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JOSÉ RIBAMAR TRINDADE: Faccionado escapa da morte em Mato Grosso e conta como funciona uma facção criminosa
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GUERRA ENTRE FACÇÕES
Faccionado escapa da morte e conta como funciona uma facção criminosa
J.R.Trindade
Uma “guerra” declarada, mas silenciosa entre facções criminosas, principalmente entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) está cada vez mais presente no dia a dia, deixando um rastro de sangue, com centenas de mortes, principalmente de adolescentes e jovens, a mando de um suposto “Tribunal do Crime” que, além das mortes, deixam vítimas inutilizadas para o resto da vida.
Pela que este repórter apurou, e o que vem sendo publicado em sites, jornais, rádios e televisões todos os dias, o julgamento de um faccionado que comete um erro, ou do comportamento de um rival que costuma fazer publicações ostensivas e provocantes pelas redes sociais, são os principais motivos para que a pessoa vá para o “paredão” e seja fuzilado.
Em alguns casos, os tribunais do crime julgam para que o faccionado ou o rival sejam apenas vítimas de um ato violento, com uma sessão de torturas e ameaças de morte, classificados pelas próprias facções, como “salve”.
Muitas pessoas ligadas às facções, todas envolvidas em todos os tipos de crimes, conseguem escapar do “salve”, mas muitas, ou a maioria não fica apenas traumatizada, mas também paraplégicas, tetraplégicas, inutilizadas em cadeiras de rodas.
Só que, a “guerra” deixa marcas ainda mais violentas. Os “Tribunais do Crime”, na maioria dos casos, julgam pela morte, via execução, e retiram o que há de mais sagrado no ser humano, a vida. Centenas de pessoas, a maioria menores e jovens, que compram drogas fiadas e não conseguem pagar suas dívidas tem a “pena de morte” decretada em um julgamento sumário.
Este repórter conversou com exclusividade com jovem J.M.C., de 19 anos (letras invertidas), morador de Várzea Grande, usuário de drogas desde os 14 anos, que não consegue largar o vício, que começou com o uso de maconha, e hoje usa drogas pesadas, como cocaína e crack.
Primeiro o choro, ao lado da mãe e do pai, depois de escapar de uma execução sumária ao ser julgado pelo “Tribunal” de sua própria organização criminosa (ele não quis citar o nome da organização com medo de voltar a ser sequestrado, e desta vez morto), da organização onde trabalhava como “soldado”, e muitas vezes como “mula”, pois comprava para revender, mas usava o que era para ser vendido.
O jovem, que este repórter pediu permissão para ganhar um apelido de “Pirulito” (ele concordou), conta uma história de vida muito triste, mas recheada de sinceridades, principalmente que entrou no mundo das drogas e dos crimes, mesmo sabendo o que era bom e o que era ruim, pois sempre foi orientado pelos pais, que a droga é um universo sem fim e sem saída.
Conta que teve uma boa infância, que não concluiu o Ensino Médio porque se envolveu com coisas erradas, mas que sempre foi um bom aluno. Que nunca passou fome. Que muito pelo contrário, sempre teve farta comida em casa, pois seus pais sempre trabalharam duro como motorista e auxiliar de enfermagem para lhe dar do bom e do menor, mas que ele mesmo estragou a vida ao se envolver com outros usuários de drogas, ladrões e traficantes da região do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
Questionado sobre os motivos de ter sido sequestrado, escapado de um “salve”, a mando de uma facção criminosa (ele também se recusou a citar o nome da facção rival), ele baixou a cabeça. Chorou mais um pouco, mas agradeceu a Deus por estar vivo. Vivo com o alerta dos homens que o torturaram: “Não faça a mesma coisa outra vez, pois você não terá uma segunda chance de sobreviver”.
Antes de começar a falar sobre tudo que a reportagem iria perguntar, ele voltou a chorar, e não escondeu que estava com medo da reportagem não cumprir a palavra de não revelar o nome dele, apenas as inciais, que ele pediu para serem invertidas).
“O motivo foi uma dívida, alta, mas não tão alta, R$ 2,2 mil, mas que estava demorando para pagar. Se eu tivesse vendido as 100 gramas de cocaína que comprei na confiança da facção que era para revender, não teria problema algum. Só que eu vendi boa parte. Paguei, mas boa parte eu usei. Aí veio o problema, eu não tive como levantar o dinheiro para pagar e os juros”.
“O sequestro aconteceu na noite de uma quinta-feira, no início do ano. Eu estava voltando para casa a pé, pois havia saído para ir ao mercadinho, mesmo com medo, pois sabia do risco que eu estava correndo, quando o carro deles parou e eu fui colocado dentro. Fui levado para um local que eu não sei onde é hoje, e lá, antes das torturas, tive que ouvir tudo o que os torturadores falam para todos que são levados para um “salve”, principalmente quando é apenas uma espécie de dar um susto e uma chance”, confessa.
“Quando eles começaram a falar, eu logo percebi que estava com pelo menos uma chance não de não ser morto, pois quando é para matar, ele jogam a pessoa no chão, pedem para ficar de joelho, e sem falar nada, eles vão logo atirando na cabeça da pessoa”, revela.
“Posso afirmar que as facções não suportam qualquer tipo de traição. Não gostam que qualquer faccionado mexa com as mulheres, namoradas ou amantes de seus próprios companheiros, nem dentro e nem fora das penitenciárias e casas de detenção, principalmente de companheiros e até rivais. Sabem por que, porque os estatutos com as leis tem que ser cumpridos. Quem não respeita morre, não tem jeito, não tem pedidos de amigo, não tem clemência”, afirma.
Para finalizar, “Pirulito” conta que em alguns casos os julgamentos do Tribunal dão, pelo menos, uma chance. “Uma das poucas chances do faccionado escapar da morte é o caso da dívida, como foi o meu caso, pois o que o traficante quer mesmo é receber o dinheiro dele”, concluiu.
JOSÉ RIBAMAR TRINDADE é repórter policial em Cuiabá, Mato Grosso


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EDMUNDO LIMA DE ARRUDA JR: Na sucessão de Barroso, Lênio Streck desnivela qualquer outro candidato para vaga no STF

Não há dúvidas. Lênio Streck é hoje o jurista mais preparado para os desafios naquele padrão Supremo. O STF merece nomes do mais alto nível entre nossas mentes na área do Direito.
A escolha é política e causa uma mistura de surpresa e espanto ao pipocar de nomes: o Advogado geral da União, Jorge Messias, preparadíssimo, parece forte, mas ainda consolidando seu nome no meio jurídico.
A Janja quer, por critérios de amizade, Carol Proner, esposa de Chico Buarque, pouco expressiva em trabalhos com a técnica jurídica e na teoria da hermenêutica constitucional.
Lenio talvez seja grande demais para merecer a confiança de Lula num contexto no qual nosso presidente já se decepcionou com muitas de suas escolhas e se vê pressionado por uma militância conhecida… .
Lênio desnivela qualquer outro candidato, por melhor seja o currículo de muitos disponíveis, por erudição, produção acadêmica e técnica, visão crítica, múltiplas capacidades no raciocínio jurídico, sobretudo, pela coragem e criatividade nos fundamentos da interpretação constitucional.
Em cinco anos produziria uma revolução na nossa mais alta Corte.
Edmundo Arruda, sociólogo e jurista, nascido em Cuiabá, MT, vive há tempo em Florianópolis, SC

Lênio Streck com Edmundo Arruda em solenidade em Florianópolis
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