O melhor detergente é a luz do sol
UM MONGE NO TJMT: Desembargador Perri chora sua irônica pobreza de magistrado
O melhor detergente é a luz do sol
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Meus amigos, meus inimigos: como definir a atuação recente do desembargador Orlando Perri, decano do Tribunal de Justiça? De uns tempos para cá, o desembargador Perri, com sua voz rouca, seus cabelos embranquecidos, parece ter mergulhado em uma zona cinzenta – e tem hora em que a gente o aplaude, tem hora em que a gente detesta as manifestações do desembargador Perri. O homem parece descompassado.
No tempo do Escândalo da Maçonaria, por exemplo, nos anos de 2010, para usar uma imagem cinematográfica, Orlando Perri parecia um magistrado que tinha a Força, perseguindo e procurando punir a corrupção que grassava dentro da magistratura mato-grossense. Tanto que a decisão do conselheiro do CNJ, Ivens Gandra Filho, sobre o caso exposto pelo desembargador Perri, enquanto corregedor de Justiça, impactou todo o Judiciário brasileiro, no liminar daquela década.
Na saga Star Wars, a Força é um campo de energia metafísico que permeia todo o universo e dá poderes aos seres vivos. A Força se confunde com a própria Vida. Mas o tempo rolou e o desembargador Perri, tal qual Darth Vader, aquele personagem Star Wars, criado pelo cineasta George Lucas, parece que resolveu oscilar e também que se torna, vez por outra, um Lorde Sith, atuando do lado sombrio da Força.
Recentemente, vibrei com o desembargador Orlando Perri quando se levantou contra o governador Mauro Mendes (UB) para exigir uma atuação humanizadora do Governo do Estado no trato com os presidiários atualmente recolhidos aos presídios de Mato Grosso. Cantinas nos presídios, sim, se a gestão de MM submete os apenados a um regime de penúria, de fome, deixando até mesmo as mulheres nas celas sem absorventes para conter seus sangramentos menstruais. O desembargador Perri, corajosamente, chegou a expor a tortura, que pode estar virando prática rotineira em nossos presídios, expostos à gestão desse governador bolsonarista, um político que, há muito tempo, parece ter sido tomado pelo lado sombrio.
Mas como posso aplaudir o desembargador Perri quando ele , agora, de repente, aparece chorando por uma miséria algo farsesca com relação aos ganhos dos magistrados de Mato Grosso?! Desse jeito, não dá pra ser feliz.
Vejam só: depois de uma série de reportagens que documentaram ganhos mensais acima de 100 mil reais mensais para os magistrados de Mato Grosso, no ano que passou, o desembargador Orlando Perri teve a coragem de aparecer na mídia, recentemente, no podcast do saite LeiaAgora, chorando pela “vida de sacrifícios” em que estariam enredados os juízes e desembargadores de nosso Estado. Juízes e desembargadores que o desembargador Perri descreveu como “monges”, tais como o hindu Sadhu Sundar Singh, pretensamente a vagar pelas comarcas de Mato Grosso em penúria, e, quem sabe, também com os seus pés sangrentos.
Se foi dito e provado que, em 2024, a desembargadora Clarice Claudino ganhou em média, no TJMT, 130 mil por mês ( e ela , nem Perri, e nenhum outro magistrado desmentiram o que o Estadão apurou e publicou, e muitos reproduziram), por que chora tanto o desembargador Perri?! No Portal UOL, ao registrar o xororô do desembargador de Mato Grosso no Leia Agora, os editores usaram de fina ironia e titularam a matéria: “Desembargador com salário médio de R$ 78 mil por mês diz ter ‘vida de monge’ – https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2025/02/22/desembargador-que-diz-ter-vida-de-monge-ganhou-r-78-mil-por-mes-em-penduricalhos.htm?cmpid=copiaecola. Perfeito, UOL, perfeito. No jornal O Estado de S.Paulo – Estadão, a mesma exposição: Desembargador que diz ter vida de monge ganhou R$ 78 mil por mês em penduricalhos; veja vídeo – Estadão
A impressão que me fica é que o desembargador Perri, nesse momento, se deixou tomar pelo lado sombrio da Força, por um cinismo que nada contribui para o reclamado aperfeiçoamento das atividades do Poder Judiciário em nosso Estado. Evidentemente que ele tem espaço aberto, aqui, para qualquer esclarecimento que queira ofertar à nossa audiência.
Ora, no momento que o TJ-MT é alvo de uma rumorosa apuração quanto à corrupção e à possível venda de sentenças, por parte do CNJ, do STJ e do STF, o desembargador Perri parece querer fazer crer que os magistrados mato-grossenses são uns pobres coitados, que não merecem essa pecha de que faturam grana demais, submetidos que estariam a sacrifícios sem fim. Quem tem acesso ao Google, todavia, sabe que o desembargador Perri, evidentemente, como Catilina, abusa de nossa paciência. Menos, desembargador Perri, menos.
Ele mesmo, o desembargador Perri, ao invés de tergiversar sobre a sua pretensa sofrência, continua a nos dever, até hoje, explicações detalhadas sobre seu ingresso, como empresário, no rico e pouco documentado comércio da extração de ouro em Mato Grosso, como revelado pelo saite Repórter Brasil. Onde estão as minas que ele explora? Quem são seus sócios? Quanto é que essa atividade de garimpeiro vem acrescentando, mensalmente, aos seus possíveis lucros financeiros? Será que quando vai vistoriar suas minas, o desembargador Perri vai vestido de monge trapista?! Lembrem o que publicou o Repórter Brasil: Sócio de mineradora, juiz atuou em julgamento sobre lei que beneficiava garimpos no MT – Repórter Brasil
Sabemos que o Conselho Nacional de Justiça cobrou do desembargador Perri explicações sobre as suas atividades garimpeiras. Se ele as forneceu, seria uma boa hora para tirar dessas explicações qualquer tipo de sigilo e aparecer, de fato, como um monge, diante da sociedade mato-grossense, expondo todos os dados de seus faturamentos. Como à mulher de Cesar, não nos basta que o desembargador Perri seja honesto, ele deve parecer honesto.
Agindo assim, abrindo seus sigilos, certamente que o desembargador Perri daria melhor exemplo para seus pares no Judiciário mato-grossense, ele que é o mais velho da turma e deve atuar como um bom conselheiro. Há meses que a nossa sociedade aguarda pelo desenlace das investigações levadas a efeito pela Polícia Federal, desde que nada menos que dois advogados foram assassinados a tiros, por sicários, nas ruas de Cuiabá, em meio às suspeitas de um forte esquema de corrupção a viciar a prática de julgadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Vejam que, num caso como esse, não é um, não é dois – e toda a instituição que fica sob a suspeita de que esteja maculada, com seus controles internos afrouxados.
Não vi o desembargador Perri a trabalhar por uma apuração mais ágil e eficiente das suspeitas até aqui levantadas com relação ao esquema aparentemente milionário de venda de sentenças que foi denunciado. O que vi foi o desembargador Perri, na mídia, já agindo como um monge trapista, a sugerir, em meados de dezembro de 2024, que fora “lamentável” o afastamento dos magistrados Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho, determinado pelo CNJ, por suposto envolvimento no esquema corrupto. Correto, que se garanta a presunção da inocência – mas investigar, como aconselha o ex-governador Zé Pedro Taques, até os cachorros da Polícia investigam, e devem investigar.
Para mim, lamentável é a atitude de quem, ontem, atuava de forma intensa para a identificação dos corruptos do TJMT e, hoje, parece não mais se interessar por uma apuração ampla, científica, de todas as patifarias que vem sendo listadas, desde que vieram a público os conteúdos bombásticos do celular do advogado Roberto Zampieri, barbaramente assassinado, a tiros, em uma rua do bairro da Aclimação, em Cuiabá. Depois de Zampieri, também tombou, sob balaços, o advogado Renato Gomes Nery. Crimes a clamar por punição – e o desembargador Orlando Perri não fala desses cadáveres insepultos no que se refere à completa elucidação dos crimes de que foram vítimas.
Tirar o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, do lado sombrio da Força, para onde todas as suspeitas que estão aí lançadas arrastam essa instituição vital, importantíssima para garantia do Estado Demcrático de Direito, é uma tarefa urgente, na qual todos devemos nos envolver, em um esforço coletivo. Moralidade, sim, ainda que tardia…
ENOCK CAVALCANTI, 71, jornalista, é editor do blogue PAGINA DO ENOCK que se edita a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.
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O melhor detergente é a luz do sol
Capetão Bolsonaro, líder de organização criminosa, denunciado pela Procuradoria Geral da República por tentativa de golpe. LEIA DENÚNCIA NA INTEGRA
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Ex-presidente será julgado pelo STF ainda este ano e pode passar mais de 20 anos na cadeia por conspirar contra a democracia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de formação de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado, por sua participação nos fatos ocorridos entre o final de seu mandato, em dezembro 2022, e o fatídico 8 de janeiro de 2023.
Após uma grande apreensão e ansiedade por grande parte dos brasileiros, o PGR Paulo Gonet apresentou a denúncia ao STF, quase três meses após o antigo ocupante do Palácio do Planalto e outros 39 investigados serem indiciados num minucioso inquérito da Polícia Federal composto por 884 páginas e repleto de provas colhidas pelas agentes.
Bolsonaro é apontado como líder de uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder” e “com forte influência de setores militares”. “A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito Democrático”, diz um trecho da denúncia.
Também foram denunciados Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Gustavo Torres, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Mauro César Barbosa Cid, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Souza Braga Netto.
A partir de agora, cabe ao STF avaliar se aceita a denúncia e transforma os acusados em réus. Essa análise deverá ser feita pela Primeira Turma da corte, que é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Caso a denúncia seja aceita, o processo correrá no Supremo sob a relatoria de Moraes, até o julgamento que decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados.
Além da trama golpista, Bolsonaro foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal em outros dois inquéritos: o caso das joias recebidas durante o governo e a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19. O ex-presidente também foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.
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Caso seja condenado, Jair Bolsonaro, político de extrema direita, pode passar mais de 20 anos na cadeia
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