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O melhor detergente é a luz do sol

Um vôo clandestino com 5 milhões em ouro desabou sobre o Pedra 90. Avião e pilotos presos pela PF. E quem mais?

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O melhor detergente é a luz do sol

 

Há muito tempo que se fala que negócio de ouro é negócio do crime em Mato Grosso. As investigações se arrastam, muitos nomes são citados mas prisões, como a que aconteceram nesta quinta-feira, são casos raros.

Foi preciso uma falha no combustível do avião da Embraer prefixo PT-EIB para que viesse à luz, nesta quinta-feira, mais um caso que parece se inscrever na longa cadeia de crimes que marca o comércio de ouro neste Estado de Mato Grosso.

Tudo aconteceu porque uma aeronave de pequeno porte precisou realizar um pouso forçado, na manhã desta quinta-feira (25), em uma área de campo nas proximidades do bairro Pedra 90, no Contorno Leste, em Cuiabá. O local seria uma pista clandestina.

Quatro pessoas estavam na aeronave. O piloto Hamilton Lopes da Conceição e o copiloto Luiz Fellype Messias Castro foram detidos pela Policia Federal. Os primeiros a abordarem os ocupantes do avião foram militares do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria de Segurança Público (Sesp) esteve no local, após serem acionados via Ciosp sobre uma possível queda de avião. Os tripulantes (piloto e passageiros) ganharam logo destaque na televisão cuiabana e relataram ao Programa do Everton Pop que a aeronave teve pane após acabar o combustível e por isso precisaram pousar.

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Segundo as investigações iniciais, a prisão ocorreu porque estavam voando baixo, sem ligar o transponder, com risco de colisão com outras aeronaves. A aeronave não tinha plano de voo e também não fez comunicação com a torre de controle. A PF apurou que a valiosa carga de ouro fora vendida pela empresa Tucan Mineração, de propriedade de Rodolpho do Carmos Ricci, um dos alvos da Operação Hermes, também deflagrada pela Polícia Federal, no ano passado, para apurar o contrabando de mercúrio ilegal para utilização em garimpos.

O ouro teria sido extraído no município de Santa Maria das Barreiras, no Pará. No voo, também estava um coronel da reserva da Polícia Militar do Pará, identificado com as iniciais J.S.O.J., de 57 anos. Pelo que apurou a PF, o ouro apreendido estava sendo transportado de Redenção, no Pará, para Cuiabá, e pesava 8,050 Kg. A empresa responsável pela compra do ouro, a Fênix DTVM, pagaria R$ 5.865.243,58 pelo minério. Maria Eugênia Gomes Procópio da Silva, da Fênix DTVM, acompanhada pelo advogado João Alexandre Furtak, já foi ouvida pela PF. A carga de ouro transportada na aeronave de matrícula PT-EIB seria descarregada no hangar do aeródromo da empresa Bom Futuro, em Cuiabá, que, como sabem os mais bem informados, tem fortes ligações empresariais e políticas no Estado. As primeiras informações são de que a Bom Futuro aparece no caso apenas citada como uma opção de pouso para a aeronave.

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A Policia Federal, através do delegado federal Daniel dos Anjos Pereira, conduz as investigações sob rigoroso sigilo, sob a supervisão da 7ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Cuiabá. Mas até quando os barões do ouro continuarão faturando seus milhões, patrocinando vôos aparentemente clandestinos como esse, e faturando milhões sem que se saiba do correspondente recolhimento de impostos?

Aguardemos mais detalhes nos próximos episódios desta série policial que parece não ter um final previsto.

 

ENOCK CAVALCANTI, 71, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, editado a partir de Cuiabá, MT, desde o ano de 2009

Pacote contendo 5 milhões em ouro apreendido na aeronave

 

 

 

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O melhor detergente é a luz do sol

ENOCK CAVALCANTI: A bosta do governo de Mauro Mendes em Mato Grosso está exposta nas redes

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A bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes

Enock Cavalcanti

Sim, a atividade política, no Brasil, tem sempre um tom de pornografia. À direita e à esquerda. Os eleitores que se lasquem, já que os políticos que temos, em sua maioria, não se preocupam com as exposições vexatórias, eles querem mesmo é faturar, ajuntar tesouros na terra, talvez, quem sabe,para esquecer a própria insignificancia deles mesmos como seres humanos. Homens mercadorias.

Em Mato Grosso, então, tudo parece que fica mais constrangedor. Nestes últimos dias, as atividades governamentais do empresário Mauro Mendes tem sido traduzidas, nas redes, nas manchetes, nas conversas de botequins, nas piadas de alcova, através de palavrões. Palavras de baixo calão para resumir uma confusa experiência de sete anos de governo.

Vejam que nosso governador bolsonarista disparou xingamentos contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, aquele que fugiu para os Estados Unidos para tentar tramar, com Trump, um golpe contra as instituições democráticas em nosso País, já que a intentona de 8 de janeiro de 2023 restou apenas como uma trama tabajara.

Mauro Mendes está certo, penso eu, tentando ser livre ao pensar. Eduardo Bolsonaro só fala e faz merda lá no centro do império americano, e financiado pelos contribuintes brasileiros, já que segue ganhando seus proventos como deputado federal. Um acinte. Uma situação vexatória, pornográfica.

Lá dos Estados Unidos, Eduardo respondeu e sugeriu que Mauro Mendes é que é um bosta, um frouxo, um governador que não honra as calças que veste, já que xinga a ele, o filho do ex-presidente Bolsonaro, enquanto trabalha duramente para herdar os votos do gado que Bolsonaro agregou em Mato Grosso, terra onde o bolsonarismo parece ter encontrado um vasto pasto,

O que dizer desses homens e dessas mulheres que respaldam, com seus votos, personalidades políticas aparentemente forjadas na torpeza, como Mauro Mendes e Eduardo Bolsonaro? O grande desafio da política brasileira será, então, decifrar e compreender como funciona a cabeça de um patriotário que vota hoje no candidato que uma vez eleito irá amanhã, quando tiver poder, pisotear no destino deste patriotário. Dificil explicar essa fé cega, essa faca amolada sempre a ameaçar a esquerda em nossa sociedade. Alguém me diz que tem tudo a ver com uma competente manipulação da fé dessas pessoas nos designios do Deus Jeová, mas as evidencias não são tão óbvias assim. Há patriotários apegados às mais diversas crenças religiosas.

O fato é que a bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes para quem quiser saber dela. O assunto não é amplamente debatido na mídia regional porque a mídia regional recebe farta grana das instituições públicas para justamente evitar aprofundar a reflexão sobre as práticas das instituições públicas. Ou seja, nossa imprensa também é uma merda.

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O advogado e ex-governador Zé Pedro Taques entrou em cena para reforçar a desqualificação do governador Mauro Mendes, e ecoar a avaliação do Eduardo Bolsonaro de que o governador de Mato Grosso é, na verdade, o Mauro Mendes Bosta, o Mauro Mendes Merda.

Cabe o gracejo: nunca a política em Mato Grosso fedeu tanto. Mas o que temos de fato é uma mera constatação, diante de nossos olfatos já tão comprometidos. Sempre estivemos no esgoto da política. As elites trabalhando para continuarem como elites mandantes e acumuladoras de riquezas, enquanto o zé povinho rala e se ferra, mergulhado na merda de uma vida de sacrificios que nunca lhe oferta um momento efetivo de repouso.

Zé Pedro xinga Mauro Mendes mas até agora não xingou publicamente o atual ministro e senador licenciado Carlos Favaro, que tem atuado fortemente nos bastidores da política para tentar impedir que Taques assuma o controle do PSB em Mato Grosso e possa, assim, se qualificar para a disputa por uma vaga no Senado em 2026. Disputar o Senado é o sonho de uma noite de verão de Taques, pois quando esteve lá conseguiu avaliação positiva, ao contrário do tempo em que governou Mato Grosso ao lado do primo Paulo Taques.

Fávaro, pelo que faz crer, teria medo de disputar esta vaga com Zé Pedro e acabar perdendo para aquele ex-governador de quem foi vice e com quem rompeu, no passado, de forma tão pornográfica. Fávaro, estranhamente abençoado por Lula, surge então como mais um cacique a tentar reinar sobre o poder político na terra de Rondon e impor os interesses do Agro.

A luta de Zé Pedro para ter uma segunda chance diante do eleitorado cuiabano e mato-grossense merece ter um acompanhamento mais atento do povo de nosso Estado. Mas as coisas que acontecem nos bastidores não são expostas para o grande público. A surda disputa entre Fávaro e Zé Pedro ainda não ganhou as manchetes porque tudo se passa no silencio das conversas palacianas, em Brasília, e se Taques conseguir convencer o atual presidente nacional do PSB, o prefeito João Campos, de Recife, da importância dele revigorar a legenda em Mato Grosso, pode ser que, no final das contas, Zé Pedro e Fávaro tenham que, finalmente, se alinhar para a disputa contra o grupo de Mauro Mendes, Pivetta e bolsonaristas na rinha eleitoral de 2026. Quer dizer, as guerras dessa pré-campanha, já sinalizam para guerras futuras dentro dos blocos políticos que vão se formando para gerir a crise mato-grossense pela qual esses blocos políticos tem grande responsabilidade. Deu pra entender? Não sei se o eleitorado tem a paciência necessária. O eleitorado, afinal, existe para ser explorado não para pensar, segundo o conceito das elites. Povo é só uma abstração, por mais que a Carta Magna diga que “todo poder emana do povo”.

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Max Russi, por seu turno, se prepara para pular do esquerdista PSB para o direitista Podemos – e tudo parece tão natural, como se fosse natural essa salada ideológica envenenada pelo oportunismo que é sempre servida aos cidadãos eleitores e contribuintes de Mato Grosso. Politicos tradicionais, afinal de contas, também se comportam como travestis.

Viver é perigoso, sugeria Guimarães Rosa, através do seu personagem Riobaldo, em “Grandes Sertões Vereda”. Viver, em Mato Grosso, como se vê, é conviver cotidianamente com o esgoto da política. Nesse trajeto aparentemente infindável pelo esgoto, no final das contas, como ficamos nós? Eduardo Bolsonaro é um merda. Mauro Mendes é um bosta. E nós, aonde vamos? Em 2026, só nos será dada a chance de escolher entre candidatos pornográficos? Os ruins e os menos piores?

A direita e a extrema direita controlam as disputas políticas e eleitorais em Mato Grosso e vão nos arrastando para uma manifestação, nas urnas, que pode se confundir com um vômito. A esquerda se deixou enfeitiçar pela grana do Agro. Não temos opção, de fato, se os subalternizados, os debaixo, os fudidos, não conseguirem fazer valer seus interesses nesse campo minado da política.

Para escapar desta armadilha, fugir dos impropérios vazios e buscar uma saída que valha a pena teríamos que tentar nos transformarmos no super homem de Nietzsche. O super-homem como imaginou Nietzsche (Übermensch) é um ideal filosófico de indivíduo que supera os limites humanos e a moralidade convencional, criando seus próprios valores e vivendo autenticamente. Ele não é uma figura de poder físico como o herói dos quadrinhos, mas, sim, aquele que vence o niilismo e a decadência, abraçando a vida com coragem e vontade de criar seu próprio destino.

Essa tarefa não é fácil, mas já teremos conseguido alguma coisa se, pelo menos, não nos deixarmos envolver pela lógica dessas abomináveis lideranças políticas que temos hoje em Mato Grosso, a turma da bosta e a turma da merda que se agridem mutuamente, atualmente, nas manchetes.

ENOCK CAVALCANTI, 72, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, que se edita a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

 

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