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Perillo cada vez mais envolvido com Cachoeira

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Disputa por um pedaço de Goiás
Em gravações obtidas por ÉPOCA, Cachoeira reclama de concorrentes na política goiana e discute a casa que pertencera ao governador Marconi Perillo
ANDREI MEIRELES E MARCELO ROCHA
DA REVISTA EPOCA
As investigações da Operação Monte Carlo mostram que a organização comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira tinha lá seus dias de dificuldade. Escutas telefônicas obtidas por ÉPOCA mostram que Cachoeira se preocupava com seu latifúndio. Em abril de 2011, ele se mostrava atento à ascensão de potenciais concorrentes na proximidade com o governador de Goiás, Marconi Perillo. Cachoeira fala numa sociedade entre Perillo e dois empresários para a compra de um avião de pequeno porte. O bicheiro avalia a aeronave em R$ 4 milhões.
A informação surge numa conversa entre Cachoeira e Wladmir Garcez. Ex-vereador pelo PSDB goiano, Garcez é apontado pela polícia como assessor de Cachoeira e responsável por contatos entre o bicheiro e Perillo. Às 22h30 de 18 de abril do ano passado, Cachoeira diz a Garcez que está “levando bola nas costas em tudo”. Na gravação, ele se mostra incomodado com um empresário chamado Wélber. “Wélber, aquele cara de Brasília, ele é sócio do Marconi no avião aí com o Rossine (…). Pagou R$ 4 milhões, um trem assim. O Marconi tem 50%, o Rossine tem 25%, e esse Wélber tem 25”, afirma Cachoeira. “Aquele dia, ele (a PF não identifica quem seria “ele”) falou que era amigo dele, você lembra?”, diz Garcez. Cachoeira afirma: “Tô te falando uai, esse trem aí… Nós tamo levando bola nas costas de todo mundo”. Cachoeira não admitia sombras em seus negócios.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou, por meio de nota: “Nunca participei de nenhuma sociedade com as pessoas citadas e jamais adquiri qualquer tipo de aeronave”. Perillo diz ainda que o governo de Goiás tem a quantidade de aeronaves suficiente para atender às necessidades do governador. Perillo afirma também que não conhece o empresário Wélber, tampouco Rossine, ambos mencionados por Cachoeira como seus sócios na transação.
Rossine Aires Guimarães é um empresário com origem em Catalão, Goiás, com negócios também em Tocantins e Mato Grosso. Em 2010, ele doou R$ 800 mil ao PSDB de Goiás durante a campanha que elegeu Perillo. Rossine é apontado pela PF como sócio de Cachoeira na Ideal Segurança. Os outros sócios são Cláudio Abreu, o diretor demitido da Delta Construções no Centro-Oeste, e o delegado federal Deuselino Valadares, suspeito de fazer parte da quadrilha. Além de parceiro de Cachoeira, Rossine é sócio da Vale do Rio Lontra, empresa que manteve contrato com a Agência Goiana de Transportes e Obras. O acerto foi rescindido no ano passado pelo governo de Goiás. ÉPOCA não conseguiu falar com Rossine.
Cachoeira mostra-se incomodado com um empresário em Goiás, que diz ser sócio de Perillo em aeronave
Rossine é mencionado em outro diálogo capaz de constranger Perillo, sobre uma transação imobiliária com a casa do governador num condomínio de luxo em Goiânia. Em 9 de abril de 2011, Cachoeira recebeu a ligação de um empresário interessado na compra da casa que pertencera a Perillo. Segundo as gravações, Cachoeira desconversa. Em seguida, telefona para Cláudio Abreu e lhe dá uma bronca. “(Para) de falar para os outros que eu tenho casa para vender em Alphaville do Marconi, rapaz!”, diz Cachoeira. Abreu joga a responsabilidade para Rossine. “Que eu falei, rapaz? É o Rossine que falou lá. Tá doido?”, afirma Cláudio. “Não pode falar de jeito nenhum que eu tenho casa para vender. Tem que dizer que o Rossine pegou isso atravessado.” Cachoeira telefonou para o interessado no negócio e encerrou o episódio. Alguns dias depois, em diálogo com sua mulher, Andressa Mendonça, Cachoeira diz ter de rasgar “urgente” o contrato de compra e venda de uma casa e registrá-la em nome de um laranja. Andressa não gostou. Na gravação, ela exige que a escritura seja feita no nome dela. Segundo os investigadores, é a mesma casa que pertenceu a Perillo até ele assumir o governo de Goiás.
Entenda as denúncias envolvendo Carlinhos Cachoeira e políticos
A história do imóvel revela coincidências, generosidades e desencontros que só acontecem entre políticos. Perillo afirma que imaginava ter vendido a casa para Garcez. Diz que só descobriu que a casa estava registrada em nome do empresário Walter Paulo Santiago quando a escritura foi passada em cartório. O empresário Santiago afirma ter emprestado a casa – de graça – para Garcez e não saber quem morava no local. Por que Cachoeira queria esconder seu vínculo com a casa, mesmo morando lá havia três meses? E como venderia uma casa da qual nem era proprietário? Perillo diz que nunca soube da participação de Cachoeira nessa transação imobiliária. Afirma ter encontrado o bicheiro em poucas ocasiões. Cachoeira, no entanto, sempre esteve por perto. Foi exatamente na porta dessa mesma casa que a PF bateu, na manhã de 29 de fevereiro deste ano, para prendê-lo.
 
 
Governador de GO é sócio em avião de R$ 4 mi, diz Cachoeira
Marconi Perillo (PSDB) nega que tenha aeronave e que seja sócio de empresários, como afirmou suposto contraventor
Em diálogo gravado pela PF, empresário preso afirma que tucano é dono de metade de um Cessna
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
RUBENS VALENTE
ANDREZA MATAIS
FOLHA DE S PAULO, DE BRASÍLIA
Em diálogo captado pela Polícia Federal, o empresário Carlinhos Cachoeira diz que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), é dono de um avião Cessna, que custou R$ 4 milhões, em sociedade com dois empresários.
Na gravação, em abril de 2011, Cachoeira fala para o ex-vereador Wladimir Garcez -segundo a PF, seu “assessor direto”- que Perillo é dono de metade do avião.
O restante é, de acordo com o diálogo, dividido entre os empresários Rossine Aires Guimarães, que, de acordo com a PF, é sócio de Cachoeira, e Hélder Rodrigues Zebral, ex-dono da churrascaria Porcão de Brasília.
“Aquele cara do Porcão, o Hélder, esse cara, ele é sócio do Marconi num um avião aí com o Rossine viu… Ele é um Cessna, 2010, pagou R$ 4 milhões, um trem assim. E Marconi tem 50%, o Rossi 25% e o esse Hélder, do Porcão, tem 25%. Tá voando com eles ai”, diz Cachoeira.
À Folha Perillo disse que nunca teve aeronave nenhuma nem sociedade com Guimarães ou Zebral.
Na conversa gravada pela PF, Cachoeira reclama com Garcez que está perdendo espaço em negócios para Zebral. O Porcão é ponto de encontro de autoridades.
“Rapaz, esse cara [Zebral] tá com parceria com todo mundo. Nós tamo levando bola nas costas em tudo, viu?”, diz Cachoeira.
O outro empresário, Guimarães, disse à Receita ter doado R$ 3,8 milhões à campanha do PSDB em Goiás em 2010, quando Perillo foi eleito. Cachoeira conta que soube do Cessna por Guimarães.
Ele é um dos donos da Ideal Segurança e da CRT (Construtora Rio Tocantins), empreiteira de obras públicas, e também concedeu empréstimos a Cláudio Abreu, ex-diretor da construtora Delta.

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No dia do servidor público, comunidade da UFMT alerta população sobre a PEC 32 e cobra deputados

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Adufmat cobra compromissos dos parlamentares que representam o povo trabalhador de Mato Grosso

Já faz mais de um ano que os servidores públicos federais, estaduais e municipais denunciam a elaboração de mais um forte e perigoso ataque contra os direitos constitucionais. O Governo Federal queria aprovar sua proposta de Reforma Administrativa (PEC 32) em agosto deste ano, mas devido à gravidade da pauta e a pressão de sindicatos e movimentos sociais, tem encontrado dificuldades para conseguir os 308 votos necessários.

Nessa quinta-feira, 28/10, Dia do Servidor Público, a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), representada pelos sindicatos dos docentes, técnicos-administrativos e estudantes – Adufmat-Ssind, Sintuf/MT e DCE, respectivamente -, fez mais uma intervenção: encheu de faixas as grades da universidade para denunciar o ataque e cobrar os parlamentares mato-grossenses.

Há seis semanas servidores de todo o país fazem vigília em Brasília para demonstrar aos parlamentares que a população é contrária à PEC 32, porque sabe que será prejudicada. A Adufmat-Ssind já realizou diversas atividade nesse sentido. Publicou uma cartilha elencando os malefícios da PEC 32 para os servidores e para a sociedade como um todo (clique aqui para acessar), organizou atos e campanhas nas ruas, redes sociais, emissoras de TV e rádio, lives, além de uma série de programas com a personagem Almerinda para dialogar com a população sobre o assunto.

Leia Também:  NÃO BASTASSE A GREVE NO DETRAN: Taborelli espana o secretário de Gestão, Júlio Modesto. Modesto tentou se fazer de desentendido quanto à negociação salarial com PMs e bombeiros e teve que ouvir o trovejar de Taborelli

A PEC 32 é a terceira proposta de Reforma Administrativa desde a promulgação da Constituição de 1988 e, desta vez, tem como objetivo precarizar os contratos dos trabalhadores, colocando os servidores públicos em condição de maior fragilidade e permitindo todo tipo de barganha com os cargos públicos. Também pretende introduzir o princípio de subsidiariedade, no qual o Estado atua como um igual, e não como um ente superior ao setor privado e conceder superpoderes ao presidente da República, que passaria a poder destruir instituições e autarquias com apenas uma canetada.

A justificativa mentirosa utilizada pelos governantes para aprovar a PEC 32 seria acabar com privilégios de servidores. No entanto, políticos, militares de alta patente e o alto escalão do Poder Judiciário, exatamente aqueles que recebem salários exorbitantes, ficarão de fora da Reforma. Ela tingirá, apenas, os servidores que recebem os menores salários, em sua maioria, os que estão em contato direto com a população usuária dos serviços públicos.

O Governo também mente sobre os reflexos da reforma para os atuais servidores federais, estaduais e municipais. Além de já receberem os piores salários e enfrentarem ambientes de trabalhos precarizados, esses servidores correm o risco de sofrer redução de salários e carga horária de trabalho em até 25%.

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Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, professor Reginaldo Araújo, a data é mais uma grande oportunidade para “chamar a atenção da população sobre os ataques da PEC 32 e cobrar os deputados, lembrando que aqueles que atacam a população dessa forma costumam não ser reeleitos, a exemplo da última Reforma da Previdência”.

Até o momento, os deputados mato-grossenses que se declararam contrários à PEC 32 são: Rosa Neide (PT), Emanuelzinho (PTB), Leonardo (SDD), Carlos Bezerra (MDB) e Juarez Costa (MDB). Os deputados que ainda se mostram favoráveis à proposta são Neri Gueller (PP), Nelson Barbudo (PSL) e José Medeiros (PODE).

Protesto na UFMT contra PEC 32

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