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As lutas do povo trabalhador

ELITE PREDADORA: Cineasta Silvio Tendler lança filme “Privatizações – A distopia do capital”. “Este filme faz reflexão sobre como o processo de privatização foi um grande engodo. O argumento forte que elegeu os Fernandos (Collor e FHC) é de que esse dinheiro dos ‘paquidermes’ das estatais serviriam para os serviços públicos, e isso não aconteceu. No Brasil, os serviços só pioraram de lá para cá. Por fim, o filme afirma que apenas a mobilização e organização da população podem garantir um país justo, igualitário e soberano”, destaca o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). VEJA AQUI O FILME

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As lutas do povo trabalhador

silvio tendler cineasta brasileiroSilvio Tendler lança filme sobre privatizações

Camila Marins (Fisenge)
Foto: Claudionor Santana
Da distopia à utopia. Este foi o sentimento coletivo dos presentes na pré-estreia do filme “Privatizações – A distopia do capital”, realizado na noite desta quinta-feira (9/10), no Museu da República. Centenas de pessoas, entre sindicalistas, estudantes, formadores de opinião, comunicadores e parlamentares, estiveram presentes e o consenso era de que somente a esperança da utopia é capaz de vencer as perversidades do projeto neoliberal e sua consequente distopia social. De acordo com o diretor do filme, Silvio Tendler o objetivo é contribuir pedagogicamente na construção da consciência política. “Este é um filme que eu devia a mim mesmo e ao país. Cinema é patrimônio público e é para ser visto e multiplicado, e não para ser produto confinado em salas de shoppings, em apenas 7% do território brasileiro”, disse.
Em 56 minutos de projeção, intelectuais, políticos, técnicos e educadores traçam, desde a era Vargas, o percurso de sentimentos e momentos dramáticos da vida nacional. “Se não conhecermos o nosso passado podemos incorrer no erro de repetir as farsas e tragédias do neoliberalismo no presente e no futuro”, afirmou o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Olímpio Alves dos Santos. Um dos principais pontos levantados pelo filme é o papel do Estado, cuja perspectiva neoliberal está rendida às exigências do mercado, do capital internacional e do lucro. “Este filme faz reflexão sobre como o processo de privatização foi um grande engodo.O argumento forte que elegeu os Fernandos (Collor e FHC) é de que esse dinheiro dos ‘paquidermes’ das estatais serviriam para os serviços públicos, e isso não aconteceu. No Brasil, os serviços só pioraram de lá para cá. Por fim, o filme afirma que apenas a mobilização e organização da população podem garantir um país justo, igualitário e soberano”, destacou o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).
O final dos anos 80 e a década de 90 são considerados tempos perdidos, devido à ofensiva neoliberal com seu projeto de privatização das principais empresas do Brasil. “Houve asfixia de grandes setores da engenharia nacional, em que investimentos foram negados para que houvesse sucateamento de todas as empresas estatais para justificar o processo de privatização. Esse filme é histórico, pois permite o resgate da história, para que o povo brasileiro conhecendo sua história possa planejar futuro melhor para cada cidadã e cidadão desse país”, pontuou o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clovis Nascimento.
Outro destaque do filme é a propaganda feroz em defesa das privatizações, bem como o papel dos meios de comunicação no desmonte do Estado brasileiro. “Eu vivi todo o processo de privatização no Rio de Janeiro. Lembro de cada cartaz que a gente fez, cada momento, cada bomba, cada corrida da polícia. Ou a gente conta essa história ou ela se perde. Perder essa memória é perigoso, porque pode significar a volta de um projeto, que arranca o sangue do povo brasileiro. Esse filme não engana e não disfarça, porque muitas das questões neoliberais se mantiveram”, lembrou a jornalista e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Claudia Santiago.
Cinema, a utopia necessária
A perspectiva da produtora e dos realizadores é promover o debate em todas as regiões do país como forma de avançar “na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos”, afirmou Silvio Tendler. Realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional, o filme traz a assinatura da produtora Caliban e a força da filmografia de um dos mais respeitados nomes do cinema brasileiro. Tendler lembrou que nos anos 50 a parceria entre sindicatos para produção de filmes acontecia mundo afora. “Num país de 200 milhões de habitantes não pode se resumir a 15 milhões de espectadores. A parceria com os sindicatos é fundamental. Nos anos 50 houve, na França e na Itália por exemplo, já havia esta parceria com entidades e produziram filmes ótimos. O Senge e a Fisenge ao fazerem isso não inovam, mas renovam”, concluiu Tendler.
Vale registrar, ainda, o fato dos patrocinadores deste trabalho, fruto de ampla pesquisa, serem as entidades de classe dos engenheiros. Movido pelo permanente combate à perda da soberania em espaços estratégicos da economia, o movimento sindical tem a clareza de que “o processo de privatizações da década de 90 é a negação das premissas do projeto de desenvolvimento que sempre defendemos

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RICARDO BERTOLINI: Inflação alta, salário mínimo desvalorizado e tributação injusta

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Inflação alta, salário mínimo desvalorizado e tributação injusta

Ricardo Bertolini

A política de valorização do Salário Mínimo, que vigorou de 2011 a 2019, tinha a missão de repassar uma parcela da riqueza nacional aos trabalhadores de baixa renda, e que consequentemente, recebem Salário Mínimo. Nesse período, o governo assumiu o compromisso de reajustar o Salário Mínimo de acordo com o índice inflacionário oficial, acrescido do percentual de variação positiva do Produto Interno Bruto – PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país;

Essa promessa de valorização do Salário Mínimo foi abandonada pelo governo, no entanto esperava-se a manutenção do compromisso de reajustar o Salário Mínimo de acordo com a variação do índice inflacionário oficial;

Dados divulgados pelo IBGE, nos dão conta que a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no período de 2020, fechou com alta de 4,52%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para reajustar o Salário Mínimo registrou alta de 5,45%;

No entanto, o governo reajustou o Salário Mínimo para R$ 1.100,00, aplicando índice de 5,26%. Em outras palavras, o reajuste do Salário Mínimo não cobre nem a inflação oficial;

Segundo dados levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, com um Salário Mínimo é possível comprar cerca de 1,58 cestas básicas, que custam, em média, R$ 696,70, composta por 13 itens alimentícios, base para cálculo do Salário Mínimo, necessário para sobrevivência de um trabalhador e de sua família. O valor é considerado o pior Salário Mínimo dos últimos 15 anos, justamente pelo menor poder de compra de alimentos, que variaram 14,09% contra os 5,26% de reajuste concedido para o mesmo período;

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Segundo o DIEESE, o valor do Salário Mínimo deveria ser de R$ 5.304,90, para uma família de 4 pessoas, dois adultos e duas crianças. No entanto, nem o governo nem a iniciativa privada se dizem capazes de garantir ou mesmo suportar valores nesses patamares;

Não é demais enfatizar que, para as famílias de baixa renda, os efeitos da inflação são sentidos com mais intensidade. Vejamos os exemplos das altas do óleo de soja e o arroz, que para o mesmo período, tiveram aumentos de 103% e 76% respectivamente;

Não bastasse as perdas inflacionárias e a redução do Salário Mínimo, a tributação injusta também afeta os mais pobres. Veja a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, por exemplo: a não correção da tabela de tributação da renda gerou uma cobrança de imposto de renda acima da inflação de 103% dos trabalhadores. Segundo estudos do SINDIFISCO NACIONAL, no período compreendido entre 1996 e 2020, o IPCA acumulou alta de 346,69% e a tabela de Imposto de Renda foi reajustada em 109,63%. Em 24 anos, somente nos anos de 2002, 2005, 2006, 2007 e 2009 a correção da tabela ficou acima da inflação, sendo que a última atualização aconteceu em 2015. Com essa política de não atualização da tabela, salários a partir de R$ 1.903,98 já pagam imposto de renda;

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Se a tabela do imposto de renda fosse reajustada conforme a inflação oficial, ganhos até R$ 4.022,89 não pagariam o imposto. Segundo dados da Receita Federal do Brasil – RFB, o número de declarantes isentos seriam mais de 21,5 milhões de pessoas, dobrando o número atual;

E ainda tem a questão da tributação centrada no consumo, o que faz com que as famílias de menor renda, paguem mais impostos proporcionalmente, do que as famílias das classes mais altas e maior potencial econômico;

Cancelamentos de matrículas, migração para ensino público, perdas de planos de saúde, trabalhos informais e aumento de número de desempregados, contribuirá para formação de uma enorme demanda social, pois os brasileiros estão mais pobres, sem empregos dignos e alimentação superonerosa;

Analisando esse cenário, chegamos à conclusão que estamos caminhando para obter o resultado da seguinte equação:

Inflação alta

+

Salário Mínimo desvalorizado

+

Tributação injusta

=

Aumento da Desigualdade Social.

Ricardo Bertolini, Fiscal de Tributos Estaduais, diretor da FENAFISCO – Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital e do SINDIFISCO-MT

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