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As lutas do povo trabalhador

BLOGUEIRO PLÍNIO ZUNICA: Neste domingo (15), amigos, conhecidos e parentes apoiaram a maior imbecilidade que eu já vi. Vocês, meus amigos, conhecidos e parentes, podem ter a melhor das intenções, mas estavam marchando numa micareta com milhares de pessoas que pediam claramente a volta da ditadura militar. Vocês fizeram coro com gente carregando suásticas, enforcando bonecos da Dilma e do Lula, carregando cartazes com dizeres de puro ódio e violência. Não interessa qual foi a intenção de vocês. O que vocês fazem, com sua ignorância política e histórica, é dar força para os fundamentalistas religiosos, para os militares, para os assassinos da polícia, para grupos que pregam a violência contra mulheres, que promovem a perseguição de gays, lésbicas e transexuais, que alimentam o racismo, machismo, elitismo e homofobia

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As lutas do povo trabalhador

‘NUNCA SUBESTIMEM O ÓDIO, O MEDO E A IGNORÂNCIA’

:

Plínio Zúnica denuncia o caráter fascista das manifestações de ontem, que reuniram multidões no País e espalharam imagens constrangedoras, como os pedidos de intervenção militar, o incêndio a uma sede do PT e as imagens de Dilma e Lula enforcados; “Vocês fizeram coro com gente carregando suásticas, enforcando bonecos da Dilma e do Lula, carregando cartazes com dizeres de puro ódio e violência”, escreveu ele, dizendo por que se envergonhou de quem, ontem, vestiu verde e amarelo; “é um erro grande da esquerda achar que esse é um movimento feito só por grupos de elite. A ideologia é da elite, os interesses são da elite, o dinheiro é da elite, os porta-vozes são da pior das elites, mas essa ideologia é ardilosa o suficiente pra infectar as mentes de todas as camadas sociais”; leia a íntegra

Nunca subestime o poder da ignorância, do ódio e do medo

POR PLÍNIO ZÚNICA, em seu blogue

Nota: Esse mês me propus a publicar apenas textos sobre mulheres árabes, mas o dia de hoje pede uma exceção
Vocês que vestiram verde e amarelo hoje me envergonham.
Hoje, amigos, conhecidos e parentes apoiaram a maior imbecilidade que eu já vi. Não é questão de ser contra o governo, porque, francamente, existem milhares de pontos a serem altamente criticados na Dilma sim. A questão é que vocês não fazem a menor ideia do que estão criticando. Eu não apoio o que tem sido o governo Dilma, mas sei escolher as minhas bandeiras e com quem me misturo.
Eu tive dezenas de conversas com gente de todo o tipo nos últimos meses, e o ponto em comum é que a maioria das pessoas não faz ideia do que reclamar. Falam de uma corrupção que não sabem o que é, não sabem diferenciar o que é uma presidenta da Republica do que é uma rainha absolutista, não fazem ideia do que são as atribuições de cada esfera do governo. Gente que não conhece história, que não sabe o que foi o Collor,que não sabe o que foi a ditadura, que não sabe o que foi a era FHC, que não entende os programas mais simples e básicos do governo do PT. Gente botando a culpa até dos serviços de telefone nas costas da Dilma.
Gente que se informa por memes burros de Facebook, que acredita no Revoltados On Line, que ouve o que dizem e dá poder para escrotos como o Lobão, Danilo Gentili, Silas Malafaia, Jair Bolsonaro, Paulinho da Força. Gente que tem medo da “Ameaça Comunista”,que acha de verdade que o PT tá tentando transformar o Brasil em Cuba. Gente que repete os chavões burros de “bolsa esmola”, “bolsa bandido”. Que acha que a corrupção do país vem toda do PT, e que não é capaz de fazer os raciocínios mais basais sobre as porcarias que afirmar. Gente que protesta contra a corrupção usando uma camisa da CBF, cara!!! Cadê o senso de ridículo de vocês???
Gente que é burra o suficiente pra falar que o PT faz o Brasil passar fome. De todos os argumentos, acho que esse é um dos mais imbecis. Pode-se criticar o PT por muita coisa, mas falar sobre fome é de uma boçalidade impressionante.
Vocês, meus amigos, conhecidos e parentes, podem ter a melhor das intenções, mas estavam hoje marchando numa micareta com milhares de pessoas que pediam claramente a volta da ditadura militar. Vocês fizeram coro com gente carregando suásticas, enforcando bonecos da Dimla e do Lula, carregando cartazes com dizeres de puro ódio e violência.
Vocês marcharam ao lado de gente com um cartaz de “Femicídio sim!” (qualquer pessoa que tenha visto essa foto e não tenha ficado enjoado é um imbecil). Vocês juntaram sua voz com o que há de mais podre na sociedade. Deram poder pra gente como os revoltados On Line, Lobão, Danilo Gentili, Coronel Telhada, Jair Bolsonaro, Silas Malafaia, Tv Globo.
Vocês choraram pateticamente ao som do hino nacional, se enrolaram em bandeira, caíram na ladainha nacionalista que é a base dos fundamentalismos modernos, e fizeram isso ao lado de centenas de cartazes pedindo pela intervenção militar.
Teve até um dos grupos mais acéfalos e míopes da esquerda universitária lançando um panfletinho safado pedindo que os grupos de esquerda se unissem ao coro da demência. Gente que vive num mundinho de revolução vila-madalena e tem uma capacidade de avaliação política pífia. Uma galera muito boa de pintar kraft bonito e muito ruim de juntar 2+2.
Não interessa qual foi a intenção de vocês. O que vocês fazem, com sua ignorância política e histórica, é dar força para os fundamentalistas religiosos, para os militares, para os assassinos da polícia, para grupos que pregam a violência contra mulheres, que promovem a perseguição de gays, lésbicas e transexuais, que alimentam o racismo, machismo, elitismo e homofobia.
É um erro grande da Esquerda achar que esse é um movimento feito só por grupos de elite. A ideologia é da elite, os interesses são da elite, o dinheiro é da elite, os porta-vozes são da pior das elites, mas essa ideologia é ardilosa o suficiente pra infectar as mentes de todas as camadas sociais. É uma ideologia baseada em medo, ódio e ignorância, e infelizmente esses elementos tem uma força de mobilização muito poderosa, mais do que a razão e a solidariedade. Não fosse assim, teria sido o movimento hippie a dominar o mundo, e não ideologias fascistas, imperialistas, colonialistas, eugenistas e elitistas. Não subestimem o poder do ódio, do medo e da ignorância. Não faltam exemplos do estrago que eles são capazes de fazer nas pessoas mais bem intencionadas.
Hoje foi um dia muito, muito triste
————-

MAIS INFORMAÇÃO E OPINIÃO

As lições do 15 de março

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Farei críticas pesadas, mas lhes prometo não me transformar num coxinha radical de esquerda, que vê culpa do governo em tudo.
Primeiro porque a culpa é nossa, de alguma forma.
Segundo porque nosso poder de análise não penetra a raiz de todos os problemas.
Há elementos que nos escapam.
Mesmo assim, arriscarei algumas considerações sobre os erros políticos do governo.
O mais óbvio, o mais consensual, o mais chocante, é a comunicação.
Isso não é uma brincadeira, então me permitam subir o tom.
O governo Dilma não tem mais o direito de ser tão incompetente em matéria de comunicação.
A negligência no uso das redes sociais da presidenta e do blog do Planalto, o abandono do Café com a Presidenta e de qualquer estratégia inovadora de comunicação, vem se tornando um gravíssimo crime político, que atenta profundamente contra os interesses e a soberania do povo brasileiro.
Não é exagero.
O 15 de março prova que não é exagero.
Comunicação não é uma questão menor. Em se tratando de política, é uma questão central, e afeta diretamente todas as decisões políticas de um governo.
Talvez em outra circunstância, em outra época, em outro governo, em outro país, a questão da comunicação não fosse tão absolutamente central.
Aqui, é.
A aprovação da Dilma está em queda livre, e se, hoje, um pesquisador batesse às portas de um eleitor de Dilma e uma pessoa de esquerda, talvez também recebesse a resposta: ruim e péssimo.
A resposta do governo aos ataques políticos que vem sofrendo, desde antes das eleições, tem sido sempre a de demonstrar fraqueza e ceder.
Ontem, a reação do governo, de levar ministros para afirmar que combaterão a corrupção, foi, mais uma vez, pusilânime.
Os manifestantes não querem saber de medidas contra a corrupção. Eles querem o “fora Dilma” e o fim do governo.
O governo não vai encontrar respostas a dar a essas pessoas.
O governo tem de dar respostas ao seu eleitorado.
Tem de mudar a maneira de fazer comunicação, o que significa mudar a maneira de fazer política.
Dilma foi reeleita em outubro do ano passado com a promessa de que faria mudanças.
Não fez mudança nenhuma.
Ou, aliás, fez sim. Para pior.
O governo ficou mais calado, mais paralisado.
Ontem, conversando com um cientista político, um dos maiores do país, falávamos sobre um ponto negligenciado em nossas análises: a personalidade do presidente e seus efeitos sobre a conjuntura do governo.
Aí encontramos um problema grave: a personalidade de Dilma tornou-se um problema delicadíssimo que teremos de resolver.
Há lideranças que florescem em meios às crises. Há outras que afundam.
Qual seria o caso de Dilma? A julgar por seu constante desaparecimento, ela parece ser o último.
Como iremos resolver isso?
Quem terá coragem de se aproximar de Dilma e falar que ela precisa tomar providências para não deixar que sua personalidade se torne um estorvo para o governo?
Se não é possível mudar a personalidade da presidenta, poderíamos ao menos trabalhar para reduzir os danos.
A mídia e seus tentáculos estão apertando o torniquete.
Os promotores da Lava Jato e Sergio Moro assumiram alegremente a faceta institucional do golpe.
A mídia já conseguiu repetir exatamente o que fez em março de 1964. Botou gente na rua.
Haverá um primeiro de abril?
No próximo dia 12 de abril, haverá outra manifestação.
O governo reagirá como?
Chamará os ministros para dizer que instituirá a “pena de morte” para corruptos?
Irá cumprir a agenda fascista dos manifestantes?
Sim, sei que nem todos os manifestantes eram fascistas.
Mas a quantidade de faixas, cartazes e bandeiras fascistas era enorme, e eles conviviam alegremente no meio das passeatas.
Eram aceitos!
Se houvesse um golpe fascista, a maioria daqueles manifestantes aceitaria tranquilamente, desde que fosse para “tirar o PT” do poder.
Por quanto tempo o governo seguirá reagindo apenas com elogios covardes ao caráter “democrático” das manifestações?
A única maneira do governo reagir é apostando no seu eleitorado, no seu povo, porque a guerra não é exatamente contra o governo.
É uma guerra contra nós, contra a esquerda, contra os movimentos sociais, contra os sindicatos, contra os partidos, contra qualquer medida que possa afetar o bolso dos ricos.
O governo só tem duas opções: enfrentar ou enfrentar.
Enfrentar não é ser agressivo, não é apostar na venezuelização.
Enfrentar é apostar na política e na democracia.
O governo, sozinho, não poderá enfrentar a mídia e o rebanho que ela conseguiu produzir.
O governo tem de mobilizar, democraticamente, as suas tropas.
Para isso, porém, terá de ousar.
Mas não adianta fazê-lo sem estratégia, sem inteligência.
Antes de qualquer coisa, é preciso montar um gabinete de crise, com a presença da fina flor da inteligência política do país, trabalhando 24 horas por dia, com muita rapidez, respondendo online, com sentido de urgência, a todos os ataques, monitorando o próprio campo, indo também para a ofensiva.
Vou dar um exemplo.
Ontem, no calor da emoção sobre as notícias acerca da agressividade fascista das manifestações, o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães, entrou no twitter para defender o imposto sobre as grandes fortunas.
Ótimo.
Me parece evidente que Guimarães reagia ao entendimento de que as forças governistas tem de atacar pela esquerda.
Entretanto, esse tipo de postura é exatamente o que a direita deseja, para atiçar o preconceito ideológico e criar uma onda que estoura facilmente na Câmara dos Deputados, levando o governo a perder qualquer votação, sobretudo uma que afete as elites.
A classe média, ciosa de seu pequeno ou médio patrimônio, ficará desesperada e agressiva ao imaginar que o governo quer avançar sobre ele.
Então, esclareçam a classe média! Não a deixem ser enganada pela mídia!
O governo e suas forças no parlamento e na sociedade tem de reagir pela esquerda sim, mas com inteligência.
É preciso trazer a informação sobre como funciona a tributação nos países desenvolvidos, países onde a classe média é hegemônica.
Se chegássemos perto, por exemplo, do imposto sobre a herança vigente nos Estados Unidos teríamos um grande avanço.
Seria muito mais difícil, para a direita, taxar de “comunista” uma das leis mais antigas da terra do Tio Sam.
Façamos comparações com países europeus, Japão, Coréia do Sul.
A mesma coisa vale para a democratização da mídia.
Esse é um debate para o qual o governo precisa contratar os melhores cérebros para convencer a opinião pública de sua necessidade.
Em primeiro lugar, é preciso conquistar para si o título de defensor da liberdade de expressão.
A tocha da liberdade não pode ficar em mãos de uma mídia construída sobre o cadáver da nossa liberdade.
A simbologia da luta pela democracia na mídia tem de ser inteiramente embebida em símbolos de liberdade.
A liberdade só existe com a lei.
Sem lei, não há liberdade, mas apenas a lei do mais forte, a selvageria.
O termo “regulação” é simbolicamente pobre e contraproducente.
É como chegar numa garota e, ao invés de dizer que ama, o sujeito dizer que seus “feronômios estremeceram”.
Não será difícil explicar à opinião pública que, em nenhum país do mundo democrático, existe uma mídia tão concentrada, e como isso pode afeta a liberdade do próprio sistema político.
Comparem com outros países!
Mostrem que nossa mídia nasceu na ditadura! Que ela ganhou dinheiro com a censura, que legitimou o autoritarismo, que escondeu a tortura.
Recentemente, foi revelado que Roberto Marinho, além de figura central no golpe de 64, articulou pessoalmente para que não houvesse as eleições prometidas aos democratas que apoiaram a derrubada do governo. Marinho articulou pelo endurecimento do regime, pela consolidação do totalitarismo. E ganhou muito, muito, dinheiro com isso!
Mostrem, pelo amor de Deus, que a Globo foi construída com dinheiro da CIA e dos EUA!
Por acaso é proibido, ao governo, falar o que os livros de história e documentos oficiais do próprio governo americano confirmam?
Diante de tanta gente pedindo a volta da ditadura, e com todas essas faixas presentes nas manifestações, a Dilma não virá a público para falar sobre história?
Se não houver um plano para reconstruir a imagem de Dilma, se não houver uma revolução na comunicação oficial, se não forem pensadas um conjunto de iniciativas políticas e econômicas que mobilizem os setores sociais que podem defender a democracia e o governo eleito, caminharemos aceleradamente na direção do abismo.
Um abismo que engolfará nossos filhos, nossa democracia, nosso futuro.

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Alguma coisa está fora da ordem

RICARDO BERTOLINI: Inflação alta, salário mínimo desvalorizado e tributação injusta

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Bertolini

Inflação alta, salário mínimo desvalorizado e tributação injusta

Ricardo Bertolini

A política de valorização do Salário Mínimo, que vigorou de 2011 a 2019, tinha a missão de repassar uma parcela da riqueza nacional aos trabalhadores de baixa renda, e que consequentemente, recebem Salário Mínimo. Nesse período, o governo assumiu o compromisso de reajustar o Salário Mínimo de acordo com o índice inflacionário oficial, acrescido do percentual de variação positiva do Produto Interno Bruto – PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país;

Essa promessa de valorização do Salário Mínimo foi abandonada pelo governo, no entanto esperava-se a manutenção do compromisso de reajustar o Salário Mínimo de acordo com a variação do índice inflacionário oficial;

Dados divulgados pelo IBGE, nos dão conta que a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no período de 2020, fechou com alta de 4,52%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para reajustar o Salário Mínimo registrou alta de 5,45%;

No entanto, o governo reajustou o Salário Mínimo para R$ 1.100,00, aplicando índice de 5,26%. Em outras palavras, o reajuste do Salário Mínimo não cobre nem a inflação oficial;

Segundo dados levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, com um Salário Mínimo é possível comprar cerca de 1,58 cestas básicas, que custam, em média, R$ 696,70, composta por 13 itens alimentícios, base para cálculo do Salário Mínimo, necessário para sobrevivência de um trabalhador e de sua família. O valor é considerado o pior Salário Mínimo dos últimos 15 anos, justamente pelo menor poder de compra de alimentos, que variaram 14,09% contra os 5,26% de reajuste concedido para o mesmo período;

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Segundo o DIEESE, o valor do Salário Mínimo deveria ser de R$ 5.304,90, para uma família de 4 pessoas, dois adultos e duas crianças. No entanto, nem o governo nem a iniciativa privada se dizem capazes de garantir ou mesmo suportar valores nesses patamares;

Não é demais enfatizar que, para as famílias de baixa renda, os efeitos da inflação são sentidos com mais intensidade. Vejamos os exemplos das altas do óleo de soja e o arroz, que para o mesmo período, tiveram aumentos de 103% e 76% respectivamente;

Não bastasse as perdas inflacionárias e a redução do Salário Mínimo, a tributação injusta também afeta os mais pobres. Veja a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, por exemplo: a não correção da tabela de tributação da renda gerou uma cobrança de imposto de renda acima da inflação de 103% dos trabalhadores. Segundo estudos do SINDIFISCO NACIONAL, no período compreendido entre 1996 e 2020, o IPCA acumulou alta de 346,69% e a tabela de Imposto de Renda foi reajustada em 109,63%. Em 24 anos, somente nos anos de 2002, 2005, 2006, 2007 e 2009 a correção da tabela ficou acima da inflação, sendo que a última atualização aconteceu em 2015. Com essa política de não atualização da tabela, salários a partir de R$ 1.903,98 já pagam imposto de renda;

Leia Também:  PARECE QUE JÁ COMEÇOU A BANDALHEIRA: Governo de Pedro Taques, que se nega a pagar reajuste de policiais civis, garantido pela Lei Complementar 540/2014, é suspeito de efetuar pagamento irregular (nada menos que R$ 3 milhões) para empreiteira de familiares do deputado Nininho. Secretário de Infraestrutura apresenta justificativa desmentida facilmente por dados do Fiplan. Marcelo Duarte, de forma equivocada e incompetente, diz que foi feito pagamento de serviços novos, contratados em janeiro, mas documentos mostram que grana liberada para Nininho é relativa a processos de 2014 - cujos pagamentos, pretensamente, estariam suspensos e sendo auditados. Governo estaria começando a pagar o preço pela vitória que teve ao eleger uma Mesa da Assembleia atrelada ao Paiaguás

Se a tabela do imposto de renda fosse reajustada conforme a inflação oficial, ganhos até R$ 4.022,89 não pagariam o imposto. Segundo dados da Receita Federal do Brasil – RFB, o número de declarantes isentos seriam mais de 21,5 milhões de pessoas, dobrando o número atual;

E ainda tem a questão da tributação centrada no consumo, o que faz com que as famílias de menor renda, paguem mais impostos proporcionalmente, do que as famílias das classes mais altas e maior potencial econômico;

Cancelamentos de matrículas, migração para ensino público, perdas de planos de saúde, trabalhos informais e aumento de número de desempregados, contribuirá para formação de uma enorme demanda social, pois os brasileiros estão mais pobres, sem empregos dignos e alimentação superonerosa;

Analisando esse cenário, chegamos à conclusão que estamos caminhando para obter o resultado da seguinte equação:

Inflação alta

+

Salário Mínimo desvalorizado

+

Tributação injusta

=

Aumento da Desigualdade Social.

Ricardo Bertolini, Fiscal de Tributos Estaduais, diretor da FENAFISCO – Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital e do SINDIFISCO-MT

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