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O melhor detergente é a luz do sol

Mauro Mendes, depois de gesto tresloucado na Paulista, aparece como Hitlerzinho de Mato Grosso

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O melhor detergente é a luz do sol

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  • Sete governadores mantidos no cargo e que se identificam com a direita brasileira participaram de ato convocado, no domingo, 6 de março de 2025, pelo ex-presidente, o capetão Jair Bolsonaro, para defender anistia a golpistas, na tentativa de legitimar a intentona bolsonarista de 8 de janeiro de 2023.  

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  • Sete governadores na contramão da História. Sete governadores tentando desmerecer o Supremo Tribunal Federal no seu esforço de julgar e punir quem chegou a planejar o assassinato do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes para tentar devolver o poder ao descontrolado Bolsonaro, à extrema direita. 

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  • Não foi surpresa para ninguém que, no meio desse comando golpista, lá estivesse, no palanque verde e amarelo da Avenida Paulista, mais uma vez, o empresário garimpeiro Mauro Mendes, do União Brasil, que comanda atual gestão no Governo de Mato Grosso.  

  •  A presença dos governadores Tarcisio, Caiado, Zema, Ratinho Jr, Jorginho Mello, Wilson Lima e Mauro Mendes naquela manifestação representa, certamente, um desserviço à Democracia. Ou seja, o fato é que a tentativa de golpe dos bolsonaristas ainda não foi detida. Eles continuam se juntando e aprontando. O golpismo que, segundo alguns historiadores, como Marcos Napolitano (USP) e Rodrigo Pato Sá Motta (UFMG), nos ameaça desde os tempos de Getúlio Vargas, segue pairando fantasmagórico sobre a cabeça dos brasileiros. Se não houver vigilância e resistência, eles prendem e arrebentam.

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  • 61 anos depois do Golpe Militar de 1964 – que violentou a Nação brasileira, ao estabelecer, com apoio escancarado do império norte americano, um regime de força que nos intimidou até 1985 os leguleios da ditadura ainda estão aí, para defender e tentar justificar os regimes de força e de exceção contra a expectativa da maioria do nosso povo com relação ao primado da Liberdade, da Igualdade da Fraternidade e da Justiça Social em nosso País. 

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  • Triste e assustador constatar que Mato Grosso é arrastado pelo seu funcionário público número 1 para este cenário tétrico. Essa manifestação em que Mauro Mendes, coadjuvante na cúpula bolsonarista, falou pouco mas pode ter contribuído, ele mesmo, com um gesto escandaloso, para que sua truculência seja exposta diante do Brasil e do mundo  – e constranja toda a população mato-grossense. 

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  • Ora, veja o que escreveu e constatou o jornalista e blogueiro Guga Noblat- que já passou pelo O Globo, CQC, A Liga, Pânico e Morning Show e está hoje no ICL Notícias, TV Meio e Metrópoles – sobre o pronunciamento do governador de Mato Grosso naquela manifestação golpista do domingo:  “Ferrou! No ato do Bolsonaro, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, fez a mãozinha para cima, num gesto que pode lembrar aquele do ditador alemão, aquele do Musk. Já viralizando nas redes e começou a discussão. O que acharam?” 

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  • A revista Fórum também destacou que, “para além do “inglês” bizarro de Jair Bolsonaro, uma outra cena chamou atenção no ato pela anistia aos golpistas realizado na avenida Paulista, em São Paulo. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), está sendo acusado de ter feito um gesto nazista durante a manifestação. Ao lado de Bolsonaro, MM ergueu a palma da mão direita, com braço ereto, lembrando a saudação nazista feita recentemente pelo bilionário Elon Musk e extremista de direita dos EUA Steve Bannon 

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  • O site Página Única, criado pelo saudoso jornalista Mário Marques, também registrou: “Nas redes sociais a repercussão foi grande dizendo que o governador teria feito um gesto em alusão ao nazismo como Musk. O governador ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.”   Antero Paes de Barros alertou: Ninguém nunca viu Mauro Mendes na rua defendendo anistia para os democratas perseguidos pela ditadura brasileira. Agora ele defende anistia para os golpistas, os que queriam derrotar a democracia. E no gesto em São Paulo, está ele fazendo uma saudação nazista” 

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  • Ora, são muitos que têm escrito e falado da postura sempre agressiva, autoritária, que marca a atuação cotidiana desse lastimável governador mato-grossense. Cerca de 20 jornalistas de Mato Grosso já puderam sentir a fúria e o descontrole de Mauro Mendes quando se vê diante de um reparo à sua atuação, diante de uma crítica ao seu governo. Correligionários também reclamam de seus maus modos no trato com as pessoas, da arrogância de muitas de suas atitudes – e não foi à toa que o ex-governador e atual deputado estadual Júlio Campos, também do União, resolveu apelidá-lo de “Bicudinho de ias“,- devido, certamente,  à cara amarrada e a má vontade com que se apresenta diante dos outros, muitas das vezes. Mauro Mendes, ao que parece, faz sempre questão de tentar intimidar. 

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  • Diante daquele ajuntamento na Paulista de camisas amarelas, daquele rebuliço promovido por pessoas interessadas em propagar o caos, talvez Mauro Mendes tenha soltado seus freios psicológicos e o Hitlerzinho de Mato Grosso, acabou por aflorar diante da plateia tão receptiva aos arrancos totalitários. 

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Mauro Mendes se descontrola e quem perde é Mato Grosso, retratado diante do Brasil e do mundo por uma personificação das mais abjetas que se teve na história da Humanidade, que foi o período de poder autocrático de llíderes como Adolf Hitler, Mussolini, Goebbels, sobre a Alemanha e os partidos do Eixo.  

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  • É preciso que se diga ao Brasil e ao mundo que, se Mauro Mendes porventura presta culto aos extremismos do nazi-fascismo, aqui em Mato Grosso a maioria de nosso povo não pactua com essas malignidades. O empenho cotidiano de nossa gente mato-grossense, considero eu, é para que tenhamos uma sadia convivência em comunidade, sem nos entregarmos a qualquer tipo de perversidade deletéria. 

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  • O Hitlerzinho do Paiaguás, que vai sendo identificado pela mídia nacional, precisa ser detido, antes que avance mais em seus despautérios. Nesse sentido, é boa a iniciativa adotada pelo aguerrido Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, comandado pelo capitão do Exército aposentado, o jornalista Itamar Perenha, no sentido de cobrar, nos próximos dias, das autoridades, uma punição exemplar para Mauro Mendes pela ousadia de reviver os horrores do nazismo numa tarde de domingo, na Paulista. Que além do Sindjor outras entidades e instituições brasileiras se posicionem, para estabelecer um fim neste descontrole que nos ameaça.  

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  • Ditadura nunca mais. Democracia, sempre. 

 

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  • ENOCK CAVALCANTI, 71, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, que se edita a partir de Cuiabá, MT, desde o ano de 2009.

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FOME AMEAÇA PESCADORES EM MT: Pedidos de inconstitucionalidade do Cota Zero no STF tramitam há quase dois anos sem respostas

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Lentidão processual do caso contribui para a continuidade de violações sofridas por pescadoras e pescadores em Mato Grosso

“Quem tem fome, tem pressa”, foi uma das frases proferidas por um pescador em uma das reuniões do Observatório da Pesca da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em discussão sobre a Lei 12.434/24, o Cota Zero. Se quem tem fome tem pressa, a cada dia que passa, ela só aumenta e, há pelo menos um ano, desde que passou a vigorar a lei em Mato Grosso, ela vem fazendo parte da rotina de milhares de famílias. E quem olha para isso? A inconstitucionalidade do Cota Zero é alvo de três ações no Supremo Tribunal Federal (STF), ajuizadas ainda em 2023. Na terceira reportagem da série “Um ano depois: o que sobrou do Cota Zero em Mato Grosso?”, do Fórum Popular Socioambiental (Formad), a lentidão processual, após a celeridade pela aprovação da lei que proíbe a pesca em Mato Grosso, piora a situação de fome.

Entre a circulação da Mensagem 80/2023 do Governo de Mato Grosso e a aprovação da Lei 12.197/23 foram cerca de dois meses de tramitação na Assembleia Legislativa. A sanção do Executivo foi publicada em julho daquele ano, com o início de vigência da proibição do armazenamento, comércio e transporte de peixes no estado a partir de 1º de janeiro de 2024. Diante do cenário de violações às comunidades ribeirinhas e demais comunidades tradicionais que vivem da pesca, uma disputa judicial foi instaurada e o primeiro ingresso das três Ações Diretas de Inconstitucionalidade protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) foi em outubro de 2023. 

O processo tem como relator o ministro André Mendonça que propôs uma fase conciliatória, encerrada sem acordo entre as partes ainda no primeiro semestre de 2024, já que o governo de Mato Grosso recusou a proposta da Advocacia Geral da União (AGU) para a elaboração de um plano de gestão em parceria com o Ministério da Pesca. A alternativa do Executivo estadual: uma lista de 12 espécies proibidas que, em sua maioria, são as mais rentáveis para quem depende do peixe, a Lei 12.434/24, rapidamente aprovada pela ALMT.

“Houve uma grande preocupação quando ocorreram as duas audiências de conciliação nas ações diretas de inconstitucionalidade, pois sabemos que direitos fundamentais são inegociáveis. A conciliação estava inserida dentro da expectativa do poder executivo estadual de conseguir fazer acordo conforme seu entendimento e ‘sair bem na foto’. Contudo, durante esse período de conciliação, sem diálogo, o poder executivo estadual atravessou, unilateralmente, um projeto de lei, aprovado às pressas pela casa legislativa. Essa postura do poder executivo estadual indica que o apagamento e silenciamento da pesca artesanal no estado obedece à necropolítica instaurada em face dos pescadores e pescadoras artesanais”, analisa Bruna Medeiros Bolzani, advogada do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad). 

Leia Também:  O GURU DE PEDRO TAQUES: População elegeu Pedro Taques acreditando que novo governador traria ideias próprias para gerir o Estado de Mato Grosso. Mas, qual! Propostas estão saindo de uma consultoria de Minas Gerais, revela Itamar Perenha. Primeiro resultado desses planos traçados pelo tecnocrata Vicente Falconi, nós vimos no "enxugamento das secretarias" que provocou protesto até de Antero de Barros, um ex-político progressista e militante da esquerda, em seus tempos de juventude, hoje transformado em marqueteiro bem remunerado a serviço da direita em nosso Estado. Que outras trapalhadas virão por aí?

Criado há mais de 30 anos, o Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad) é uma rede de organizações da sociedade civil que vem acompanhando o Cota Zero desde a sua tramitação, incluindo o pedido de habilitação na ação judicial como amici curiae, o acompanhamento processual, construção de análises, monitoramento, busca por informações por meio da Lei de Acesso à Informação, matérias jornalísticas, entre outros. Até hoje não foi julgado o agravo interno protocolado em agosto de 2024,  contra a decisão do ministro André Mendonça, que rejeitou o pedido de suspensão dos efeitos das duas leis do Cota Zero até a decisão final das ações. Quase um ano depois, o recurso continua sem apreciação pelos demais ministros.

O tempo passa e as dificuldades aumentam

Tendo 32 anos de carteira profissional como pescador, Benedito Ribeiro, da Comunidade Vereda, de Santo Antônio de Leverger (MT), prevê para 2025 os mesmos problemas vivenciados desde o início da vigência do Cota Zero, ou até piores. “Eu nasci na beira do rio, vim de três gerações de pescadores. Não tenho outra renda além da pesca. O governo tinha que saber como as pessoas aqui vivem pra saber o impacto dessa lei. Nós passamos o ano comendo ovo, arroz e feijão para sobreviver, com contas atrasadas, familiares com depressão. Ninguém sabe mais o que fazer e só nos resta esperar alguma decisão lá de cima”.

O “lá de cima” a que ele se refere é o Supremo Tribunal Federal (STF), que  segundo dados do Corte Aberta, o Portal da Transparência do órgão, soma 19.292 processos até maio de 2025. Com quase 2 mil ações, o ministro André Mendonça é o que possui o terceiro maior número de processos sob sua relatoria. Em média, de acordo com a plataforma do STF, o tempo de tramitação dos processos é de 388 dias, ou seja, pouco mais de um ano. As ações de inconstitucionalidade do Cota Zero encontram-se entre os mais de 6,7 mil processos sem decisão final e que dependem ainda de algumas fases como decisões colegiadas. 

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“Em outubro de 2023, o ministro relator adotou o rito abreviado no caso, com base no artigo 12 da Lei nº 9.868/1999, considerando que a análise judicial deveria ser tomada em caráter definitivo, o que significa que já poderíamos ter avançado significativamente no processo, mas ainda aguardamos o julgamento do recurso de agravo interno. Até o momento, o caso não passou por decisão colegiada nem pelo Plenário do STF, tendo somente decisões do ministro relator”, pontua Bruna Bolzani. 

Para a advogada do Formad, o panorama institucional é favorável à declaração de inconstitucionalidade das duas leis do Cota Zero, já que órgãos federais como a Advocacia-Geral da União, Procuradoria-Geral da República, Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, Defensoria Pública da União, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima por meio da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Ibama e também o Ministério da Pesca e Aquicultura já manifestaram este posicionamento. 

“É lamentável que, embora tenha sido adotado o rito abreviado para que o caso tramitasse de forma mais célere e o processo já esteja maduro para julgamento, haja essa demora, porque diz respeito à sobrevivência econômica, dignidade e segurança alimentar de milhares de famílias”, acrescenta.

Acompanhe a nossa série

Na reportagem a seguir: conhecido por seu enorme potencial hídrico, Mato Grosso tem, na disputa pelo poder das águas, um grande entrave. E onde entra o Cota Zero nisso? O que a proibição do exercício da pesca no estado tem a ver com a expansão de empreendimentos hidrelétricos e outras atividades exploratórias? A quem interessa desmobilizar comunidades ribeirinhas e a sua defesa pelos territórios?

“Um ano depois: o que sobrou do Cota Zero em Mato Grosso?” é uma série de reportagens assinada pela jornalista Bruna Pinheiro e produzida pela Secretaria Executiva do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), rede composta por quase 40 organizações socioambientais do estado e que acompanha o Cota Zero desde o início da sua tramitação. O Formad está entre as entidades da sociedade civil que atuam na mobilização de pescadoras e pescadores em Mato Grosso, além do apoio jurídico ao processo e o combate à desinformação do caso. 

FONTE – https://formad.org.br/

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