O melhor detergente é a luz do sol
Veterano jornalista Eduardo Ricci expõe truculência do governador Mauro Mendes em Mato Grosso
O melhor detergente é a luz do sol
Quem é que tem coragem de opinar? Em Cuiabá, Mato Grosso, o veterano jornalista Eduardo Ricci tem.
Esse é aquele momento, no final do ano, em que a grande maioria das pessoas se entrega aos festejos rituais, ao congraçamento meloso – e muito pouca gente se dedica a uma abordagem realista de nosso cotidiano. Notadamente nas redes sociais. Ah, quanta babação de ovo!…
Velho jornalista em atividade em Cuiabá, com barba e cabelos embranquecidos, Eduardo Ricci, todavia, foi às redes sociais, neste final de 2024, para desafinar o coro dos contentes e expor sua opinião crua sobre a realidade da violência em Cuiabá, esta calorenta capital de Mato Grosso.
Eduardo Ricci durante muitos anos comandou equipes de reportagens em emissoras de televisão da capital mato-grossense, lidando com as pautas que, através dos anos, continuam as mesmas, até porque nossa vida atual tem muito de repetição de vidas passadas. Violência. Pobreza. Imigrantes. Bairros da periferia. Corre-corre no comércio. Dramas familiares. Exploração no trabalho. O bla-bla-blá dos políticos. Assaltos e furtos. O calor que se abate sobre a capital. Meio ambiente em degradação. Os conchavos nos bastidores da política. Trânsito que mata. A poluição do rio Cuiabá que se acelera. As expectativas de um ano melhor – um ano que sempre vai parecendo que fica pior. A morte em vida severina.
Dedicado à assessoria de imprensa, nesse seu final de carreira, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Ricci, todavia, mostra que não está, como nunca esteve, alheio aos fatos. Ora, ele durante sua vida pautou dezenas e dezenas de repórteres e reportagens para que melhor documentassem a dia a dia de nossa cidade.
Dia 29 de dezembro de 2024, em seu perfil no Facebook, Eduardo Ricci resolveu comentar a política de Segurança Pública que se desenvolve atualmente nesse Estado de Mato Grosso.
Gostei do que li porque Eduardo Ricci pôs pra fora o que vai em seu coração e mente. Um protesto. Afinal de contas, a gente quer viver com segurança – e isso tá difícil nesta cidade e neste lugar do Brasil. Repito o que escreveu o veterano jornalista, nesse desabafo que me ficou como uma espécie de editorial:
“Governador insiste em defender a violência policial e os excessos cometidos por PMs contra pessoas comuns, que vem chocando o país nos últimos meses. Por isso também é contra o uso de câmeras nas fardas, o que facilita a impunidade dos maus policiais. Enquanto isso, Mato Grosso sofre nas mãos do crime organizado. A falta de policiais deixa cidades à mercê dos bandidos, pois ao invés de convocar todos os policiais aprovados em concurso, o desgovernador só chamou 200…“
Curto e grosso. O texto de Eduardo Ricci fica como uma péssima avaliação do desempenho governamental do empresário Mauro Mendes, atualmente em seu segundo mandato à frente do poder do Palácio Paiaguás.
Mauro Mendes tá entregando pouco. Pior: seu governo, a julgar pela avaliação do experiente analista, agrava a situação de insegurança de nossa população.
Curto e grosso, Eduardo Ricci não é um militante de direita, de centro, de esquerda. Eduardo Ricci é um jornalista, sempre jornalista, e um cidadão cuiabano, e entregou, discretamente, uma urgente pauta para ser desdobrada pelos jornalistas atentos que porventura existam atuando nos veículos de Comunicação deste rincão brasileiro.
A violência, a violência continua como uma medonha sombra a pesar sobre as nossas vidas.
Bons tempos aqueles em que Eduardo Ricci comandava as equipes de reportagens e, acredito eu, não abafava as pautas mais ingentes…
Gostei do que li. Gostei da atitude desse jornalista que não se cala.
ENOCK CAVALCANTI, 71, jornalista, é editor do blogue PÁGINA DO ENOCK, editado a partir de Cuiabá, MT, desde o ano de 2009.
O melhor detergente é a luz do sol
JOSÉ RICARDO CORBELINO: As câmeras corporais e suas divergências
“CÂMERAS CORPORAIS E SUAS DIVERGÊNCIAS”
POR JOSÉ RICARDO CORBELINO
Nos últimos anos, especialmente aqui na capital do Estado de Mato Grosso, as discussões sobre a segurança pública têm ganhado cada vez mais destaque nas agendas acadêmicas, midiáticas e políticas.
Trata-se da divergência sobre a incorporação ou não das câmeras para registro audiovisual das ações policiais. Diferentemente do governo do Estado, os defensores da política afirmam que as câmeras ajudariam a reduzir abusos por parte dos agentes de segurança pública, promover maior transparência das ações policiais, além de contribuir na apuração de crimes, inclusive nos casos de falsas imputações aos agentes de segurança. Ao mesmo tempo, a implementação das câmeras em toda a polícia demanda investimentos significativos em tecnologia e infraestrutura para armazenamento e gerenciamento dos dados, treinamento para que a corporação use as câmeras de maneira eficaz, e, principalmente, vontade política das autoridades estatais para adotar tal mecanismo.
Nesse contexto, temos que o uso de câmeras individuais torna a atividade probatória mais eficaz e acaba por realizar também um tipo de controle da atividade policial ao fazer seu monitoramento, constituindo em mais um elemento de garantia dos direitos individuais, pois tornam a ação policial eficiente, reduzindo os excessos e abusos no uso da força progressiva e até mesmo a necessidade de sua utilização.
Recentemente, após um acalorado debate sobre o polêmico assunto, o ilustre e respeitado Desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri, deixou amplamente expresso que é totalmente favorável ao uso de câmeras corporais acopladas aos uniformes de agentes de segurança, como policiais militares e agentes penitenciários.
Segundo ele, o equipamento tem um papel relevante na inibição de atos de truculência e de violência durante as ações repressivas.
“(…) Eu, particularmente, a minha opinião pessoal é que ela [a câmera] é importante, sim. Isso inibe a violência, muitas vezes a truculência, o exagero na ação repressiva. Então eu vejo com bons olhos as câmeras no fardamento da Polícia Militar (…)”, afirmou Perri em entrevista à imprensa local.
A par desse mesmo entendimento, o combativo Procurador de Justiça do Estado, doutor Domingos Sávio, em sua rede social também enalteceu o uso de câmeras corporais.
Segundo o douto Procurador, “(…) esses profissionais possuem prerrogativas que incluem o uso de força letal, os dispositivos garantem transparência e ajudam a proteger policiais de falsas acusações. Ele reforçou que as gravações são provas confiáveis que favorecem os bons policiais. “As imagens dessas câmeras serão provas idôneas e irrefutáveis a favor do bom policial. Além disso, as câmeras auxiliam na obtenção de provas criminais e no combate a abusos. O procurador explicou que esses dispositivos previnem condutas impróprias e protegem a sociedade (…)”
Comungando dessas sábias opiniões, as câmeras podem servir como solução tecnológica para aumentar o escrutínio e a supervisão sobre a tropa, que sempre passam despercebidos aos olhos da sociedade em desastrosas operações policiais, eis que a sua presença servirá para mitigar eventuais escaladas de violência nas interações entre os policiais e os cidadãos.
Não há dúvida, que implementar câmeras pode ser um passo importante em direção à redução do uso excessivo da força pela polícia. Mas para assegurar que as câmeras sejam eficientes é importante considerar incentivos de carreira para os policiais. Se os agentes estão preocupados com a progressão da carreira, é mais provável que eles ajustem a conduta ao protocolo, temendo possíveis repercussões.
Não obstante, não temos a ingenuidade de pensar que as câmeras corporais, sozinhas, vão mudar a atitude da polícia. Hoje, é difícil termos acesso até aos números da violência letal, crimes que são obrigatoriamente registrados na polícia. Imagine como seria com as imagens das câmeras dos policiais em situações questionáveis ou duvidosas.
Embora seja um ativo poderoso, esse tipo de tecnologia não vai resolver sozinha todos os problemas de violência e insegurança. Ela precisa vir acompanhada de regras claras de coordenação, supervisão e principalmente, ética sobre seu impacto social.
Por fim, isso sugere que a redução de eventos negativos entre policiais e cidadãos é impulsionada principalmente por mudanças no comportamento do policial, mais do que por mudanças de conduta dos cidadãos quando em presença da câmera, em especial dos próprios policiais, antes acostumados a manipulações e intervenções violentas, agora precisam ter condutas que correspondam ao caráter público do serviço que prestam.
Sigamos com essa discussão juntamente com toda a sociedade organizada.
José Ricardo Costa Marques Corbelino é Advogado e ex-Secretário Geral Adjunto da Comissão de Direito Carcerário da OAB em Mato Grosso
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