaras de gás haviam sido desativadas em novembro de 1944. A última execução havia acontecido dias antes, em 6 de janeiro: quatro jovens judias haviam sido mortas, acusadas de esconder explosivos. Estima-se que no complexo Auschwitz morreram prisioneiros Judeus: pelo menos 1,1 milhão. Poloneses: 140 mil. Ciganos “sinti” e “roma”: 20 mil. Prisioneiros de guerra soviéticos: pelo menos 10 mil. Outros (homossexuais, prisioneiros políticos, testemunhas de Jeová): entre 10 mil e 20 mil, conforme UOL. 

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“A era do Holocausto começou em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler e o Partido Nazista/trabalhadores chegaram ao poder na Alemanha, e terminou em maio de 1945, quando as Potências Aliadas derrotaram a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial.” O Holocausto também é às vezes referido como “a Shoah”, palavra hebraica que significa “catástrofe”.

A Polônia fica localizada na Europa Central, por mais que alguns consideravam que Polônia ficasse ao Leste Europeu, hoje a Polônia se considera pertencente a Europa Central. Essa grande planície da Polônia com poucos obstáculos naturais, exceto ao norte no mar Báltico e no extremo sul por uma região de montanhas, a Polônia sempre ficou muito exposta para quem vinha do leste do lado da Ucrânia e Rússia e da Alemanha pelo lado oposto. “A paisagem da Polônia consiste quase inteiramente de terras baixas da planície da Europa do Norte, com uma altitude média de 173 metros, embora os Sudetas (incluindo o Karkonosze) e os Cárpatos, incluindo os montes Tatra, onde se encontra o ponto mais alto da Polónia, o Rysy, com 2 499 m de altitude, formem a fronteira sul. Vários grandes rios atravessam a planície, nomeadamente o Vístula (Wisła), o Óder (Odra), o Varta, e o Bug Ocidental.” Facilidade nos meios de transportes, linhas de trens que chegavam até a entrada do calabouço, no vizinho Campo de Concentração de Birkenau, eram uma armadilha perfeita para aprisionar e acabar com os judeus da época.

Na diáspora judaica os judeus enfrentaram diversos tipos de perseguição pelo mundo, em vários países da Europa. Conforme a enciclopédia do holocausto, o antissemitismo significa preconceito ou ódio contra um judeu individualmente ou contra o povo judeu como um todo. Este ódio foi a base em que germinou o Holocausto. Mas o antissemitismo não começou nem terminou com o Holocausto, ele existe há milhares de anos.

Na década de 1920 o partido Nazista/trabalhadores da Alemanha já propagava o ódio contra os judeus, esse movimento foi crescendo, até quando em 1933 os Nazistas subiram no poder na Alemanha, aí o movimento foi tomando corpo, até virar uma prática comum na Alemanha e se espalhou pela Europa, tendo a Polônia ocupada, como território cobaia para execução dessas atrocidades.

Durante a visita ao museu da Auschwitz que é o próprio local onde aconteceu significativa parte do Holocausto contra os Judeus, a estrutura era grande, pois era um quartel das forças polonesas, que foi ampliado, onde o povo judeu foi saqueado dos seus bens materiais, seus direitos humanos e da sua maneira digna de viver. Da irônica placa da chegada ao campo de Auschwitz “o Trabalho Liberta” foi instalada uma linha de produção de massacre, exploração de trabalhos forçados e extermínio.  Através de abuso da capacidade humana de trabalho, de tormento e terrorismo psicológico, maus tratos pela falta de alimentos e condições de vida e higiene. Uma monstruosidade fora da realidade. Nos prédios e salas que está lá até hoje, você consegue ver salas com utensílios, com objetos pessoais que eram tirados dos prisioneiros, de montanhas de roupas, de cabelos, tudo que era possível tirar dos judeus foram tirados. O prisioneiro era forçado a trabalhos forçados por 3 a 4 meses, a pessoa ia definhando, emagrecendo, sumindo do mapa. Por fim eles abatiam a tiro por qualquer motivo ou sem motivos, e encaminhavam para as câmaras de gás de madrugada para os outros prisioneiros não perceberem. A Polônia é um país frio, no inverno as temperaturas ultrapassam 10, 15 até 20 graus negativos na região de Cracóvia. Nesse cenário e contexto os judeus e outras minorias foram esfolados vivos.

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Em 1947, a Polônia criou um museu no local de Auschwitz I e II Birkenau, que desde então recebeu a visita de mais de 40 milhões de pessoas de todo mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito em seu cimo o infame frase “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta). Em 1979, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Patrimônio da Humanidade. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas visitam Auschwitz anualmente.

Quando visitei esse complexo em setembro/2023, ouvi os guias que conduzem os visitantes em Auschwitz e Birkenau, ao final da visita, após contarem parte de toda a tragédia e o dia a dia dos prisioneiros, comentam que a história dos campos de concentração na Polônia que foram implantados pelos nazistas, não é bonita. Mas precisa ser contada, relembrada para não ser repetida.

Ao verificarmos os prédios e muitas construções que ainda estão lá, retratando uma história dramática, que foi forçada por um grupo político-terrorista, uma  ditadura coercitiva, pelo preconceito contra uma raça, por uma guerra mundial, por um grupo de dominadores que subjugaram a população judaica e outras minorias pelo rolo compressor da arrogância e da tirania. 

Por isso que  é importante a liberdade de expressão, os meios de comunicação livres de censura, as redes sociais;  a liberdade de ir e vir,  por que senão quando alguma coisa sai do normal, quando alguma autoridade excede a sua autonomia e prerrogativas, precisa ser repelido, combatido, ser denunciado, ser rejeitado;  o excesso de poder concentrado na mão de um único governante ou poder obcecado, como foi o caso de  Hitler, de  Fidel Castro, de Maduro, de um Ortega, de Putin, de um Kim Jong-un, que podem fazer muitos estragos, pela  insensatez e falta de bom senso. Porque se não for repelida a anomalia, pode virar normal e destruir milhões de pessoas, como foi o caso dos Judeus no Holocausto, um estrago irreparável.

 

RENATO GORSKI é Economista, Consultor Empresarial na área industrial, especialista em gestão tributária, incentivos fiscais Sudam e Sudene, registro de marcas, com atuação em Mato Grosso

 

[email protected] 

O economista Renato Gorski em sua visita aos antigos campos de concentração dos nazistas, extremistas de direita, na Polônia.

 

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