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Zeca do PT pode ser candidato a vereador em Campo Grande. Por que não Serys, Antero e Wilson, em Cuiabá?

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O recolher-se para impulsionar o recomeço
LOUREMBERGUE ALVES

O recolher-se, muitas vezes, pode ser visto como estratégia, e de fato o é. Sobretudo no jogo político eleitoral. Neste, vez ou outra, é preciso se afastar, geralmente de uma situação não confortável, para depois retornar a ela com mais força e presença. Volta que também exige habilidade, bem como a capacidade de ser humilde. Explica-se, portanto, o porquê muitos atores desaparecem politicamente. Lista que se perde de vista – dos chamados ‘ex quaisquer coisas‘. Até mesmo porque as retiradas de cena nada têm a ver com estratégica, mas sim forçadas em razão de derrotas, e estas provocadas pelos erros cometidos.
O caso do Zeca do PT é bastante peculiar. Atirou-se em uma disputa desnecessária em 2010, com o atual mandatário sul-matogrossense, quando o cenário lhe era completamente adverso, e o eleitorado tendia a renovar o contrato de trabalho do peemedebista André Puccinelli. A derrota fez aumentar os desgastes do ex-governador petista. Ainda combalido, anunciou recentemente a intenção de sair-se para a disputa a uma cadeira da Câmara Municipal de Campo Grande. Atitude louvável, uma vez que anuncia o próprio recomeço. O que poderia ser imitado por dezenas de outros políticos, inclusive da banda de Mato Grosso, cujo elenco seria incompleta sem a presença de Antero Paes de Barros, Roberto França, Wilson Santos, Serys Marli, Carlos Abicalil e Maksuês Leite.
Estes, no entanto, parecem não se entusiasmar com a briga pela cadeira do Parlamento cuiabano. Apenas o ex-deputado Luiz Soares sentiu-se atraído por ela. Talvez, agora, nem tanto. Ainda que seja para reforçar as urnas democratas. Aliás, a razão da candidatura do Zeca do PT a uma vaga no Legislativo campo-grandense é também uma tentativa de reconquista de espaço político – perdido por força de desacertos, derrotas e falta de estratégias. A exemplo do que fizera o hoje deputado federal Ibson Pinheiro (PMDB/RS). Cassado, mais tarde derrotado, voltou a se eleger vereador em Porto Alegre, e só depois retornou à Câmara Federal (2010).
Percurso político interessante. Para percorrê-lo seria necessário ter: humildade, habilidade e capacidade de dar a volta por cima. Características longe de serem encontradas. Não entre os políticos brasileiros de hoje que, quase sempre, pensam apenas nos interesses particulares imediatos. Não foram, curiosamente, outros os que fizeram o petista sul-matogrossense a retornar para o tablado da política. Interesses que passam pelo ajudar a candidatura do sobrinho, deputado Vander Loubet, ao Executivo campograndense. Somada à briga com o PMDB – partido que há mais de vinte anos administra a capital de Mato Grosso do Sul. O próprio Zeca foi derrotado duas vezes pelo peemedebista Puccinelli, em 1996, para a prefeitura, e em 2010, para o governo regional.
Quadro revelador. Pois deixa à mostra a falta de traquejo dos políticos. Muitos deles só saem a campo quando a disputa lhes parece fácil. Não entram em bola dividida. Temem ser vencidos pela ausência de estratégia. Isso explica parte da inexistência da ousadia para recomeçar, e a entrada na disputa por uma cadeira da Câmara Cuiabana é, por si só, uma relevante tentativa de reinício, sobretudo para os nomes acima mencionados.
Contudo, nenhum deles se atreverá a tanto. Nem mesmo, infelizmente, por força da reconquista. Até porque o reconquistar exige ‘virtudes políticas‘ difíceis de serem encontradas com facilidade. Daí a falta de estadista no país. Isso há bastante tempo.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista político.

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No dia do servidor público, comunidade da UFMT alerta população sobre a PEC 32 e cobra deputados

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Adufmat cobra compromissos dos parlamentares que representam o povo trabalhador de Mato Grosso

Já faz mais de um ano que os servidores públicos federais, estaduais e municipais denunciam a elaboração de mais um forte e perigoso ataque contra os direitos constitucionais. O Governo Federal queria aprovar sua proposta de Reforma Administrativa (PEC 32) em agosto deste ano, mas devido à gravidade da pauta e a pressão de sindicatos e movimentos sociais, tem encontrado dificuldades para conseguir os 308 votos necessários.

Nessa quinta-feira, 28/10, Dia do Servidor Público, a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), representada pelos sindicatos dos docentes, técnicos-administrativos e estudantes – Adufmat-Ssind, Sintuf/MT e DCE, respectivamente -, fez mais uma intervenção: encheu de faixas as grades da universidade para denunciar o ataque e cobrar os parlamentares mato-grossenses.

Há seis semanas servidores de todo o país fazem vigília em Brasília para demonstrar aos parlamentares que a população é contrária à PEC 32, porque sabe que será prejudicada. A Adufmat-Ssind já realizou diversas atividade nesse sentido. Publicou uma cartilha elencando os malefícios da PEC 32 para os servidores e para a sociedade como um todo (clique aqui para acessar), organizou atos e campanhas nas ruas, redes sociais, emissoras de TV e rádio, lives, além de uma série de programas com a personagem Almerinda para dialogar com a população sobre o assunto.

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A PEC 32 é a terceira proposta de Reforma Administrativa desde a promulgação da Constituição de 1988 e, desta vez, tem como objetivo precarizar os contratos dos trabalhadores, colocando os servidores públicos em condição de maior fragilidade e permitindo todo tipo de barganha com os cargos públicos. Também pretende introduzir o princípio de subsidiariedade, no qual o Estado atua como um igual, e não como um ente superior ao setor privado e conceder superpoderes ao presidente da República, que passaria a poder destruir instituições e autarquias com apenas uma canetada.

A justificativa mentirosa utilizada pelos governantes para aprovar a PEC 32 seria acabar com privilégios de servidores. No entanto, políticos, militares de alta patente e o alto escalão do Poder Judiciário, exatamente aqueles que recebem salários exorbitantes, ficarão de fora da Reforma. Ela tingirá, apenas, os servidores que recebem os menores salários, em sua maioria, os que estão em contato direto com a população usuária dos serviços públicos.

O Governo também mente sobre os reflexos da reforma para os atuais servidores federais, estaduais e municipais. Além de já receberem os piores salários e enfrentarem ambientes de trabalhos precarizados, esses servidores correm o risco de sofrer redução de salários e carga horária de trabalho em até 25%.

Leia Também:  ANTONIO ULIAN: A administração Pública de Cuiabá está péssima! Se existe coação, pressão, ameaças, perseguição advindos de precários contratos politiqueiros de DAS-4, com desmandos e abusos de poder de toda ordem, é porque o Prefeito e seus Secretários assim também pensam e, por vezes, assim também devem agir

Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, professor Reginaldo Araújo, a data é mais uma grande oportunidade para “chamar a atenção da população sobre os ataques da PEC 32 e cobrar os deputados, lembrando que aqueles que atacam a população dessa forma costumam não ser reeleitos, a exemplo da última Reforma da Previdência”.

Até o momento, os deputados mato-grossenses que se declararam contrários à PEC 32 são: Rosa Neide (PT), Emanuelzinho (PTB), Leonardo (SDD), Carlos Bezerra (MDB) e Juarez Costa (MDB). Os deputados que ainda se mostram favoráveis à proposta são Neri Gueller (PP), Nelson Barbudo (PSL) e José Medeiros (PODE).

Protesto na UFMT contra PEC 32

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