O melhor detergente é a luz do sol
Zé Pedro Taques mostra lama do governo de Mauro Mendes: “Entregou MT às facções criminosas”
O melhor detergente é a luz do sol

Meus amigos, meus inimigos: o governador Mauro Mendes (UB) até que tentou brecar as críticas que lhe dirige o ex-governador Zé Pedro Taques. Truculento como sempre, irritadiço, sem qualquer tolerância para conviver em um ambiente democrático de crítica e autocrítica, Mauro Mendes usou a imprensa para tentar constranger o ex-governador, mandando que Zé Pedro calasse a boca.
Não enfrentou os argumentos do adversário, demonstrando que não dispõe de dados e elementos para desmontá-los. Mauro preferiu, então, partir para a ameaça. A violência política foi então usada na abordagem dos problemas criados pela violência dos meliantes do crime organizado. Por que não convidar Zé Pedro para um debate aberto e franco, em rede de rádio, TVs, e saites? Mauro Mendes me parece politicamente um covarde e não creio que aceitasse se algum Agnelo Corbelino da vida o convidasse para um encontro desse tipo.
Qual! O ataque de truculência do governador bolsonarista foi como um estímulo para o ex-governador, que é também ex-procurador da República, com uma ficha exemplar no enfrentamento do crime organizado em nosso Estado e também fora daqui.
O fato é que, desde então, Zé Pedro Taques jogou Mauro Mendes de encontro às cordas e tem batido no “bicudinho de Goiás” (como já o denominou outro ex-governador, Julio Campos), com uma persistência invejável. Zé Pedro não calou a boca. Quem anda calado, neste confronto, é Mauro Mendes que parece não ter o que dizer e parece ter percebido que duelar com Taques, abertamente, é um cenário que não lhe favorece.
Os movimentos de MM, aliás, só servem, talvez, para confirmar tudo aquilo que Zé Pedro Taques sugere.
Em postagem recente nas redes, Taques chamou atenção para reportagem de capa do jornal A Gazeta, de Cuiabá, jornal submetido à influência do governador mas que expôs para a sociedade mato-grossense um dado macabro, assustador: 26 corpos já foram encontrados em cemitérios clandestinos pelo Estado, só neste ano fatídico de 2025. Execuções sumárias. Gente assassinada e enterrada de qualquer jeito em terrenos baldios, matas das periferias. Execuções que a gente se acostumou a ver nos cinemas, executados pelos bandidos mais detestáveis, retratados pelas interpretações viscerais de atores com o americano Joe Pesci. Revejam o filme “Os Bons Companheiros”, de Martin Scorsese, e confiram.
Se, em Mato Grosso, os criminosos são tão cruéis e tão ousados, é porque está faltando um combate mais competente, guiado pela Inteligência Policial, contra eles. E é disso que Zé Pedro acusa Mauro: de manter uma estrutura policial sucateada, incapaz de responder com agilidade e superar a ação dos meliantes, que cada vez mais vão se infiltrando nas estruturais sociais. Falou-se, até mesmo na capital, recentemente, em dinheiro do tráfico jorrando para financiar a campanha de vários candidatos a vereador. As investigações não avançaram.
Mauro Mendes governa a Segurança Pública como um trapalhão, é o que deixa evidente Zé Pedro – e não é só ele que enxerga essas trapalhadas. Por trás do discurso de “tolerância zero”, uma incompetência atroz, um planejamento torto. Na guerra de egos da administração, o que se fala é da noticiada perseguição a profissionais de elite, como o delegado Flávio Stringheta, que sempre se destacou no enfrentamento do crime organizado e fora removido pelo comando da Policia Civil para uma delegacia-cemitério lá pros lados do Distrito Industrial; fala-se também da forma constrangedora como o governador afastou do comando da Polícia Militar, em novembro, o coronel Alexandre Corrêa Mendes, muito respeitado entre a tropa…
As trapalhadas vão se acumulando, o crime vai avançando e a verdade é que, atualmente, Zé Pedro Taques se anima para falar por que ele vai entendendo que fala por muitos. Na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça e mesmo no Ministério Público e na imprensa corporativa, Mauro Mendes tem sabido fazer valer a sua mão de pilão, não sei se inspirada no exemplo do ex-governador Carlos Bezerra. O fato é que críticas e restrições aos direcionamentos que MM dá ao seu governo são muitos poucas, nessas instâncias que cito. Essa elite política e administrativa e jornalística parece que só quer saber de comer o seu pirão – e os cofres deste Estado do Agro estão sempre cheios, permitindo que o pagamento de privilégios e penduricalhos seja feito sem maiores constrangimentos. Farinha pouca, meu pirão primeiro. E o povo que se exploda.
Zé Pedro Taques vai então se erguendo como uma espécie de farol dada a ausência de contraditório em meio à qual o atual governador bolsonarista vai desenvolvendo sua atuação. Até onde Taques encontrará eco na sociedade para os seus questionamentos é uma questão em aberto, mas ele trabalha, certamente, de olho nas eleições de 2026, quando nova janela de mudanças se abre e pode ocorrer de muitos do povo respaldarem um movimento de oposição que surja no Estado. A surpresa que Dante de Oliveira teve lá atrás, no início deste Século 21, pode surpreender também o atual governador, em sua sonhada caminhada para o Senado Federal.
No modorrento cenário político eleitoral de Mato Grosso, esse duelo surdo que se trava, então, entre o atual governador e seu antecessor pode, quem sabe, se consolidar como importante espaço de enfrentamento de ideias que podem mergulhar o Estado e a sua sociedade cada vez mais em retrocesso ou elevá-los em uma nova e inovadora rota de desenvolvimento. Eu, pelo menos, tenho essa esperança. De ilusão também se vive.
De qualquer forma, uma demonstração da falta de estrutura do atual governador para representar o avanço, a modernização, a superação do caciquismo, em meu modesto entendimento, parece-me que foi a sua presença, devidamente paramentado como golpista, no ato esvaziado do bolsonarismo, realizado em Copacabana, no dia 15 de março. Mauro Mendes corre atrás de um acordo de bastidores com o bolsonarismo do 8 de janeiro, para tentar se viabilizar em 2026, talvez na esperança de que os votos do gado bolsonarista possam ser automaticamente direcionados em seu favor, pela cúpula da extrema direita, já que ele talvez perceba que os setores progressistas da sociedade mato-grossense estão, em volume crescente, cada vez mais, rejeitando a ele e ao seu confuso discurso de “modernização” na base do porrete.
Enock Cavalcanti, 71, jornalista, é editor do blogue PAGINA DO ENOCK que se edita, a partir de Cuiabá-MT, desde o ano de 2919.

Zé Pedro Taques, ex-governador, e Mauro Mendes, atual governador de Mato Grosso


O melhor detergente é a luz do sol
FOME AMEAÇA PESCADORES EM MT: Pedidos de inconstitucionalidade do Cota Zero no STF tramitam há quase dois anos sem respostas

“Quem tem fome, tem pressa”, foi uma das frases proferidas por um pescador em uma das reuniões do Observatório da Pesca da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em discussão sobre a Lei 12.434/24, o Cota Zero. Se quem tem fome tem pressa, a cada dia que passa, ela só aumenta e, há pelo menos um ano, desde que passou a vigorar a lei em Mato Grosso, ela vem fazendo parte da rotina de milhares de famílias. E quem olha para isso? A inconstitucionalidade do Cota Zero é alvo de três ações no Supremo Tribunal Federal (STF), ajuizadas ainda em 2023. Na terceira reportagem da série “Um ano depois: o que sobrou do Cota Zero em Mato Grosso?”, do Fórum Popular Socioambiental (Formad), a lentidão processual, após a celeridade pela aprovação da lei que proíbe a pesca em Mato Grosso, piora a situação de fome.
Entre a circulação da Mensagem 80/2023 do Governo de Mato Grosso e a aprovação da Lei 12.197/23 foram cerca de dois meses de tramitação na Assembleia Legislativa. A sanção do Executivo foi publicada em julho daquele ano, com o início de vigência da proibição do armazenamento, comércio e transporte de peixes no estado a partir de 1º de janeiro de 2024. Diante do cenário de violações às comunidades ribeirinhas e demais comunidades tradicionais que vivem da pesca, uma disputa judicial foi instaurada e o primeiro ingresso das três Ações Diretas de Inconstitucionalidade protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) foi em outubro de 2023.
O processo tem como relator o ministro André Mendonça que propôs uma fase conciliatória, encerrada sem acordo entre as partes ainda no primeiro semestre de 2024, já que o governo de Mato Grosso recusou a proposta da Advocacia Geral da União (AGU) para a elaboração de um plano de gestão em parceria com o Ministério da Pesca. A alternativa do Executivo estadual: uma lista de 12 espécies proibidas que, em sua maioria, são as mais rentáveis para quem depende do peixe, a Lei 12.434/24, rapidamente aprovada pela ALMT.
“Houve uma grande preocupação quando ocorreram as duas audiências de conciliação nas ações diretas de inconstitucionalidade, pois sabemos que direitos fundamentais são inegociáveis. A conciliação estava inserida dentro da expectativa do poder executivo estadual de conseguir fazer acordo conforme seu entendimento e ‘sair bem na foto’. Contudo, durante esse período de conciliação, sem diálogo, o poder executivo estadual atravessou, unilateralmente, um projeto de lei, aprovado às pressas pela casa legislativa. Essa postura do poder executivo estadual indica que o apagamento e silenciamento da pesca artesanal no estado obedece à necropolítica instaurada em face dos pescadores e pescadoras artesanais”, analisa Bruna Medeiros Bolzani, advogada do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad).
Criado há mais de 30 anos, o Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad) é uma rede de organizações da sociedade civil que vem acompanhando o Cota Zero desde a sua tramitação, incluindo o pedido de habilitação na ação judicial como amici curiae, o acompanhamento processual, construção de análises, monitoramento, busca por informações por meio da Lei de Acesso à Informação, matérias jornalísticas, entre outros. Até hoje não foi julgado o agravo interno protocolado em agosto de 2024, contra a decisão do ministro André Mendonça, que rejeitou o pedido de suspensão dos efeitos das duas leis do Cota Zero até a decisão final das ações. Quase um ano depois, o recurso continua sem apreciação pelos demais ministros.
O tempo passa e as dificuldades aumentam
Tendo 32 anos de carteira profissional como pescador, Benedito Ribeiro, da Comunidade Vereda, de Santo Antônio de Leverger (MT), prevê para 2025 os mesmos problemas vivenciados desde o início da vigência do Cota Zero, ou até piores. “Eu nasci na beira do rio, vim de três gerações de pescadores. Não tenho outra renda além da pesca. O governo tinha que saber como as pessoas aqui vivem pra saber o impacto dessa lei. Nós passamos o ano comendo ovo, arroz e feijão para sobreviver, com contas atrasadas, familiares com depressão. Ninguém sabe mais o que fazer e só nos resta esperar alguma decisão lá de cima”.
O “lá de cima” a que ele se refere é o Supremo Tribunal Federal (STF), que segundo dados do Corte Aberta, o Portal da Transparência do órgão, soma 19.292 processos até maio de 2025. Com quase 2 mil ações, o ministro André Mendonça é o que possui o terceiro maior número de processos sob sua relatoria. Em média, de acordo com a plataforma do STF, o tempo de tramitação dos processos é de 388 dias, ou seja, pouco mais de um ano. As ações de inconstitucionalidade do Cota Zero encontram-se entre os mais de 6,7 mil processos sem decisão final e que dependem ainda de algumas fases como decisões colegiadas.
“Em outubro de 2023, o ministro relator adotou o rito abreviado no caso, com base no artigo 12 da Lei nº 9.868/1999, considerando que a análise judicial deveria ser tomada em caráter definitivo, o que significa que já poderíamos ter avançado significativamente no processo, mas ainda aguardamos o julgamento do recurso de agravo interno. Até o momento, o caso não passou por decisão colegiada nem pelo Plenário do STF, tendo somente decisões do ministro relator”, pontua Bruna Bolzani.
Para a advogada do Formad, o panorama institucional é favorável à declaração de inconstitucionalidade das duas leis do Cota Zero, já que órgãos federais como a Advocacia-Geral da União, Procuradoria-Geral da República, Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, Defensoria Pública da União, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima por meio da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Ibama e também o Ministério da Pesca e Aquicultura já manifestaram este posicionamento.
“É lamentável que, embora tenha sido adotado o rito abreviado para que o caso tramitasse de forma mais célere e o processo já esteja maduro para julgamento, haja essa demora, porque diz respeito à sobrevivência econômica, dignidade e segurança alimentar de milhares de famílias”, acrescenta.
Acompanhe a nossa série
Na reportagem a seguir: conhecido por seu enorme potencial hídrico, Mato Grosso tem, na disputa pelo poder das águas, um grande entrave. E onde entra o Cota Zero nisso? O que a proibição do exercício da pesca no estado tem a ver com a expansão de empreendimentos hidrelétricos e outras atividades exploratórias? A quem interessa desmobilizar comunidades ribeirinhas e a sua defesa pelos territórios?
“Um ano depois: o que sobrou do Cota Zero em Mato Grosso?” é uma série de reportagens assinada pela jornalista Bruna Pinheiro e produzida pela Secretaria Executiva do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), rede composta por quase 40 organizações socioambientais do estado e que acompanha o Cota Zero desde o início da sua tramitação. O Formad está entre as entidades da sociedade civil que atuam na mobilização de pescadoras e pescadores em Mato Grosso, além do apoio jurídico ao processo e o combate à desinformação do caso.
FONTE – https://formad.org.br/
-
Humor nacional2 anos atrás
O cartunista Benett e o poder no Congresso
-
Deliciosos sabores2 anos atrás
Molho barbecue
-
Deliciosos sabores2 anos atrás
Molho Bolonhesa
-
Deliciosos sabores2 anos atrás
Couve refogada
-
Deliciosos sabores2 anos atrás
Gelatina Mosaico
-
Dinheiro na mão é vendaval2 anos atrás
PIB agropecuário cresce 21,6% e impulsiona a economia do País. Mato Grosso é destaque
-
Dinheiro na mão é vendaval2 anos atrás
Brasil se torna o primeiro país do mundo a exportar frango para Israel
-
Dinheiro na mão é vendaval2 anos atrás
Paraná alcança maior produção semestral de frangos e suínos da história