Cidadania
EDUARDO MAHON – "O juiz não é palmatória do mundo. Todavia, deve ser padrão ético acima do meramente legal. Por outro lado, a OAB precisa se mancar e praticar mais o que prega para os outros. A sociedade reprovará quem não tem simancol e desconfiômetro"
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Desconfiômetro
POR EDUARDO MAHON
O ano de 2012 será decisivo para o Judiciário e mais, para a Justiça. Começamos com um julgamento provisório de uma liminar, conservando poderes concorrentes do Conselho Nacional de Justiça com as corregedorias dos tribunais estaduais e federais (o que considero um equívoco) e pondo fim ao sigilo de nomes e julgamentos disciplinares contra juízes. Mas, no mesmo colegiado supremo, ficou definido que não haverá penas principais e acessórias que não estejam taxativamente previstas em lei, assim como a abertura de processos administrativos devem ser motivados, garantindo prerrogativas que o cargo reclama.
A Ordem dos Advogados ainda está muito atrás nesse processo de reestruturação, democratização, transparência. Enquanto fez passeatas pelo voto direto e universal, defendendo o voto fundamentado em tribunais, no próprio quintal ainda mantem o sigilo em processos administrativos contra advogados e o voto indireto para representantes de classe (que representam uma gestão, na verdade). Representado diversas vezes, tive os procedimentos arquivados e, nem por isso, tenho qualquer restrição que acompanhem os casos. Não pedi uma única vez favor a ninguém e nem sequer sustentei em meu próprio benefício. Simplesmente, confiei nos colegas que me julgaram que nem sequer conhecia. Qual o problema?
Além do mais, ainda há tribunais onde o escolha não passa pelo crivo dos colegas advogados e sim pelo próprio judiciário e poder executivo, uma distorção no processo de escolha e composição. A OAB nem sequer presta contas aos tribunais e promove concursos públicos para acesso aos cargos, ainda que seja uma autarquia federal. Prega a transparência, quando usufrui de uma caixa preta que é um caça-níquel chamado “exame de ordem” e anuidades exorbitantes.
Não seria novidade nenhuma se, tanto nos tribunais judiciais, como nos de contas, como nos ministérios públicos, haver supersalários, forjados com base em cacarecos absolutamente inaceitáveis. É certo que um juiz precisa se vestir bem e é por isso que ganha bem; não menos exato que um promotor necessita morar em habitação digna e é por isso que recebe vencimentos muito superiores aos da média nacional; o conselheiro merece andar de carro particular e é por isso que ganha quase como o presidente da república. Já não está bom?!
Auxílios de toda natureza: moradia, transporte, habitação, paletó, livros, tecnologia, motoristas, carros particulares, isso tudo é um baita absurdo. O cidadão que pleiteia o cargo público que remunera em mais de vinte mil reais por mês, sabe que parte desses vencimentos devem ser usados em prol de sua própria qualificação. Fica parecendo que o desembargador, o juiz, o promotor, defensor, conselheiro, fazem um favor de receber tão pouco, devendo o poder estatal complementar os vencimentos com auxílios de toda a ordem. Cargo público não é título nobiliárquico para que a família do servidor se aproveite com direitos hereditários.
O magistrado não deve ser alvo de ataques fáceis e generalizações infamantes como tem sido, ao compará-lo com bandidos de toga. Tampouco merece ganhar pouco, ser perseguido, ser privado de direitos e garantias ou, finalmente, ser o bode expiatório. O juiz não é palmatória do mundo. Todavia, deve dar o exemplo, ser padrão ético muito acima do meramente legal. Ganhar mais do que o teto constitucional, beneficiar-se com férias dobradas, receber penduricalhos e auxílios desnecessários com correções usurárias, acumular vencimentos, usar a abusar do erário em viagens e turismo acadêmico já é demais. Por outro lado, a OAB precisa se mancar e praticar mais o que prega para os outros. A sociedade reprovará quem não tem simancol e desconfiômetro.
Eduardo Mahon é advogado.


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LUIZ CLÁUDIO: Devemos ouvir a população sobre VLT ou BRT


Luis
A troca do VLT pelo BRT
* Luiz Claudio
Em seu primeiro discurso, após receber o resultado da última eleição, o prefeito Emanuel Pinheiro deixou claro que a gestão do Município sempre estará disponível para debater todas as ações que melhorem a vida da população cuiabana. Acontece que, para que um debate realmente seja uma verdade, esse processo necessariamente deve cumprir etapas como argumentar, ouvir, analisar e, por fim, tomar uma decisão em conjunto.
Essas etapas, essenciais principalmente em assuntos que envolvem mais de 600 mil pessoas, até o presente momento, continuam sendo completamente negligenciadas pelo Governo do Estado de Mato Grosso. O recente caso da troca do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) pelo Bus Rapid Transit (BRT) é um grande exemplo dessa dificuldade que a Prefeitura de Cuiabá tem encontrado quando se depara com demandas em que o Executivo estadual está envolvido.
Agora, depois de tomada uma decisão individualizada, se lembraram que existem as Prefeituras Municipais. Com convites para reuniões, as quais o Município não terá nenhuma voz, tentam criar um cenário para validar um discurso de decisão democrática que nunca existiu. Por meio da imprensa, acompanhamos declarações onde se é cobrada uma mudança de postura da Prefeitura de Cuiabá. Mas, qual é a postura que desejam da Capital? A de subserviência? Essa não terão!
Defendemos sim um diálogo. No entanto, queremos que isso seja genuíno. Um diálogo em que as decisões que envolvam Cuiabá sejam tomadas em conjunto e não por meio da imposição. De que adianta convidar para um debate em que já existe uma decisão tomada? Isso não passa de um mero procedimento fantasioso, no qual a opinião do Município não possui qualquer valor.
Nem mesmo a própria população, que é quem utiliza de fato o transporte público, teve a oportunidade de ser ouvida. Isso não é democracia e muito menos demonstração de respeito com aqueles que depositaram nas urnas a confiança em uma gestão. Por conta dessa dificuldade de diálogo foi que o prefeito Emanuel Pinheiro criou Comitê de Análise Técnica para Definição do Modal de Transporte Público da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.
Queremos, de forma transparente, conhecer o projeto do BRT. Saber de maneira detalhada o custo da passagem, o valor do subsídio, tipo de combustível, e o destino da estrutura existente como os vagões do VLT e os trilhos já instalados em alguns pontos de Cuiabá e Várzea Grande.
Confiamos nesse grupo e temos a certeza de que ele dará um verdadeiro diagnóstico para sociedade. Mas, isso será feito com diálogo. Como deve ser! E é por isso que o próprio Governo do Estado também está convidado para participar das discussões, antes de qualquer parecer, antes de qualquer tomada de decisão. Como deve ser!
Assim, em respeito ao Estado Democrático de Direito, devemos ouvir a população que é quem realmente vai utilizar o modal a ser escolhido, evitando decisões autoritárias de um governo que pouco ou quase nada ouve a voz rouca das ruas.
* Luis Claudio é secretário Municipal de Governo em Cuiabá, MT
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