(65) 99638-6107

CUIABÁ
Pesquisar
Close this search box.

O melhor detergente é a luz do sol

BENITO CAPARELLI: Cuba e Ucrânia, uma similaridade explícita com soluções díspares

Publicados

O melhor detergente é a luz do sol

CUBA & UCRÂNIA – UMA SIMILARIDADE EXPLICITA COM SOLUÇÕES DISPARES

POR BENITO CAPARELLI

 

No decorrer do mês de novembro de 1961, os Estados Unidos da América do Norte, utilizando-se da OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO ATLANTICO NORTE, órgão supra militar, internacional, como instrumento de normatividade imperialista, através de coalisão e pacto de aliança com demais países do oceano norte, fez instalar bases de lançamentos de mísseis, do tipo “Jupiter”, assim, por eles titulados, em países do interior da Europa.

Dentre estas nações, primordialmente, escolhidas para uma base de instalação, e sua respectiva rampa de lançamento desses obuses, foi edificada na Turquia, com capacidade para 15 (quinze) torpedos balísticos, podendo atingir o   alcance estimado em 2.400 km, por ser local estratégico, limítrofe em relação à Rússia e demais nações da extinta União Soviética, fáceis de serem alcançados por esses torpedos.

Em virtude de assimilação de propósitos, que se acrescem à subordinação serviçal e submissa, já haviam sido instaladas rampas desses mesmos potentes armamentos de guerra na Itália, onde foram montadas plataformas de lançamentos, com as mesmas técnicas e know hall, para 30 (trinta) torpedos, em iguais propósitos bélicos estratégicos.

Tais ocorrências, registram-se, desenvolveram e transcorreram, quando a União Soviética era governada pelo intrépido e ousado camarada Nikita Kruschev (15-4-1894/11-9-1971), bem assim, coincidindo com a vitória da Revolução Cubana, conduzida por Fidel Castro (1926/2016), em 26 de julho de 1959, que deixou de ser aliada incondicional dos EE UU, para, posteriormente, ser declarada, por ele mesmo, como país inimigo. 

 Motivou-se, destarte, por questão de segurança, à União Soviética a se proceder, com igual propósito, a construir iguais bases no território cubano, o que ali realmente se fez, buscando-se mesmices proximidades fronterísticas.

Armou-se o conflito internacional.

 Os EE UU, na ocasião, ou seja, em 14 de outubro de 1962, era governado por John F. Kennedy (29-5-1917/22-11-1963), que determinou, como retaliação, imediatamente, que os seus aviões de guerra, do tipo “U2”, sobrevoassem o território cubano, para fotografar as instalações de iguais armamentos belicistas, que ali foram edificados, por determinação soviética, por autêntica contraofensiva, montando-se análogas e proporcionais praças de guerra às construídas pelos americanos, através da OTAN, acima referidas, no que foi integralmente confirmado.             

  Sabedor que os norte-americanos monitoravam o espaço aéreo de Cuba, grande parte de sua população procedeu manifestações de rua, reclamando contra a injusta e ilegal atitude, violando a soberania de sua nação, disso, também, reclamando à OEA – Organização dos Estados Americanos, e até mesmo, solicitando a intermediação da ONU – Organização das Nações Unidas, para sanar tais constrangimentos.

Leia Também:  ENOCK CAVALCANTI: Eleição em Cuiabá ainda é uma grande incógnita

Debalde, sem receber qualquer assistência, os revolucionários castristas notificaram ao Secretário Geral da URSS, Nikita Kruschev, a ocorrência dessa inusitada situação, acabando por receber dele a determinação de que usassem suas armas de guerra, e atirassem nos referidos aviões-espiões, deixando que o resto seria objeto de busca de solução diplomática. 

Enraivecido e furiosamente colérico, o Presidente Kennedy proferiu, ameaçadoramente, declarações contrárias ao procedimento de seu maior inimigo, ou sejam, os países do bloco comunista agrupados, exigindo a retirada iminente de tais armamentos marciais beligerantes, sob pena de não o fazendo, daria início a uma conflagração guerreira, com caráter mundial e com armamentos nucleares.  

Lúcido, o Primeiro-Ministro Soviético, Nikita Kruschev, considerando serem autênticas as advertências norte-americanas, com possibilidades de serem efetivamente cumpridas, com total sacrifício à comunidade mundial, optou por buscar solução alternativa, a ser alcançada por resoluções diplomáticas, após intensas e prolongadas discussões a esse proceder.

Para tanto, como coadjuvante deste cenário circunspecto, o Sr. Kruschev, inteligente e ponderado, propôs aos EE UU e à OTAN, que retirassem sua base belicosa da Turquia, em virtude de estar instalada na fronteira com a Rússia e seus demais países coadjuvantes acrescentando, também, com a obrigação dos norte-americanos de permitir um futuro venturoso para a constituição da futura República Socialista de Cuba.

Consequentemente, tal proposta mereceu acalorada discussão, quanto à sua viabilidade, tanto em relação à administração governamental americana, copiosamente, estudada pela mídia jornalística, interna e externa, a esse país, como, igualmente, em toda comunidade mundial, temerosa ante as ameaças de guerra total, além de passar pelo crivo do Congresso Legislativo dos EE.UU.

A agitação foi, assim, de grande monta e enorme relevância, obrigando os respectivos países desarmônicos, EE. UU e URSS, a instalar uma linha telefônica entre ambos, que passou a ser denominada de Telefone Vermelho, só utilizada pelos respectivos presidentes, americano e russo, para que seus entendimentos não viessem a ser objeto de eventuais sugestões, capaz de tisnar exclusivas e privativas decisões.

A proposta do acordo, assim, foi integralmente acolhida, e a paz voltou a reinar sobre referidas potências belicistas, extinguindo-se ditas bases militares, tanto em relação à Turquia, como em Cuba, que ficou soberanamente liberada para prosseguir na senda governamental escolhida, ou seja, a busca pela sociedade socialista. 

Leia Também:  OMISSÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DEMAIS ORGÃOS DE CONTROLE: Fábio Garcia distribui cestas básicas para pobres e antecipa campanha pra Prefeitura de Cuiabá, com apoio da máquina do Estado, comandada por Mauro Mendes e Virgínia Mendes

Diferentemente, com relação à guerra conflagrada entre Russa e Ucrânia, a partir de fevereiro de 2022, foi a opção pelo confronto armado, não perpassado por qualquer tentativa de solução pacificadora e sem o aclaramento de respectivas motivações.

Da parte russa, o pretexto movil foi a sua pretensão em recuperar parte de seu território, anexada à superfície extensiva ucraniana, por ocasião da sua adesão e ingresso à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, por convenção estratégica, às margens do Mar Negro, abrangendo a região da Provincia da Crimeia, e as cidades de Donetsk, Kherson, Kharkiv, Luhansk e Mariupol, entre as demais, de menor significação.      

  Dois fatores, ainda, exigidos pela Rússia, estimulantes desta reivindicação recuperativa, foram causas relevantes à comunidade habitacional, das pessoas residentes nesses locais, formada por hábitos estritamente russos, como a fala, usual de seu idioma, seus costumes, sua organização social e familiar, religiosa, o amor à sua pátria e a sua preferência ao retorno ao seu país de origem.

Tanto isto é verdadeiro, que, em anos anteriores, foi organizado um escrutínio populacional, a demonstrar se havia, ou não, vontade para este retorno. O Resultado deste questionário de sondagem foi 98% (noventa e oito por cento), favorável para seu regresso.   

 Mas, verdadeiramente, o maior e mais proeminente motivo, foi, efetivamente, a pretensão da República Ucraniana de incorporar-se à OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, por motivos confessadamente ideológicos, e ao próprio interesse desta estruturada associação, considerada inimiga da Rússia, porém, com motivação superior pela pugna, por estratégia limitrófica.

Além, de tal percalço de adversidades, há de se intuir o interesse das indústrias americanas, fabricantes de armas sofisticadamente modernas para guerra, de imensa influência em seu país e grande auxílio orçamentário, dispostas a estimular o financiamento e venda de seus produtos, em várias partes do nosso orbe, como denunciou o sempre admiradíssimo e ex-presidente dos EE UU, Jimmy Carter, ao afirmar: “Enquanto a China edificava sua nação, nos últimos cinquenta anos, os EE UU, fizeram 28 (vinte e oito) guerras, ao redor do mundo.”

Hoje, os ucranianos padecem por optar pela beligerância, acreditando-se em promessas.

 

 

——

Benito Caparelli  é Juiz do Trabalho aposentado, em Mato Grosso

 

 

 

 

  

       

   

 

    

  

          

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

O melhor detergente é a luz do sol

EDMUNDO LIMA DE ARRUDA JR: Na sucessão de Barroso, Lênio Streck desnivela qualquer outro candidato para vaga no STF

Publicados

em

 

Não há dúvidas. Lênio Streck é hoje o jurista mais preparado para os desafios naquele padrão Supremo. O STF merece nomes do mais alto nível entre nossas mentes na área do Direito.

A escolha é política e causa uma mistura de surpresa e espanto ao pipocar de nomes: o Advogado geral da União, Jorge Messias, preparadíssimo, parece forte, mas ainda consolidando seu nome no meio jurídico.

A Janja quer, por critérios de amizade, Carol Proner, esposa de Chico Buarque, pouco expressiva em trabalhos com a técnica jurídica e na teoria da hermenêutica constitucional.

Lenio talvez seja grande demais para merecer a confiança de Lula num contexto no qual nosso presidente já se decepcionou com muitas de suas escolhas e se vê pressionado por uma militância conhecida… .

Lênio desnivela qualquer outro candidato, por melhor seja o currículo de muitos disponíveis, por erudição, produção acadêmica e técnica, visão crítica, múltiplas capacidades no raciocínio jurídico, sobretudo, pela coragem e criatividade nos fundamentos da interpretação constitucional.

Em cinco anos produziria uma revolução na nossa mais alta Corte.

Leia Também:  ENOCK CAVALCANTI: Eleição em Cuiabá ainda é uma grande incógnita

Edmundo Arruda, sociólogo e jurista, nascido em Cuiabá, MT, vive há tempo em Florianópolis, SC

 

Lênio Streck com Edmundo Arruda em solenidade em Florianópolis

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

MATO GROSSO

POLÍCIA

Economia

BRASIL

MAIS LIDAS DA SEMANA