O melhor detergente é a luz do sol
CAIUBU CUHN: Cobrar muitos impostos dos mais pobres, enquanto se isenta algumas cobranças dos mais ricos é algo inaceitável.
O melhor detergente é a luz do sol

Impostos: você paga. Eles, nem sempre!
POR CAIUBI CUHN
Você sabe o que são incentivos fiscais? Na prática esse termo é usado para políticas econômicas que fornecem benefícios para empresas, como por exemplo, a redução ou isenção de impostos que deveriam ser pagos por elas. Esses incentivos existem em diversas esferas, a federal, estadual e municipal. Algumas boas empresas do Brasil só realizam aportes nos municípios, ou em determinado estado, se forem agraciadas com o direito de pagar menos impostos que o empresário local e que você, cidadão comum. Como por exemplo, o direito de não pagar o IPTU, redução no IPVA ou outros tipos de impostos.
O valor fornecido em incentivos fiscais vem crescendo ao longo do tempo. Teve o maior salto nos governos do PT, onde a bolsa empresário, ou seja, o que o governo deixou de arrecadar em isenções saiu de 78 bilhões, em 2006, e chegou a 270 bilhões em 2015, em números absolutos. Esses valores correspondem somente ao que o Governo Federal deixou de arrecadar, ou seja, além deste expressivo número, ainda se teve o montante de recursos relacionados aos incentivos ficais concedidos por estados e municípios.
No ano de 2020, os incentivos fiscais chegaram a R$ 330,6 bilhões. Talvez seja difícil para o leitor imaginar o quanto esse valor representa. Por isso é importante comparar com outros números do governo. Tirando os valores investidos pelas empresas públicas, todos os outros investimentos do governo federal somaram 19,5 bilhões, já o orçamento aprovado do Ministério da Saúde foi de R$ 122,9 bilhões e o do Ministério da Educação foi de R$ 95,2 bilhões. Se somarmos os valores previstos para educação, saúde e investimentos do governo federal, mesmo assim não chega ao volumoso montante da “bolsa empresário”.
Acredito que existem casos que os incentivos fiscais são importantes, porém, será que todo esse valor fornecido em desonerações é de fato necessário? Faz sentido todos os investimentos do governo federal não chegarem nem sequer a 10% dos valores concedidos em incentivos fiscais?
Para piorar a situação, quando olhamos a distribuição da carga tributária no país, ou seja, quem paga e quanto cada pessoa paga de impostos, é fato que os mais pobres e a classe média pagam proporcionalmente muito mais impostos que os 1% mais ricos da população. Isso ocorre porque os impostos no Brasil estão concentrados sobre o consumo, ou seja, na comida, roupa, eletrônicos, luz, água, e não sobre a renda e patrimônio. O Brasil é um dos poucos países do mundo que não cobra impostos sobre lucros e dividendos, que são os ganhos que as pessoas que possuem ações de empresas recebem quando a empresa divide os lucros. Enquanto isso um cidadão comum, que é empregado de uma empresa paga até 27% só de imposto de renda. O dono da empresa recebe seus dividendos (lucro) sem ter que pagar impostos sobre eles.
Eu não sei você leitor, mas eu considero essa situação no mínimo revoltante. Precisamos que os governos, sejam eles federal, estadual ou municipal, construam políticas justas, que favoreçam o desenvolvimento econômico e social do país. Cobrar muitos impostos dos mais pobres, enquanto se isenta algumas cobranças dos mais ricos é algo inaceitável. A conta do Estado não pode ficar nas mãos dos trabalhadores mais pobres e da classe média.
Se os incentivos fiscais fossem reduzidos pela metade, seriam mais de 160 bilhões que poderiam ser usados para garantir educação e qualificação para os nossos jovens, ou ajudar a sanar problemas estruturais que o país possui, seja de logística, infraestrutura nas cidades, moradia, entre muitas outras áreas. Lembrando que estamos falando de valores anuais, então imagine quantas mudanças que poderíamos ter em uma década. Para mudar o Brasil, precisamos debater quem paga as contas do estado e para onde vai o dinheiro arrecadado.
Caiubi Kuhn é Professor na Faculdade de Engenharia (UFMT), geólogo, especialista em Gestão Pública (UFMT), mestre em Geociências (UFMT)
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ELEIÇÕES 2026: Fávaro banca Natasha mas tenta chutar Zé Pedro Taques. Em MT, Agro capturou a esquerda e é verdadeira face da direita
Fávaro banca Natasha mas tenta chutar Zé Pedro Taques. Em MT, Agro capturou esquerda e é verdadeira face da direita
POR ENOCK CAVALCANTI
Meus amigos, meus inimigos: Onde está o candidato que representará a esquerda e os setores explorados e oprimidos, no embate eleitoral que se aproxima, em Mato Grosso e no Brasil, previsto para o ano de 2026?
A triste constatação, é que ainda não existe esse candidato ou essa candidata. A esquerda, em nosso Estado, pelo que se pode observar, parece que simplesmente desapareceu. Ou, pior, entrou em simbiose mutante.
O procurador Mauro Lara, que posava de extremista, nas palavras, enfrentando os políticos tradicionais com muitos xingamentos, agora virou cabo eleitoral do PSD e de Carlos Fávaro. Fica a expectativa de que o PSOL, depurado desse trairáo de tantas décados, desse sufocador das vocações libertárias de muitos e muitas dos correligionários do partido, possa, agora, se libertar da mordaça, e ressurgir com um propósito renovador.
O PSB, pretenso partido “socialista” mato-grossense, segue garroteado por Max Russi, que se revela mais interessado nas benesses do poder pelo poder, e está longe de ser um pregador do socialismo disruptor em terras de Rondon, Tanto que seu plano mais imediato, no qual vem sendo frustrado pelo calendário político-eleitoral, é se mudar com malas e cuias para o Podemos, partido bolsonarista, onde poderá continuar dando vazão ao seu amor incondicional por Mauro Mendes, o governador que é seu parceiro no controle do mainstream político regional. Max Russi escolheu a via do bolsonarismo para sobrenadar na política.
O PSD, de Carlos Fávaro, Procurador Mauro, Natasha, Wilson Santos e outros que tais, é um dos partidos de Mato Grosso que presta culto ao poder do Agro que, em nosso Estado, se concentra na família Maggi. Através do PSD o ex-governador Blairo Maggi e seu primo Eraí Maggi tem sabido impor a força de suas botinas até mesmo contra o velho sapo barbudo que é o metalúrgico Lula, atual presidente do Brasil, que governa o País muito mais como um pai dos pobres do que como uma futura liderança da emancipação do proletariado.
A família Maggi, que uso aqui como persona para traduzir o poder dos barões da soja, é tão esperta e criativa que consegue botar o pé em muitas canoas. Controla o partido do Fávaro, mas também controla a cabeça e o governo comandado por Mauro Mendes e por um braço importante da União Brasil em Mato Grosso.
Graças à influência de Maggi e do Agro na cabeça de Lula, o PT, Partido dos Trabalhadoresentrou em parafuso, virou um satélite do PSD em Mato Grosso e vai viabilizando, pretensamente pela esquerda, a dominação que tanto interessa aos barões do Agronegócios, que prosperam cada vez mais neste Estado, onde nem o MST consegue gritar contra eles.
Ah, o MST! Ai de ti, MST! O MST está com o PT e se o PT está com o PSD acaba que também está com o Agro e, há muito tempo, como todos já devem ter percebido, não pratica a arte da invasão de terra como expressão da reivindicação política nestas terras de Rondon. Invadir terra em MT quem invade mesmo são os grandes fazendeiros, como a filha de Zé Riva já teve o cuidado de registrar na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Se Lula, lá em cima, se esqueceu que o Banco Central é uma plataforma de poder a serviço dos banqueiros, e se mantém mudo à medida que seu capataz Galípolo faz tudo que interessa ao mercado, se esquecendo dos antigos faniquitos contra Roberto Campos Neto, aqui em Mato Grosso, Maggi, Mauro Mendes e o Agro, conseguem forjar no centro da capital Cuiabá, um Parque Novo Mato Grosso que é uma espécie de Arco do Triunfo do capitalismo excludente dos grandes senhores da soja contra os interesses sempre adiados da classe trabalhadora. E o Centro Histórico de Cuiabá que desabe em mil pedacinhos!
Sim, para os subalternizados, o cenário político não poderia ser mais desafiador do que neste Mato Grosso que Zé Pedro Taques, cinicamente talvez, chamava de “Estado de Transformação”. Transformação tão anti-povo que até mesmo a tentativa do Zé Pedro Taques de se reintroduzir na política, batendo diariamente na figura e nas políticas capitaneadas por Mauro Mendes, sofre ameaça de nulificação porque o poderoso ministro de Lula, o poderoso Carlos Maggi Favaro, não suporta a ideia de um Zé Pedro Taques renascido, e disputando votos para senador com ele. As notícias que nos chegam dão conta de um Fávaro descontrolado, nos bastidores, em Brasília, sapateando, em ardorosa militância, no esforço para impedir Zé Pedro de se filiar e passar a comandar o PSB em Mato Grosso. Para Fávaro foi muito fácil dá palanque para a conservadora (de pneus?) Margareth Buzetti, mas a ideia de um Zé Pedro que ataca com dureza o governador Mauro, que no final das contas, é seu parceiro no grupo político da família Maggi, parece que lhe dói nas tripas.
É bem mais gostoso para Fávaro investir na criação de Natasha Slhessarenko – aquela mesmo que no passado quase abraçou o bolsonarismo – como mais um figura com potencialidade para engabelar a maioria trabalhadora do povo e ir transformando o partido do Agro, o PSD, na nova legenda dos trabalhadores, como foi o PSB, na era Vargas. Ainda que o PSD e Kassab, lá em São Paulo, não vacilem em ter o governador Tarcísio de Freitas como seu irmão e camarada mais dileto.
Vejam vocês como a política poder ser complicada. Veja vocês que essa política exije tanto estudo e tanta militância, que, para o Pasquim Cuiabáno do João Guató, Natasha Slhessarenko, ao invés de aparecer como um novo Cavalo de Tróia, vai ganhando cores de esquerdista, mas eu sei que isso só acontece porque, ao invés de estudar e militar, nossa esquerda gourmet prefere cantar com Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar!”
No Manifesto de Fundação do Partido dos Trabalhadores, aparentemente relegado a leitura segundo plano pelos líderes da esquerda de plantão, está escrito: “O PT surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que, finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá.A grande maioria de nossa população trabalhadora, das cidades e dos campos, tem sido sempre relegada à condição de brasileiros de segunda classe. Agora, as vozes do povo começam a se fazer ouvir por meio de suas lutas. As grandes maiorias que constroem a riqueza da Nação querem falar por si próprias. Não esperam mais que a conquista de seus interesses econômicos, sociais e políticos venha das elites dominantes. Organizam-se elas mesmas, para que a situação social e política seja a ferramenta da construção de uma sociedade que responda aos interesses dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo capitalismo.”
Faz muito tempo que, em Mato Grosso, as grandes massas trabalhadores deixaram de ser ouvidas e muito menos mobilizadas. Nucleos partidários foram desmobiizados, diretórios praticamente não se reúnem para opinar e decidir. Fica tudo na mão de figuras pretensamente iluminadas, como Lúdio Cabral, Max Russi, Wilson Santos, Barranco, Rosa Neide – aquela mesma, tão pródiga em elogios à administração de Mauro Mendes.
Abilio Brunini, com seu jeito abilolado, gosta de dizer que em Mato Grosso, o bolsonarismo domina e que neste Estado a esquerda não tem e nem terá vez. Por um certo viés, talvez ele esteja certo. Só que Abilio parece que ainda não reparou que não existe só uma direita, e que o bolsonarismo não é um grupo tão alinhado assim. São várias direitas. Direitas que se digladiam pelo controle das riquezas e do destino do povo trabahador que aqui viceja, e vai produzido mais e mais riquezas cedendo a sua mais valia.
A direita em Mato Grosso é como uma Medusa. Se multiplicaram as suas cabeças, a direita tem uma fome pantagruélica. E ela dá certamente muitas risadas quando ouve alguém falar que uma figura como Natasha Slhessarenko tá se apresentando na política regional para disputar votos e para representar as classes oprimidas. Eu também tento rir. Mas meu gosto pela ironia não vai tão longe.
ENOCK CAVALCANTI, 72, é jornalista e editor da PAGINA DO ENOCK, blogue editado a partie de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

O blogueiro Enock Cavalcanti, ladeado por Natasha Slhessarenko e Zé Pedro Taques
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