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José Geraldo Riva, que já foi poderoso e paparicado, agora é apontado pela juíza Selma Rosane, em nova ordem de prisão, como "uma pessoa com alto grau de periculosidade". Esta PAGINA DO E nunca se enganou – e, na medida de suas possibilidades, não vacilou nas denúncias contra o político mais processado por corrupção de toda a história de Mato Grosso, enquanto jornais amigos e jornalistas amestrados se derretiam diante dele. O que será que figuras como Rui Prado, um dos principais líderes do empresariado rural e comandante  da Famato, e o empresário Paulo Gasparoto, liderança dos comerciantes de Cuiabá e da CDL, pensam agora, daquele que já foi seu tão incensado parceiro nas articulações do PSD – Partido Social Democrata? A História os absolverá? Não vimos, até aqui, nenhuma autocrítica pública dessas tão destacadas figuras da sociedade mato-grossense. LEIA A DECISÃO

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Juíza Selma Rosane determina nova prisão de José Geraldo Riva by Enock Cavalcanti


O ex-deputado Riva, algemado, aguarda por audiência, vara presidida pela juíza Selma Arruda,  no Fórum de Cuiabá. Imagem da TV Centro América

O ex-deputado Riva, algemado, aguarda por audiência, em vara presidida pela juíza Selma Arruda, no Fórum de Cuiabá. Imagem da TV Centro América


 
Meus amigos, meus inimigos: o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, voltou a ser preso.
Ele cumpre um destino visualizado por esta PÁGINA DO E desde os primeiros momentos da Operação Arca de Noé, lá nos anos 2000, quando surgiram os primeiros cheques, apreendidos nos cofres do Comendador Arcanjo, que iriam fazer desmoronar o império que Riva e Bosaipo e seus caititus pensavam ter construído, a partir da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.
Riva, que já foi poderoso e paparicado em Mato Grosso, agora é apontado pela juiza Selma Rosane, em nova ordem de prisão, sem maiores delongas, como “uma pessoa com alto grau de periculosidade”.
Esta PAGINA DO E nunca se enganou – e, na medida de suas possibilidades, não vacilou nas denúncias contra o político mais processado por corrupção de toda a história de Mato Grosso,  naquela época em que jornais amigos e jornalistas amestrados se derretiam diante do Riva, por conta do dinheiro que rolava, dos cofres da Assembleia para os bolsos dos espertalhões de nossa mídia.
Agora, que é o poder da hora está nas mãos do grupo político capitaneado pelo atual governador Zé Pedro Taques, e Riva vive seu tempo de vacas magras, o noticiário sobre os crimes de Riva aparece farto, em muitos daqueles espaços da mídia mato-grossense que, durante muitos e muitos anos, estiveram alugados para o “baixinho” da Assembleia. E os poderosos da hora, claro, são brindados nos mínimos detalhes, com a história sempre se repetindo como farsa.
A juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane, ao fundamentar a decisão que resultou na mais recente prisão de Riva, argumenta que esse político mato-grossense, hoje aparecendo noticiário como uma espécie de detrito de maré baixa, desviou centenas de milhões de reais durante toda sua vida pública e que se trata de uma pessoa com alto grau de periculosidade, sendo sua prisão decretada como garantia da ordem pública.
“Assim, além de necessária a garantia de que a instrução processual transcorrerá indene de tropeços e tribulações, vejo também a necessidade da garantia da ordem pública mediante a custodia cautelar deste investigado. José Geraldo Riva, por sua vez, na qualidade de líder da organização criminosa é certamente o mais periculoso e ardiloso de seus membros”, diz um trecho da decisão.
Selma, em seu arrasoado, garante também que o ex-todo poderoso Riva, ainda que não executasse pessoalmente os delitos, que eram gerenciados pelos servidores Maria Helena e Geraldo Lauro, é certo que “como chefe é o maior responsável por toda a cadeia criminosa”.
“José Geraldo Riva demonstrou extrema periculosidade, tanto pela capacidade acentuada de pensar e planejar como também pela forma de colocar em prática os delitos contra a Administração Pública”, diz outro trecho da decisão.
O que será que figuras como Rui Prado, um dos principais líderes do nosso empresariado rural e comandante supremo da Famato, e também o empresário Paulo Gasparoto, liderança dos comerciantes de Cuiabá e da Câmara dos Dirigentes Lojistas, pensam agora, daquele que já foi seu tão incensado parceiro nas articulações do PSD – Partido Social Democrata, em Mato Grosso?
Rui Prado já pulou pro colo de Pedro Taques e pro PSDB, em busca de uma lavagem política de sua imagem. Paulo Gasparoto anda quieto, tocando sua Decorliz e seus negócios. Parece que se afastou da política. Mas não vimos, até aqui, nenhuma autocrítica pública dessas tão destacadas figuras da sociedade mato-grossense.
Eles foram parceiros diletos  de Riva, na fase em que o baixinho tinha o poder e, imagino, hoje dirão que não sabiam que o que Riva tocava em Mato Grosso, segundo o que diz a juíza Selma Rosane, é hoje melhor definido como uma organização criminosa.
Rui Prado foi ingênuo? Paulo Gasparoto foi ingênuo? E tantos e tantos, semelhantes a eles?
E os jornais amigos e os jornalistas amestrados que, durante tanto tempo mamaram nas tetas que Riva alimentava com o dinheiro que controlava a partir da Assembleia, como se deduz das conclusões da magistrada Rosane?
Bem, hoje essa mídia conta com muita liberdade as histórias dos inquéritos, dos processos, das investigações contra Riva e sua pretensa quadrilha. Hoje Riva não detém mais a chave do cofre.
O tempo passou. Os poderosos da hora são outro. Será que essa gente aprendeu a lição?
Segundo as investigações levadas a efeito pelo Gaeco, o dinheiro desviado por Riva, ao longo dos longos anos em que comandou a política em Mato Grosso, servia para o pagamento de despesas pessoais do ex-deputado José Riva, como o combustível de sua aeronave particular, pagamento de honorários advocatícios, entre outros.
Além disso o ex-deputado teria usado parte do montante para o pagamento de um “mensalinho” para políticos e lideranças políticas do interior do Estado. A distribuição de “mimos”, como uísque, pagamento de festas de formatura, jantares e massagistas também faziam parte da lista.
Será que vamos saber que políticos e lideranças políticas do interior foram essas?
É preciso contar toda a história, pois não?
——
CONFIRA O NOTICIÁRIO:

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Ex-chefe de gabinete revela que contas pessoais de Riva eram operadas com “notas frias”

Por RODIVALDO RIBEIRO, no Hipernotícias

Em depoimento, o servidor da Assembleia Legislativa Vinícius Prado Silveira disse que Geraldo Lauro, ex-chefe de gabinete do ex-deputado José Geraldo Riva, lhe procurou no final de 2012 para pedir notas frias de sua empresa VPS Comércio e também da empresa de sua esposa, Gabriela Brito Silveira, a GB de Oliveira Comércio – ME. A fala consta na decisão que mandou o ex-deputado (e ex-presidente da Assembleia Legislativa por um período de vinte anos) para a cadeia pela terceira vez neste ano, redigida pela juíza da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Selma Arruda.
 

José Riva - liberdade pelo STF

 Ex-assessor diz notas frias eram usadas para pagar despesas pessoais de Riva

No depoimento relatado em texto, o funcionário também implica o contador Hilton Campos como operador desse esquema, viabilizando, inclusive, notas frias de pelo menos três outras empresas às quais prestava serviço. O ato seria cometido mensalmente, e quem se encarregava de pedir a lista de quantas notas precisava naquele período era o próprio Geraldo Lauro, homem de confiança de Riva. Vinícius Prado Silveira ocupava o cargo de assessor da 1ª secretaria em 2014 e, no ano seguinte, foi assessor da Secretaria de Controle Interno.
 
“A ciência inequívoca de que José Geraldo Riva era o verdadeiro destinatário das verbas desviadas, que eram utilizadas em seu benefício restou ateatada nos autos não apenas pelas circunstâncias em que os fatos ocorreram. Alguns dos personagens envolvidos na trama criminosa chegaram a fazer expressa referência a isso”, diz o documento redigido pela magistrada Selma Arruda.
 
Essa parte do mais recente mandado de prisão efetivado contra Riva diz ainda que o assessor técnico jurídico da Mesa Diretora no período do último mandato de Riva, Frank Antonio da Silva, entregou que o ex-presidente da AL sabia de tudo que seus comandados faziam, estando, inclusive, presente enquanto aconteciam as ações descritas. Riva também recebia pessoalmente as pessoas para as quais direcionava, nas palavras da juíza, “benesses”.
 
O advogado Frank Antonio da Silva também entregou que nas frequentes viagens de avião do ex-deputado –– sempre excedendo as 14 e às vezes as 15 horas semanais ––, o abastecimento de sua aeronave particular era sempre pago em dinheiro em espécie, diretamente ao piloto. O procedimento também era repetido quando as despesas eram com hotéis e refeições, ao ponto de Frank dizer que nunca viu Riva pagar uma despesa sequer com cheque ou cartão, “era sempre em dinheiro vivo”.
 
As notas frias também eram utilizadas para pagamento de terceiros indicados por Riva, mas quem cuidava dessa parte eram os servidores Maria Hlenka Rudy e Lais Marques de Almeida, com uma retenção de 10% do valor de cada nota a título de pagamento às duas servidoras, com imposto descontado sempre correndo a cargo de quem fosse o beneficiado do pagamento e não de quem recebia a propina.
 
As empresas, claro, eram utilizadas para a emissão das notas fiscais fraudulentas por serviços que sequer eram prestados, não tratando-se, porém, do habitual superfaturamento de nota tão em voga no país. Por essas práticas, Riva e seus ex-servidores foram enquadrados em crimes de organização criminosa, peculato e adulteração de documentos.

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No dia do servidor público, comunidade da UFMT alerta população sobre a PEC 32 e cobra deputados

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Adufmat cobra compromissos dos parlamentares que representam o povo trabalhador de Mato Grosso

Já faz mais de um ano que os servidores públicos federais, estaduais e municipais denunciam a elaboração de mais um forte e perigoso ataque contra os direitos constitucionais. O Governo Federal queria aprovar sua proposta de Reforma Administrativa (PEC 32) em agosto deste ano, mas devido à gravidade da pauta e a pressão de sindicatos e movimentos sociais, tem encontrado dificuldades para conseguir os 308 votos necessários.

Nessa quinta-feira, 28/10, Dia do Servidor Público, a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), representada pelos sindicatos dos docentes, técnicos-administrativos e estudantes – Adufmat-Ssind, Sintuf/MT e DCE, respectivamente -, fez mais uma intervenção: encheu de faixas as grades da universidade para denunciar o ataque e cobrar os parlamentares mato-grossenses.

Há seis semanas servidores de todo o país fazem vigília em Brasília para demonstrar aos parlamentares que a população é contrária à PEC 32, porque sabe que será prejudicada. A Adufmat-Ssind já realizou diversas atividade nesse sentido. Publicou uma cartilha elencando os malefícios da PEC 32 para os servidores e para a sociedade como um todo (clique aqui para acessar), organizou atos e campanhas nas ruas, redes sociais, emissoras de TV e rádio, lives, além de uma série de programas com a personagem Almerinda para dialogar com a população sobre o assunto.

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A PEC 32 é a terceira proposta de Reforma Administrativa desde a promulgação da Constituição de 1988 e, desta vez, tem como objetivo precarizar os contratos dos trabalhadores, colocando os servidores públicos em condição de maior fragilidade e permitindo todo tipo de barganha com os cargos públicos. Também pretende introduzir o princípio de subsidiariedade, no qual o Estado atua como um igual, e não como um ente superior ao setor privado e conceder superpoderes ao presidente da República, que passaria a poder destruir instituições e autarquias com apenas uma canetada.

A justificativa mentirosa utilizada pelos governantes para aprovar a PEC 32 seria acabar com privilégios de servidores. No entanto, políticos, militares de alta patente e o alto escalão do Poder Judiciário, exatamente aqueles que recebem salários exorbitantes, ficarão de fora da Reforma. Ela tingirá, apenas, os servidores que recebem os menores salários, em sua maioria, os que estão em contato direto com a população usuária dos serviços públicos.

O Governo também mente sobre os reflexos da reforma para os atuais servidores federais, estaduais e municipais. Além de já receberem os piores salários e enfrentarem ambientes de trabalhos precarizados, esses servidores correm o risco de sofrer redução de salários e carga horária de trabalho em até 25%.

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Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, professor Reginaldo Araújo, a data é mais uma grande oportunidade para “chamar a atenção da população sobre os ataques da PEC 32 e cobrar os deputados, lembrando que aqueles que atacam a população dessa forma costumam não ser reeleitos, a exemplo da última Reforma da Previdência”.

Até o momento, os deputados mato-grossenses que se declararam contrários à PEC 32 são: Rosa Neide (PT), Emanuelzinho (PTB), Leonardo (SDD), Carlos Bezerra (MDB) e Juarez Costa (MDB). Os deputados que ainda se mostram favoráveis à proposta são Neri Gueller (PP), Nelson Barbudo (PSL) e José Medeiros (PODE).

Protesto na UFMT contra PEC 32

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