Cidadania
Eduardo Gomes: "Que o escândalo de Lutero inspire o Ministério Público para novas tentativas de se apurar a caixa preta da Assembléia Legislativa"
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O jornalista Eduardo Gomes, em seu blog, mostra que, como aquela personagem do Chico Buarque, resolveu desatinar, saiu fora de vez da grande panelinha que protege o todo poderoso deputado José Geraldo Riva na imprensa de Mato Grosso. Desde que lançou o seu blog, Eduardo Gomes está livre e pode escrever preciosidades como esta, na analise dos possíveis desdobramentos do pedido de prisão de Lutero Ponce: "A blindagem dos deputados desta e de legislaturas anteriores a José Riva é uma faca de dois gumes: o mantém acima da lei, mas joga todos os parlamentares na vala comum". Leia o inteiro teor do artigo de Eduardo Gomes:
De feio
Por Eduardo Gomes
Não causou surpresa o desfecho da apuração feita pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Administração Pública, que aponta um rombo de R$ 7,5 milhões nos cofres da Câmara Municipal de Cuiabá, quando da presidência de Lutero Ponce de Arruda (PMDB), no biênio 2007/08, porque as evidências de tais maracutaias saltavam aos olhos até mesmo dos cegos. O surpreendente foi a decretação da prisão temporária de Lutero pelo juiz da Vara do Crime Organizado de Cuiabá, José Arimatéia Neves Costa.
Lamentavelmente Mato Grosso se acostuma a dois fatos extremamente graves: corrupção nos meios políticos e impunidade.
O escândalo patrocinado por Lutero tinha todos os ingredientes para cair na galeria do esquecimento, a exemplo de outro, tal e qual, promovido pela antecessora desse vereador no exercício da presidência da Câmara de Cuiabá, a atual deputada tucana Chica Nunes. Tudo levava a crer em mais um capítulo de impunidade, de escárnio. Porém, a eficiência e rapidez da Polícia Civil abriram as portas para o acionamento do Judiciário, que representado pelo juiz Arimatéia mandou botar Lutero e 10 servidores da Câmara atrás das grades.
Lutero fugiu. Servidores com mandados de prisão em abertos e procurados pela polícia também escafederam. São rápidos na rapinagem e mais velozes ainda para driblarem a Justiça.
A Polícia Civil não fez mais que sua obrigação. O mesmo também se aplica ao juiz Arimatéia. É esse tipo de conduta que o cidadão espera do Estado, que não pode ser vingativo, nem omisso, mas tem o dever de se pautar pelo cumprimento da lei.
Certamente Lutero conseguirá reverter o mandado de prisão e deverá se apresentar acompanhado de advogados para prestar depoimento, ou até mesmo para se calar até que seja ouvido em juízo. A prática nos mostra que é sempre assim, neste país de legislação frouxa e moldada para proteger os poderosos. Porém, o que conta é que o ex-presidente da Câmara terá que se explicar ao Judiciário, que poderá e deverá condená-lo a alguns pares de anos de prisão, juntamente com seus cúmplices.
A falta de controle externo do Legislativo desemboca em situações assim. A fartura de dinheiro público é a marca das Câmaras Municipais, graças ao imoral respaldo constitucional que outra coisa não é senão o famoso cala-boca aos vereadores. O duodécimo da Câmara de Cuiabá lhe garante R$ 2.500 por hora, 24 horas por dias, 30 dias por mês, 365 dias ao ano. Isso não é repasse: é abuso, e malversação do dinheiro público e faz nascer Lutero, Chica Nunes e outros iguais.
O deplorável episódio envolvendo a Câmara de Cuiabá não se resolve somente com a prisão, julgamento e condenação de Lutero. É preciso rever nacionalmente os percentuais dos duodécimos das Câmaras, das Assembléias e do Congresso Nacional, sob pena de no presente e no futuro Lutero se chamar Joaquim, Antônia ou Migué.
Que o escândalo de Lutero inspire o Ministério Público para novas tentativas de se apurar a caixa preta da Assembléia Legislativa, que há pelo menos quatro legislaturas desafia o Estado de Direito graças ao corporativismo reinante naquele Legislativo.
Os códigos forenses nos ensinam que não se pode condenar sem julgar. Mas, eles não nos dizem que se deve protelar julgamento. Essa é a realidade que cerca a Assembléia Legislativa, Poder que se encontra extremamente desgastado perante a opinião pública, porque seus membros não permitem que a gestão de seus recursos se torne pública com a clareza da água cristalina que se bebe.
A blindagem dos deputados desta e de legislaturas anteriores a José Riva é uma faca de dois gumes: o mantém acima da lei, mas joga todos os parlamentares na vala comum. Além do absurdo em si, essa prática mutila os membros da Assembléia, fecha horizontes ao surgimento de novas lideranças, leva o cidadão do povo à descrença na figura do Estado.
Que Lutero não seja somente um vereador fugitivo da lei, procurado por uma série de crimes praticados contra o erário público. Que acima de tudo seja inspiração ao Ministério Público para passar a Assembléia Legislativa a limpo, com o devido respaldo judicial que a população espera em nome da lei que universaliza todos os cidadãos, com ou sem mandatos, com ou sem prerrogativas, com ou sem imunidades, nesta terra onde infelizmente, até então, o feio é roubar e não poder carregar.
Eduardo Gomes de Andrade
[email protected]


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LUIZ CLÁUDIO: Devemos ouvir a população sobre VLT ou BRT


Luis
A troca do VLT pelo BRT
* Luiz Claudio
Em seu primeiro discurso, após receber o resultado da última eleição, o prefeito Emanuel Pinheiro deixou claro que a gestão do Município sempre estará disponível para debater todas as ações que melhorem a vida da população cuiabana. Acontece que, para que um debate realmente seja uma verdade, esse processo necessariamente deve cumprir etapas como argumentar, ouvir, analisar e, por fim, tomar uma decisão em conjunto.
Essas etapas, essenciais principalmente em assuntos que envolvem mais de 600 mil pessoas, até o presente momento, continuam sendo completamente negligenciadas pelo Governo do Estado de Mato Grosso. O recente caso da troca do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) pelo Bus Rapid Transit (BRT) é um grande exemplo dessa dificuldade que a Prefeitura de Cuiabá tem encontrado quando se depara com demandas em que o Executivo estadual está envolvido.
Agora, depois de tomada uma decisão individualizada, se lembraram que existem as Prefeituras Municipais. Com convites para reuniões, as quais o Município não terá nenhuma voz, tentam criar um cenário para validar um discurso de decisão democrática que nunca existiu. Por meio da imprensa, acompanhamos declarações onde se é cobrada uma mudança de postura da Prefeitura de Cuiabá. Mas, qual é a postura que desejam da Capital? A de subserviência? Essa não terão!
Defendemos sim um diálogo. No entanto, queremos que isso seja genuíno. Um diálogo em que as decisões que envolvam Cuiabá sejam tomadas em conjunto e não por meio da imposição. De que adianta convidar para um debate em que já existe uma decisão tomada? Isso não passa de um mero procedimento fantasioso, no qual a opinião do Município não possui qualquer valor.
Nem mesmo a própria população, que é quem utiliza de fato o transporte público, teve a oportunidade de ser ouvida. Isso não é democracia e muito menos demonstração de respeito com aqueles que depositaram nas urnas a confiança em uma gestão. Por conta dessa dificuldade de diálogo foi que o prefeito Emanuel Pinheiro criou Comitê de Análise Técnica para Definição do Modal de Transporte Público da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.
Queremos, de forma transparente, conhecer o projeto do BRT. Saber de maneira detalhada o custo da passagem, o valor do subsídio, tipo de combustível, e o destino da estrutura existente como os vagões do VLT e os trilhos já instalados em alguns pontos de Cuiabá e Várzea Grande.
Confiamos nesse grupo e temos a certeza de que ele dará um verdadeiro diagnóstico para sociedade. Mas, isso será feito com diálogo. Como deve ser! E é por isso que o próprio Governo do Estado também está convidado para participar das discussões, antes de qualquer parecer, antes de qualquer tomada de decisão. Como deve ser!
Assim, em respeito ao Estado Democrático de Direito, devemos ouvir a população que é quem realmente vai utilizar o modal a ser escolhido, evitando decisões autoritárias de um governo que pouco ou quase nada ouve a voz rouca das ruas.
* Luis Claudio é secretário Municipal de Governo em Cuiabá, MT
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