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O melhor detergente é a luz do sol

ENOCK CAVALCANTI: A bosta do governo de Mauro Mendes em Mato Grosso está exposta nas redes

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A bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes

Enock Cavalcanti

Sim, a atividade política, no Brasil, tem sempre um tom de pornografia. À direita e à esquerda. Os eleitores que se lasquem, já que os políticos que temos, em sua maioria, não se preocupam com as exposições vexatórias, eles querem mesmo é faturar, ajuntar tesouros na terra, talvez, quem sabe,para esquecer a própria insignificancia deles mesmos como seres humanos. Homens mercadorias.

Em Mato Grosso, então, tudo parece que fica mais constrangedor. Nestes últimos dias, as atividades governamentais do empresário Mauro Mendes tem sido traduzidas, nas redes, nas manchetes, nas conversas de botequins, nas piadas de alcova, através de palavrões. Palavras de baixo calão para resumir uma confusa experiência de sete anos de governo.

Vejam que nosso governador bolsonarista disparou xingamentos contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, aquele que fugiu para os Estados Unidos para tentar tramar, com Trump, um golpe contra as instituições democráticas em nosso País, já que a intentona de 8 de janeiro de 2023 restou apenas como uma trama tabajara.

Mauro Mendes está certo, penso eu, tentando ser livre ao pensar. Eduardo Bolsonaro só fala e faz merda lá no centro do império americano, e financiado pelos contribuintes brasileiros, já que segue ganhando seus proventos como deputado federal. Um acinte. Uma situação vexatória, pornográfica.

Lá dos Estados Unidos, Eduardo respondeu e sugeriu que Mauro Mendes é que é um bosta, um frouxo, um governador que não honra as calças que veste, já que xinga a ele, o filho do ex-presidente Bolsonaro, enquanto trabalha duramente para herdar os votos do gado que Bolsonaro agregou em Mato Grosso, terra onde o bolsonarismo parece ter encontrado um vasto pasto,

O que dizer desses homens e dessas mulheres que respaldam, com seus votos, personalidades políticas aparentemente forjadas na torpeza, como Mauro Mendes e Eduardo Bolsonaro? O grande desafio da política brasileira será, então, decifrar e compreender como funciona a cabeça de um patriotário que vota hoje no candidato que uma vez eleito irá amanhã, quando tiver poder, pisotear no destino deste patriotário. Dificil explicar essa fé cega, essa faca amolada sempre a ameaçar a esquerda em nossa sociedade. Alguém me diz que tem tudo a ver com uma competente manipulação da fé dessas pessoas nos designios do Deus Jeová, mas as evidencias não são tão óbvias assim. Há patriotários apegados às mais diversas crenças religiosas.

O fato é que a bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes para quem quiser saber dela. O assunto não é amplamente debatido na mídia regional porque a mídia regional recebe farta grana das instituições públicas para justamente evitar aprofundar a reflexão sobre as práticas das instituições públicas. Ou seja, nossa imprensa também é uma merda.

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O advogado e ex-governador Zé Pedro Taques entrou em cena para reforçar a desqualificação do governador Mauro Mendes, e ecoar a avaliação do Eduardo Bolsonaro de que o governador de Mato Grosso é, na verdade, o Mauro Mendes Bosta, o Mauro Mendes Merda.

Cabe o gracejo: nunca a política em Mato Grosso fedeu tanto. Mas o que temos de fato é uma mera constatação, diante de nossos olfatos já tão comprometidos. Sempre estivemos no esgoto da política. As elites trabalhando para continuarem como elites mandantes e acumuladoras de riquezas, enquanto o zé povinho rala e se ferra, mergulhado na merda de uma vida de sacrificios que nunca lhe oferta um momento efetivo de repouso.

Zé Pedro xinga Mauro Mendes mas até agora não xingou publicamente o atual ministro e senador licenciado Carlos Favaro, que tem atuado fortemente nos bastidores da política para tentar impedir que Taques assuma o controle do PSB em Mato Grosso e possa, assim, se qualificar para a disputa por uma vaga no Senado em 2026. Disputar o Senado é o sonho de uma noite de verão de Taques, pois quando esteve lá conseguiu avaliação positiva, ao contrário do tempo em que governou Mato Grosso ao lado do primo Paulo Taques.

Fávaro, pelo que faz crer, teria medo de disputar esta vaga com Zé Pedro e acabar perdendo para aquele ex-governador de quem foi vice e com quem rompeu, no passado, de forma tão pornográfica. Fávaro, estranhamente abençoado por Lula, surge então como mais um cacique a tentar reinar sobre o poder político na terra de Rondon e impor os interesses do Agro.

A luta de Zé Pedro para ter uma segunda chance diante do eleitorado cuiabano e mato-grossense merece ter um acompanhamento mais atento do povo de nosso Estado. Mas as coisas que acontecem nos bastidores não são expostas para o grande público. A surda disputa entre Fávaro e Zé Pedro ainda não ganhou as manchetes porque tudo se passa no silencio das conversas palacianas, em Brasília, e se Taques conseguir convencer o atual presidente nacional do PSB, o prefeito João Campos, de Recife, da importância dele revigorar a legenda em Mato Grosso, pode ser que, no final das contas, Zé Pedro e Fávaro tenham que, finalmente, se alinhar para a disputa contra o grupo de Mauro Mendes, Pivetta e bolsonaristas na rinha eleitoral de 2026. Quer dizer, as guerras dessa pré-campanha, já sinalizam para guerras futuras dentro dos blocos políticos que vão se formando para gerir a crise mato-grossense pela qual esses blocos políticos tem grande responsabilidade. Deu pra entender? Não sei se o eleitorado tem a paciência necessária. O eleitorado, afinal, existe para ser explorado não para pensar, segundo o conceito das elites. Povo é só uma abstração, por mais que a Carta Magna diga que “todo poder emana do povo”.

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Max Russi, por seu turno, se prepara para pular do esquerdista PSB para o direitista Podemos – e tudo parece tão natural, como se fosse natural essa salada ideológica envenenada pelo oportunismo que é sempre servida aos cidadãos eleitores e contribuintes de Mato Grosso. Politicos tradicionais, afinal de contas, também se comportam como travestis.

Viver é perigoso, sugeria Guimarães Rosa, através do seu personagem Riobaldo, em “Grandes Sertões Vereda”. Viver, em Mato Grosso, como se vê, é conviver cotidianamente com o esgoto da política. Nesse trajeto aparentemente infindável pelo esgoto, no final das contas, como ficamos nós? Eduardo Bolsonaro é um merda. Mauro Mendes é um bosta. E nós, aonde vamos? Em 2026, só nos será dada a chance de escolher entre candidatos pornográficos? Os ruins e os menos piores?

A direita e a extrema direita controlam as disputas políticas e eleitorais em Mato Grosso e vão nos arrastando para uma manifestação, nas urnas, que pode se confundir com um vômito. A esquerda se deixou enfeitiçar pela grana do Agro. Não temos opção, de fato, se os subalternizados, os debaixo, os fudidos, não conseguirem fazer valer seus interesses nesse campo minado da política.

Para escapar desta armadilha, fugir dos impropérios vazios e buscar uma saída que valha a pena teríamos que tentar nos transformarmos no super homem de Nietzsche. O super-homem como imaginou Nietzsche (Übermensch) é um ideal filosófico de indivíduo que supera os limites humanos e a moralidade convencional, criando seus próprios valores e vivendo autenticamente. Ele não é uma figura de poder físico como o herói dos quadrinhos, mas, sim, aquele que vence o niilismo e a decadência, abraçando a vida com coragem e vontade de criar seu próprio destino.

Essa tarefa não é fácil, mas já teremos conseguido alguma coisa se, pelo menos, não nos deixarmos envolver pela lógica dessas abomináveis lideranças políticas que temos hoje em Mato Grosso, a turma da bosta e a turma da merda que se agridem mutuamente, atualmente, nas manchetes.

ENOCK CAVALCANTI, 72, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, que se edita a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

 

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ELEIÇÕES 2026: Fávaro banca Natasha mas tenta chutar Zé Pedro Taques. Em MT, Agro capturou a esquerda e é verdadeira face da direita

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Fávaro banca Natasha mas tenta chutar Zé Pedro Taques. Em MT, Agro capturou esquerda e é verdadeira face da direita

POR ENOCK CAVALCANTI

Meus amigos, meus inimigos: Onde está o candidato que representará a esquerda e os setores explorados e oprimidos, no embate eleitoral que se aproxima, em Mato Grosso e no Brasil, previsto para o ano de 2026?

A triste constatação, é que ainda não existe esse candidato ou essa candidata. A esquerda, em nosso Estado, pelo que se pode observar, parece que simplesmente desapareceu. Ou, pior, entrou em simbiose mutante.

O procurador Mauro Lara, que posava de extremista, nas palavras, enfrentando os políticos tradicionais com muitos xingamentos, agora virou cabo eleitoral do PSD e de Carlos Fávaro. Fica a expectativa de que o PSOL, depurado desse trairáo de tantas décados, desse sufocador das vocações libertárias de muitos e muitas dos correligionários do partido, possa, agora, se libertar da mordaça, e ressurgir com um propósito renovador.

O PSB, pretenso partido “socialista” mato-grossense, segue garroteado por Max Russi, que se revela mais interessado nas benesses do poder pelo poder, e está longe de ser um pregador do socialismo disruptor em terras de Rondon, Tanto que seu plano mais imediato, no qual vem sendo frustrado pelo calendário político-eleitoral, é se mudar com malas e cuias para o Podemos, partido bolsonarista, onde poderá continuar dando vazão ao seu amor incondicional por Mauro Mendes, o governador que é seu parceiro no controle do mainstream político regional. Max Russi escolheu a via do bolsonarismo para sobrenadar na política.

O PSD, de Carlos Fávaro, Procurador Mauro, Natasha, Wilson Santos e outros que tais, é um dos partidos de Mato Grosso que presta culto ao poder do Agro que, em nosso Estado, se concentra na família Maggi. Através do PSD o ex-governador Blairo Maggi e seu primo Eraí Maggi tem sabido impor a força de suas botinas até mesmo contra o velho sapo barbudo que é o metalúrgico Lula, atual presidente do Brasil, que governa o País muito mais como um pai dos pobres do que como uma futura liderança da emancipação do proletariado.

A família Maggi, que uso aqui como persona para traduzir o poder dos barões da soja, é tão esperta e criativa que consegue botar o pé em muitas canoas. Controla o partido do Fávaro, mas também controla a cabeça e o governo comandado por Mauro Mendes e por um braço importante da União Brasil em Mato Grosso.

Graças à influência de Maggi e do Agro na cabeça de Lula, o PT, Partido dos Trabalhadoresentrou em parafuso, virou um satélite do PSD em Mato Grosso e vai viabilizando, pretensamente pela esquerda, a dominação que tanto interessa aos barões do Agronegócios, que prosperam cada vez mais neste Estado, onde nem o MST consegue gritar contra eles.

Ah, o MST! Ai de ti, MST! O MST está com o PT e se o PT está com o PSD acaba que também está com o Agro e, há muito tempo, como todos já devem ter percebido, não pratica a arte da invasão de terra como expressão da reivindicação política nestas terras de Rondon. Invadir terra em MT quem invade mesmo são os grandes fazendeiros, como a filha de Zé Riva já teve o cuidado de registrar na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

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Se Lula, lá em cima, se esqueceu que o Banco Central é uma plataforma de poder a serviço dos banqueiros, e se mantém mudo à medida que seu capataz Galípolo faz tudo que interessa ao mercado, se esquecendo dos antigos faniquitos contra Roberto Campos Neto, aqui em Mato Grosso, Maggi, Mauro Mendes e o Agro, conseguem forjar no centro da capital Cuiabá, um Parque Novo Mato Grosso que é uma espécie de Arco do Triunfo do capitalismo excludente dos grandes senhores da soja contra os interesses sempre adiados da classe trabalhadora. E o Centro Histórico de Cuiabá que desabe em mil pedacinhos!

Sim, para os subalternizados, o cenário político não poderia ser mais desafiador do que neste Mato Grosso que Zé Pedro Taques, cinicamente talvez, chamava de “Estado de Transformação”. Transformação tão anti-povo que até mesmo a tentativa do Zé Pedro Taques de se reintroduzir na política, batendo diariamente na figura e nas políticas capitaneadas por Mauro Mendes, sofre ameaça de nulificação porque o poderoso ministro de Lula, o poderoso Carlos Maggi Favaro, não suporta a ideia de um Zé Pedro Taques renascido, e disputando votos para senador com ele. As notícias que nos chegam dão conta de um Fávaro descontrolado, nos bastidores, em Brasília, sapateando, em ardorosa militância, no esforço para impedir Zé Pedro de se filiar e passar a comandar o PSB em Mato Grosso. Para Fávaro foi muito fácil dá palanque para a conservadora (de pneus?) Margareth Buzetti, mas a ideia de um Zé Pedro que ataca com dureza o governador Mauro, que no final das contas, é seu parceiro no grupo político da família Maggi, parece que lhe dói nas tripas.

É bem mais gostoso para Fávaro investir na criação de Natasha Slhessarenko – aquela mesmo que no passado quase abraçou o bolsonarismo – como mais um figura com potencialidade para engabelar a maioria trabalhadora do povo e ir transformando o partido do Agro, o PSD, na nova legenda dos trabalhadores, como foi o PSB, na era Vargas. Ainda que o PSD e Kassab, lá em São Paulo, não vacilem em ter o governador Tarcísio de Freitas como seu irmão e camarada mais dileto.

Vejam vocês como a política poder ser complicada. Veja vocês que essa política exije tanto estudo e tanta militância, que, para o Pasquim Cuiabáno do João Guató, Natasha Slhessarenko, ao invés de aparecer como um novo Cavalo de Tróia, vai ganhando cores de esquerdista, mas eu sei que isso só acontece porque, ao invés de estudar e militar, nossa esquerda gourmet prefere cantar com Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar!”

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No Manifesto de Fundação do Partido dos Trabalhadores, aparentemente relegado a leitura segundo plano pelos líderes da esquerda de plantão, está escrito: “O PT surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que, finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá.A grande maioria de nossa população trabalhadora, das cidades e dos campos, tem sido sempre relegada à condição de brasileiros de segunda classe. Agora, as vozes do povo começam a se fazer ouvir por meio de suas lutas. As grandes maiorias que constroem a riqueza da Nação querem falar por si próprias. Não esperam mais que a conquista de seus interesses econômicos, sociais e políticos venha das elites dominantes. Organizam-se elas mesmas, para que a situação social e política seja a ferramenta da construção de uma sociedade que responda aos interesses dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo capitalismo.”

Faz muito tempo que, em Mato Grosso, as grandes massas trabalhadores deixaram de ser ouvidas e muito menos mobilizadas. Nucleos partidários foram desmobiizados, diretórios praticamente não se reúnem para opinar e decidir. Fica tudo na mão de figuras pretensamente iluminadas, como Lúdio Cabral, Max Russi, Wilson Santos, Barranco, Rosa Neide – aquela mesma, tão pródiga em elogios à administração de Mauro Mendes.

Abilio Brunini, com seu jeito abilolado, gosta de dizer que em Mato Grosso, o bolsonarismo domina e que neste Estado a esquerda não tem e nem terá vez. Por um certo viés, talvez ele esteja certo. Só que Abilio parece que ainda não reparou que não existe só uma direita, e que o bolsonarismo não é um grupo tão alinhado assim. São várias direitas. Direitas que se digladiam pelo controle das riquezas e do destino do povo trabahador que aqui viceja, e vai produzido mais e mais riquezas cedendo a sua mais valia.

A direita em Mato Grosso é como uma Medusa. Se multiplicaram as suas cabeças, a direita tem uma fome pantagruélica. E ela dá certamente muitas risadas quando ouve alguém falar que uma figura como Natasha Slhessarenko tá se apresentando na política regional para disputar votos e para representar as classes oprimidas. Eu também tento rir. Mas meu gosto pela ironia não vai tão longe.

ENOCK CAVALCANTI, 72, é jornalista e editor da PAGINA DO ENOCK, blogue editado a partie de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

O blogueiro Enock Cavalcanti, ladeado por Natasha Slhessarenko e Zé Pedro Taques

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