É bem Mato Grosso
WILSON SANTOS: É chegada hora do tema da taxação do agronegócio ganhar as ruas e compor a agenda de prioridades de MT
É bem Mato Grosso

TAXAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
por WILSON SANTOS*
Mato Grosso adotou um modelo de desenvolvimento econômico centralizador de renda, que não beneficia a todos. Esse modelo baseado na produção agrícola primária voltada para a exportação, as chamadas commodities, gera alguns poucos grandes beneficiários e promove a desigualdade entre as pessoas e entre as regiões.
Essa distorção precisa ser equacionada. Não se trata de criminalizar as grandes fortunas, tampouco ignorar a contribuição do agronegócio para o desenvolvimento de Mato Grosso, porém, o Estado deve ser capaz de estimular e induzir um modelo de desenvolvimento com menos desigualdades e com mais emprego e renda para todos.
Desde 2000 o índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Mato Grosso está estagnado na 11ª posição no ranking dos estados brasileiros. Este já é, de per si, o grande motivador para debatermos nosso modelo de desenvolvimento.
Mas, não faltam outros motivos. De acordo com o Ministério da Agricultura, Mato Grosso é o estado que mais exportou produtos do Agro em 2018, ultrapassando SP, MG, RS e PR. Até julho deste ano, o estado exportou, em dólares, mais de 10 bilhões, o que daria na moeda nacional em torno de 40 bilhões de reais.
Mas isso pouco agregou ao Estado, seja na arrecadação de tributos, seja na geração e emprego ou de renda. E por uma razão muito simples: toda essa produção exportada estava isenta do pagamento de tributos em razão da Lei Kandir (LC87/1996), conhecida como lei da desoneração das exportações.
Reconheça-se que o Brasil precisa de competitividade com outros países no comércio exterior de commodities agrícolas, mas não somente à custa dos Estados. E a compensação que é retornada aos estados e municípios anualmente por meio do FEX nem de longe compensa o prejuízo com a falta da tributação desse volume de produção.
Além disso, com a isenção da lei Kandir os produtores são estimulados a produzir apenas para exportação, deixando o consumo interno e a industrialização em segundo plano.
Com a industrialização, agregamos valor à nossa produção, geramos mais empregos e mais renda para mais pessoas e mais regiões do estado! Basta ver o que já acontece com os municípios que adotaram o chamado “segundo ciclo” da economia, transformando a proteína vegetal da soja e o milho em proteína animal, com a criação de aves e suínos. Imagine com a industrialização plena.
Segundo dados do Ministério de Indústria e Comércio (2008/09), podemos perceber o alcance da industrialização na agregação de valor em poucos números:
Comparação entre produtos primários e industrializados:
PRODUTO |
PREÇO EM DÓLAR |
GANHO COM VALOR AGREGADO |
Soja em grãos |
398 |
+ 320% |
Óleo de soja refinado |
1.271 |
|
Milho em grãos |
200 |
+ 840% |
Óleo de milho refinado |
1.675 |
|
Frango “in natura” |
2.127 |
+ 225% |
Frango industrializado |
4.798 |
|
Leite condensado |
1.780 |
+ 230% |
Manteiga |
4.065 |
Fonte: Secex/Mdic 2008/2009
É nesse contexto que defendo a taxação do agronegócio em Mato Grosso, aos moldes do que já acontece no nosso coirmão Mato Grosso do Sul. A proposta é limitar a 50% a exportação da produção das chamadas commodities agrícolas, em especial soja, milho algodão e carne. Dessa forma, estamos estimulando consumo interno, a industrialização e a diversificação da nossa produção, o que resulta, inclusive, no melhor equilíbrio ecológico do nosso solo.
Para debater essas questões eu propus e a Assembleia Legislativa realizou no dia 29 de novembro passado uma Audiência Pública com o tema “Taxação do Agronegócio” em Mato Grosso.
O evento contou com a participação maciça do Agro, com a presença do Presidente Normando Coral (Famato), Rui Prado (ex – presidente Famato), Jorge Pires (presidente Acrimat), representantes da Aprosoja, Sindicatos Rurais, 15 Deputados Estaduais eleitos e reeleitos, entre outros, onde foi oportunizado a todos explanações de forma democrática e respeitosa. Aproveito para reconhecer e agradecer a todos que compareceram. Isso me anima a seguir em frente com essa bandeira.
A Audiência Pública foi mais um capítulo nessa solitária luta que venho travando desde 2015 no Parlamento Estadual. É chegada a hora do tema ganhar as ruas e passar a compor a agenda de prioridades de Mato Grosso – assim como o enxugamento da máquina e o combate à corrupção, já iniciados há mais tempo -, especialmente neste momento em que as finanças públicas estão estranguladas pela pressão dos gastos com servidores e previdência, e faltam recursos para as demandas da sociedade nas áreas de infraestrutura, saúde, segurança e social, de uma forma geral.
Acrescente-se que pesa a favor da Industrialização o fato de Mato Grosso reunir os elementos necessários: matéria-prima abundante (algodão, couro, madeira, milho, soja etc.); energia de sobra; mão de obra farta a ser capacitada; linhas de financiamentos aos industriais (SUDAM, FCO e BNDES) e ainda, “de japa”, o fato de acabarmos de eleger um governador industrial.
Porquanto, espero sinceramente que, à exemplo de outros momentos, quando o Agro sentou à mesa com o Executivo e Legislativo e compreendeu a importância de contribuir mais com o Estado, o que resultou na criação do FETHAB II, as lideranças desse importante setor produtivo se sensibilizem para esse chamado histórico e deem novamente sua contribuição a Mato Grosso.
(*) WILSON SANTOS é Professor e Deputado Estadual por Mato Grosso.


A sociedade contra o crime
MIRANDA MUNIZ: Dr. Lúdio: colar no Lula para chegar ao 2º turno!

Dr. Lúdio: colar no Lula para chegar ao 2º turno!
* Miranda Muniz
Na eleição de 2022, Lula teve 38,5% dos votos em Cuiabá. Na minha percepção, se as eleições presidências fossem hoje, o percentual de votos para Lula certamente seria bem maior.
Por outro lado, a dita polarização Lula X Bolsonaro (esquerda X direita), que alguns tentam inutilmente e desesperadamente combater, permanece firme e forte e, fatalmente será a tônica nas disputas vindouras, sobretudo nas maiores cidade.
É com base nesta realidade objetivo que devemos traçar as estratégicas eleitorais do pré-candidato da Federação Brasil da Esperança, Dr. Lúdio, para alcançar o segundo turno.
Hoje as pesquisas sobre a sucessão na Capital, apontam uma liderança do Botelho, no patamar de 30%, seguida por Abílio, na casa dos 20% e do Dr. Lúdio, com cerca de 15%.
Ante a esse quadro, qual a tática mas acertada para impulsionar a candidatura do Dr. Lúdio e leva-lo ao segundo turno?
Tenho visto e ouvido algumas falas do Dr. Lúdio na mídia onde a tónica é centrada no discurso do “candidato de toda a Cuiabá”; “candidato do diálogo”, etc, e que na sua futura gestão se preocupará apenas com os “problemas de Cuiabá”. Também procura fugir da polarização “Lula X Bolsonaro”, sob o argumento de “nem Lula nem Bolsonaro moram em Cuiabá”.
A meu juízo, essa tática está equivocada. O crescimento do Dr. Lúdio nas pesquisas se dará com um discurso “colado no Lula”, de manhã, de tarde e de noite. No primeiro turno, onde serão necessários 25 a 30% dos votos para ir ao segundo turno, o discurso tem que ser “focado” em um nicho do eleitorado. Neste caso, no nicho a ser perseguido pelo Dr. Lúdio tem que ser o eleitorado do Lula, que hoje certamente está em torno de 45 a 50% em Cuiabá.
Ilusão considerar que o simples fato de ser um candidato do Partido dos Trabalhadores, por si só, já teria o apoio dos eleitores “lulistas”. O eleitorado do Lula quer uma candidatura que fala do Lula, que defenda as políticas públicas do Governo Lula, em especial às votadas aos mais necessitados. Mesmo “Lula não morando em Cuiabá”, muitas demandas da população para serem efetivadas dependem do Governo Federal – do Governo Lula.
Caso chegue ao segundo turno, aí sim, o discurso tem que ser mais amplo, para angariar apoios de outras candidaturas que disputaram no primeiro turno. Entretanto, fazer um discurso “do segundo turno” no primeiro turno, dificilmente levará a candidatura ao segundo turno.
Aspecto de certa relevância e que também precisa de ajustes é a posição da candidatura da Federação em relação ao Governador Mauro Mendes e ao Prefeito Emanuel Pinheiro.
Vejo um criticismo exacerbado ao Prefeito e certo jogo de confetes ao Governador, sob argumento de bom exemplo de gestor. É certo que o Prefeito teve e tem inúmeras falhas administrativas mas, por outro lado, também teve muitos acertos. Também há de se levar em conta que dois dos três partidos que compõe a Federação FE BRASIL (PV e PCdoB), fazem parte da base de apoio do Prefeito. Além disso, a Dona Márcia Pinheiro (PV), esposa do Prefeito, foi a candidata do Lula na eleição passada na disputa ao Governo e seu filho, o deputado Emanuelzinho, é um dos vices líderes do Governo Lula na Câmara dos Deputados e, certamente, ajudará muito a futura administração municipal.
Com uma tática acertada, tenho convicção que o Dr. Lúdio chegará ao segundo turno e terá grandes possibilidade de se tornar o prefeito de Cuiabá.
* Miranda Muniz: agronômo, bacharel em direito, oficial de justiça avaliador federal, dirigente estadual e municipal do PCdoB e da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
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