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MIGUEL DO ROSÁRIO: Esforço de Lewandowski para debater embargos é último lampejo de independência e lucidez de um STF vergado, chantageado e humilhado pelo poder da mídia. Os barbosianos chamam de chicana a tentativa de Lewandowski para levar adiante um julgamento mais ponderado. O que dizem Miriam Leitão, Merval Pereira e outros globais, das chicanas usadas pela Rede Globo para fugir ao pagamento dos tributos que sustentam a educação e saúde pública dos brasileiros?

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Você, abaixo, mais um artigo do blogueiro Miguel do Rosário, do blogue "O Cafezinho" - o blogueiro que detonou a sonegação fiscal praticada pela poderosa Rede Globo. A denúncia pode dar origem a CPI na Câmara Federal, proposta pelo deputado Protógenes Queiroz

Você, abaixo, mais um artigo do blogueiro Miguel do Rosário, do blogue “O Cafezinho” – o blogueiro que detonou a sonegação fiscal praticada pela poderosa Rede Globo. A denúncia pode dar origem a CPI na Câmara Federal, proposta pelo deputado Protógenes Queiroz

As chicanas da Globo

Enviado por  – blog O CAFEZINHO
Em sua coluna de terça-feira, Miriam Leitão põe de lado suas góticas análises econômicas e publica uma furiosa defesa de Joaquim Barbosa. A urubóloga diverge radicalmente da crítica feita na véspera por Ricardo Noblat, em sua coluna. Leitão diz que Barbosa é um homem muito educado, e que Lewandowski demora-se em falas “excessivamente longas que nada acrescentam de novo”.
Leitão chancela a agressão de Barbosa, a qual descreve gentilmente como um “conflito entre ele e o ministro Ricardo Lewandowski”.
Não vou me estender sobre a inacreditável arrogância de Leitão, expressa já no título,”Questão de ordem”, como se ela tivesse poder oficial de ingerência sobre o julgamento. A jornalista, subitamente arvorada em suprema jurista, diz que “agora, o alongamento não faz sentido.”
Claro, a grande mídia quer um desfecho urgente da Ação Penal 470, porque já identificou que as críticas aos erros do processo se avolumam de maneira assustadora nas redes. Se jamais houve debate nos jornalões bancados pela Secom, agora não se dá mais um pio. A mídia bloqueia qualquer mínima discussão  em suas páginas e programas. E exige que o STF faça o mesmo.
É surreal. Joaquim Barbosa (com aval dos colunistas) quer que os ministros do STF chancelem tudo que ele diz. Seus pares devem ser submissos, obedientes, acríticos. E rápidos! Ninguém pode protestar. A ordem já foi dada. Quem divergir, será humilhado em público com as piores ofensas. No dia seguinte, a mídia irá fazer críticas delicadas à compostura do ministro, mas sempre concluindo que ele está com a razão.
O esforço de Lewandowski para debater os embargos é o último lampejo de independência e lucidez de um STF vergado, chantageado e humilhado pelo poder da mídia. O ex-presidente do STF nem terminou sua gestão e assinava prefácio do panfleto golpista de Merval Pereira, principal âncora político da Globo. O atual presidente, Joaquim Barbosa, acaba de empregar seu filho na Globo. Tá tudo dominado.
Eu gostaria apenas de pontuar uma coisa. Os barbosianos chamam de chicana a tentativa de Lewandowski para levar adiante um julgamento mais ponderado. Um julgamento em que os réus não sejam considerados inimigos, mas seres humanos com direito a magistrados imparciais, fiéis aos valores democráticos e humanistas da nossa Constituição.
Como os barbosianos qualificariam as desculpas grotescas da Globo para não pagar seus impostos?
O que pensa Miriam Leitão, Merval Pereira e outros globais, das chicanas de baixíssimo nível, quase caricaturais, usadas pela Globo para fugir ao pagamento dos tributos que sustentam a educação e saúde pública dos brasileiros?
Nem me refiro ao “crime contra ordem tributária”, conforme definiu Alberto Sodré Zile, quando dá a palavra final sobre a sonegação da Globo.
Estou me referindo à chicana da Globo, quando a Receita pede que a empresa se explique. Uma chicana ridícula. Ao invés de se retratar humildemente e pagar seu débito, a empresa tenta uma manobra decididamente hilária: diz que a dívida era da TV Globo, e não da Globo Comunicações.  Sim, é isso mesmo.
É que a TV Globo e a Globopar se fundiram em 2005, no bojo dos esforços do grupo para acertar suas contas na praça, depois que levara uma dura de um juiz de Nova York ao final do ano anterior. E daí nasceu a Globo Comunicação e Participações.

Trata-se da chicana mais cara de pau que jamais uma empresa cometeu na história mundial das sonegações. Autuada pela Receita porque não pagou os impostos da compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002, a Globo disse que a dívida era da TV Globo, não dela. É como se eu mudasse meu nome para Joaquim Barbosa e dissesse a meus credores que não lhes devo mais nada, porque a dívida deles era com Miguel do Rosário.  É como se o Fora do Eixo mudasse seu nome para Dentro do Eixo, e nunca mais pagasse aquele restaurante de Cuiabá que apareceu na Folha.
Pausa para rir durante três meses.
Essa é genuinamente boa. Devo, não nego, mas não pago porque eu não sou mais eu.
A Globo inaugurou a chicana esquizofrênica!
E Miriam Leitão e cia ainda querem dar lição de moral à Lewandowski! E por que? Porque ele está tentando evitar que os réus sejam massacrados num tribunal de exceção, esse teatro ridículo dirigido pela Globo, no qual os ministros agem qual marionetes sem personalidade.
Olha que eu citei apenas uma de várias chicanas que a Globo tentou usar para ludibriar a Receita. Todas são ridículas e todas foram rejeitadas magistralmente pelos auditores da Receita Federal.
Além da chicana, eu e o Fernando Brito, do Tijolaço, inspirados na dupla que investigou o Watergate, estamos investigando uma outra ação “protelatória”.  O roubo do processo da Globo. Segundo o Ministério Público, o crime teve como objetivo “obstar o desdobramento da ação fiscal que nele se desenvolvia, cujo montante ultrapassava 600 milhões de reais”.
 

 
É uma chicana atrás da outra.
Os réus da Ação Penal 470 estão lutando, com ajuda dos autos, para mostrar aos ministros do STF que houve erros grosseiros no julgamento, porque ele foi feito às pressas, sob grande pressão da mídia. Documentos foram ocultados deliberadamente (como o Laudo 2828, e o contrato da Visanet), pelo procurador e pelo então relator do processo, Joaquim Barbosa. Não houve um debate satisfatório. Os embargos, por isso mesmo, são necessários, e os debates precisam se dar com serenidade, como deveria ser qualquer debate em que a vida e a honra de cidadãos estão em jogo.
As chicanas da Globo, por sua vez, são ações desprezíveis de uma concessão pública, que recebe bilhões de reais da Secom e de todos os governos, para não pagar o seu maldito imposto de renda!
É inacreditável que um empresa chicaneira, sonegadora e golpista pretenda dar lição de moral à mais alta corte do país. E mais incrível ainda que os ministros se curvem às suas ameaças e chantagens!
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DEU NA VEJA: As revelações do livro de Eduardo Cunha sobre bastidores do golpe conta Dilma

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FIM DO SILÊNCIO - Eduardo Cunha: relatos dos conchavos de que ele diz ter participado no tempo em que presidiu a Câmara -
FIM DO SILÊNCIO – Eduardo Cunha: relatos dos conchavos de que ele diz ter participado no tempo em que presidiu a Câmara – Vagner Rosario/VEJA

Na antevéspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 2015, uma reunião secreta na sala do apartamento do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), no 9º andar de um prédio de luxo de frente para a praia de São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, definiu os rumos da história recente do país. Na manhã daquele sábado ensolarado, quatro políticos — além do anfitrião Maia, o então poderosíssimo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Carlos Sampaio, à época líder do PSDB na Casa, e o também tucano Bruno Araújo, o atual presidente nacional da legenda — acertaram como encaminhariam os procedimentos que resultaram, dez meses depois, no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os detalhes da trama desenhada pelo quarteto, em meio a goles de café e água, estão no livro-bomba Tchau Querida, o Diário do Impeachment, de 740 páginas, escrito por Cunha, hoje um político em desgraça, cassado, condenado a catorze anos e seis meses de cadeia e cumprindo prisão domiciliar. VEJA teve acesso a trechos do livro do ex-deputado, que acaba de fechar contrato de publicação com a editora Matrix, com lançamento previsto para abril.

PROTAGONISTA - Michel Temer: segundo Cunha, “o militante mais atuante” -
PROTAGONISTA – Michel Temer: segundo Cunha, “o militante mais atuante” – Cristiano Mariz/VEJA

Na narrativa em primeira pessoa, escrita em parceria com a filha mais velha, Danielle, Eduardo Cunha, de 62 anos, reconstitui as articulações nos bastidores para o afastamento definitivo de Dilma na época em que, graças a uma intrincada rede de troca de favores, tinha na palma da mão os rumos das votações na Câmara. Uma de suas revelações se refere ao papel, que ele afirma ter sido decisivo e francamente oportunista, do então vice-presidente Michel Temer. “Não foi apenas o destino ou a previsão constitucional que fizeram Michel Temer presidente da República. Ele simplesmente quis e disputou a Presidência de forma indireta. Ele fez a ‘escolha’ ”, relata Cunha. “Foi, sim, o militante mais atuante. Sem ele, não teria havido impeachment”, garante.
Em seus cinquenta capítulos, o livro aborda decisões do Supremo Tribunal Federal e brigas jurídicas com o PT ao longo da batalha do impeachment. Tomando por base observações de difícil confirmação, por serem tiradas de conchavos que não vinham a público, Cunha descreve, com críticas a ex-aliados, as reuniões, jantares e conversas de que participou nos bastidores de Brasília, na busca de votos para abrir o processo. A certa altura, as rajadas de sua magoada metralhadora giratória apontam para Maia, que ocuparia seu cargo no comando da Câmara: “Não tinha limites para a sua ambição e vaidade. Na busca pelo protagonismo, Rodrigo Maia quis forçar ser o relator da Comissão Especial de Impeachment. Eu tive de vetar”. No seu julgamento, o DEM não tinha a força política necessária.

Leia Também:  Sem apoio de Rosenwal e do Sinjusmat, servidores do Fórum de Cuiabá fazem protesto de 15 minutos por melhorias salariais. Há trabalho demais para poucos servidores. Eles querem ser recebidos em audiência, urgentemente, pelo presidente do TJ, desembargador Orlando Perri. LEIA CARTA À SOCIEDADE. VEJA O VÍDEO
SEGREDO - Dilma: reunião na casa de Maia teria traçado o caminho da saída -
SEGREDO – Dilma: reunião na casa de Maia teria traçado o caminho da saída – Cristiano Mariz/VEJA

Em outro momento, entra na mira o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), por sua vez, candidato agora de Maia e do PT à mesma presidência da Câmara. Segundo Cunha, Rossi fez parte do grupo que articulou contra Dilma, embora tivesse, ele próprio, contas a prestar. “A empresa Ilha Produção Ltda., pertencente ao irmão de Baleia e a sua mulher, recebeu nas campanhas eleitorais de 2010, 2012 e 2014 milhões de reais em pagamentos oficiais e caixa dois, inclusive da Odebrecht”, afirma Cunha. Procurados por VEJA, Maia, Temer e Rossi infelizmente não comentaram as afirmações que, ressalte-se, são apenas a versão de Cunha. O presidente Jair Bolsonaro também é citado na obra. “O primeiro pedido de impeachment coube ao então deputado (…), em função das denúncias de corrupção na Petrobras. Eu rejeitei o seu pedido. De todos os pedidos por mim rejeitados, Bolsonaro foi o único que recorreu”, relata.
 
Após a saída de Dilma, Cunha caiu rapidamente em desgraça. Em setembro de 2016, um mês depois do impeachment, ele foi cassado por quebra de decoro, ao mentir sobre a existência de contas na Suíça. Em outubro, pego pela Operação Lava-Jato, foi parar na cadeia por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Condenado, cumpriu três anos e cinco meses em regime fechado em três locais: na sede da Polícia Federal, em Curitiba, no Complexo Médico-Penal do Paraná e, por último, em Bangu 8, no Rio. No ano passado, por estar no grupo de risco da pandemia, obteve o direito de cumprir a pena em casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Lá, mora com a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, e recebe familiares e visitas que ainda o chamam de “presidente”. A título de moral da história, seu livro lembra a participação do PT no processo de impeachment de Fernando Collor, em 1992, para proclamar: “Quem com golpe fere, com golpe será ferido”.
Publicado em VEJA de 27 de janeiro de 2021, edição nº 2722

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