O melhor detergente é a luz do sol
MAJOR PM GABRIEL LEAL: O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em sendo realizado pela Polícia Militar PODE sim contribuir para a redução dos índices de criminalidade. Ponto final. Por que não possibilitar às instituições que são responsáveis pela “sensação de segurança” a possibilidade de colocar em prática aquilo que, estudada e planejadamente, poderá resolver partes significativas do problema “criminalidade”?
O melhor detergente é a luz do sol
Uberizando a segurança pública
Por Major PM Gabriel Leal
Há muito tempo a segurança pública de Mato Grosso não apresenta o cenário que agora marca o horizonte. Índices preocupantes somados a imenso esforço estatal em resolvê-los. O que é muito bom, diga-se. O debate acerca do “ciclo completo de polícia” segue esse cenário que tem por escopo esgotar precipuamente pelo debate racional aquilo que se transformará em ações efetivas, em prol da cidadania. Não se engane nobre cidadão que lê este texto: “tudo está no seu nome”, apesar das instituições em disputa saudável, aliás, toda e qualquer proposta de mudança traz o selo de um Mato Grosso mais seguro para todos que aqui vivem, pois, não faz sentido discutir nada em contrário.
Posto isso, tenho a dizer que a questão do TCO não tem, em nenhuma dimensão, a finalidade de posicionar seja PM ou PC em relação de superioridade à outra. Tampouco, oficiais e delegados numa relação de mando e obediência funcional. Isso é surreal aos objetivos de fundo. Pensar nesses parâmetros é simplesmente comezinho, para não dizer, mesquinha e tacanhamente. Em suma, falar em TCO é abrir a possibilidade de um Estado de Mato Grosso, insisto, menos violento, onde possamos viver em paz, estando ou ao sair de nossas casas, preservando, assim, a integridade física e psíquica de todos os mato-grossenses, “legítimos ou adotados”. Não há nada pior que a insegurança e o medo que dela resulta paralisando o trabalho produtivo. Logo, no topo das prioridades está você cidadão e disso não há policial, militar ou civil, que coloque qualquer dúvida.
O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em sendo realizado pela Polícia Militar PODE sim contribuir para a redução dos índices de criminalidade. Ponto final. Por que não nos prestar ao benefício dessa dúvida? Por que não possibilitar às instituições que são responsáveis pela “sensação de segurança” a possibilidade de colocar em prática aquilo que, estudada e planejadamente, poderá resolver partes significativas do problema “criminalidade”? Note que, simplesmente se fechar na zona de conforto, à internet e cafezinho, é uma omissão quando tanto mais se mata e morre, sobretudo em Cuiabá e Várzea-Grande nesses tempos.
Eu não quero nem conheço oficial da PM que queira ser um delegado de polícia com o advento do “ciclo completo”. Vocês, delegados, tampouco aspiram ao oficialato ou querem aprender a “policiar”, de maneira que estão (ou querem estar) mais à judicatura, embora no executivo. O que queremos, com efeito, é um Estado mais seguro, apesar do possível trabalho somado ao já árduo policiamento ostensivo realizado, no front e em sua maioria, pelos praças da PM. Diante disso a todos fica uma constatação: Não se cresce sem dor, por vezes, quebrando ossos, moendo a carne no sol nessa roda viva que é o serviço operacional em defesa da sociedade, patrulhando, abordando e prendendo. Com o TCO acrescido ao rol — e ao sol diário do cerrado — de atribuições das PMs além do “encargo” vem junto o devido reconhecimento social e o sistema de equiparação e mérito com as polícias civis que, hoje, “só” investigam — e que, aparentemente, querem permanecer somente investigando, a despeito da crua violência. Aos policiais militares e civis que olham com desconfiança o TCO resta dizer: todos sairão ganhando, pois a sociedade ganha e, como sabemos, credibilidade retorna ao remetente de direito.
Proponho humildemente, dessa forma, um chamamento a todos os profissionais de segurança pública ao debate que antecede essa mudança inevitável: a sociedade quer o ciclo completo, a despeito da dicotomia “nós” ou “vocês”. Empecilhos à capacitação técnica dos policiais militares para lavrar o TCO são frágeis; usurpação de função chega a ser obsceno como contra-argumento, etc. Sim, está mais que na hora de, nacionalmente, os “juízes de polícia” tirarem o sapato da cerâmica das delegacias para pisar no barro e asfalto quente que, deste lado, conhecemos tão bem, assim como, nossos “executivos de polícia” assumirem a decisão de indisporem-se e lutar, tecnicamente, pelo “ciclo completo”. Quem ganha com tudo isso? A cidadania.
Para encerrar, uma metáfora: o sistema “uber” de transporte “ressignificou” uma atividade até então congelada e impermeável às mudanças, o sistema-táxi. A demanda por qualidade era clamorosa mas reprimida pelo monopólio, e o que restou foi a estratégia lançada no interior de um sistema engessado de modo a dinamizá-lo à fórceps, quase que subversivamente mas no interesse público, em vista do bem comum. Veja agora. O ciclo completo vai, certamente, “ressignificar” a segurança pública, melhor até, vai relacionar para melhor a maneira como o cidadão entende o processo policial de produzir “sensação de segurança”, com prevenção, prisão e investigação estanques, incomunicáveis entre si. Uberizando o processo ninguém em curto prazo deixará de ter uma demanda reprimida, pois, todos sabemos que toda vez que a prevenção falha, a PM ou prende o bandido ou o identifica por meio de seu serviço de inteligência. Pergunto agora: E quando a investigação falha? Você, por acaso já parou para pensar que todo Boletim de Ocorrência que se deixa de registrar é um grito atestando a incompetência da investigação que, entre aspas, produzirá meios à denúncia do Ministério Público? Você também já analisou o quanto dessa demanda é simplesmente ignorada? Já pensou, cidadão, que toda a delegacia, com o advento do ciclo completo, agora estará à sua disposição in loco apenas ligando 190? Peço a todos que esqueçam as vaidades e pensem no cidadão que paga nosso salário e pagará tanto mais quanto mais seguro, satisfeito e produtivo estiver, ao receber um produto de primeira qualidade.
Portanto, se o atual modelo de gerenciamento da Administração Pública brasileira é, conceitualmente empresarial, mumificar a segurança pública em prejuízo de vidas é, no mínimo, incoerente. Pois, se a segurança pública estiver aberta às boas “soluções de mercado”, sobretudo nesse Estado que mais cresce no Brasil, está mais que na hora de uberizar o processo, com debate, legal e racionalmente.
Gabriel Leal é Major da Polícia Militar de Mato Grosso. Doutor em educação (PUC/SP) e Mestre em educação (UFMT). Bacharel e especialista em Gestão de Segurança Pública pela Academia de Polícia Militar Costa Verde.
O melhor detergente é a luz do sol
ENOCK CAVALCANTI: Antero se rebaixa como Ciro e ataca esposa de Abilio: “só serve para dormir com ele”
As tropas estão se alinhando para a campanha eleitoral em Cuiabá, capital de Mato Grosso. A disputa já começa a sangrar nesta fase de pré-campanha. O jornalista e radialista Antero Paes de Barros que, ao lado dos jornalistas Pedro Pinto e Mauro Camargo, já faturou alto, em outras épocas, fazendo marketing eleitoral em Mato Grosso, parece que não tem mais o status de antigamente. A velhice e a decadência estariam batendo à porta.
Antero não será o marqueteiro de Botelho, posto reservado para o filho do veterano Mauro Cid, o jornalista e publicitário Humberto Frederico, que atuava na assessoria de Wellington Fagundes (PL) no Senado. Para Antero, parece que restou o papel de atuar como um dos porta vozes assumidos da campanha do Botelho (União Brasil). Ele, que já foi senador e se sonhou governador, termina agora, quem sabe, como um pistoleiro a disparar seus petardos e xingamentos através do seu Preto no Branco. Nada pessoal, caramba!
E foi atuando visivelmente como bate-pau do Botelho, que o ex-senador Antero Paes de Barros baixou o nível da discussão, recorrendo a termos machistas e sexistas para atacar a pré-candidata a vereadora de Cuiabá pelo PL, Samantha Iris, esposa do deputado federal e pré-candidato a prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL).
Antero Paes de Barros declarou que não conhece nenhuma atuação social de Samantha Iris. Por isso mesmo, o único papel da senhora seria “dormir na cama com Abilio”. A agressiva declaração na Rádio Cultura FM foi dada no momento em que estava ao lado da jornalista Michely Figueiredo, uma outra mulher, que não alertou e tampouco repudiou a fala machista e sexista de Antero Paes de Barros. Michely calou e consentiu.
O ex-senador, que já tentou retornar diversas vezes à cena político eleitoral e foi surrado nas urnas, se iguala, em sua fala, a declarações do ex-presidenciável e advogado cearense Ciro Gomes (PDT).
Em 2002, na eleição presidencial, quando disputava a ida ao segundo turno com José Serra (PSDB), Ciro Gomes declarou numa entrevista que sua então esposa, a atriz Patricia Pillar, teria um papel importante na disputa, pelo simples fato de “dormir” com ele. “A minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental”, declarou naquela ocasião o inacreditável Ciro Gomes.
Recentemente, o machismo de Ciro Gomes voltou a transbordar e ele atacou a senadora petista Janaina Farias (PT-CE), garantindo que ela não passaria de uma “assessora para assuntos de cama” do senador e atual ministro da Educação Camilo Santana (PT), ex-correligionário e atual desafeto do próprio Ciro.
O machismo segue, dessa forma, como um componente nojento da política e do jornalismo brasileiro. Em seu programa de rádio na Cultura FM, em Cuiabá, depois de bancar a pitonisa e garantir que o bolsonarista é candidato a prefeito para perder, Anterinho declarou que Abilio Brunini tem como meta política e grande objetivo eleitoral neste ano de 2024, apenas eleger a esposa, Samantha Iris, vereadora em Cuiabá nas eleições de outubro.
Em seguida, o ex-senador fez o ataque odiento, afirmando que a esposa de Abilio Brunini tem como única função “dormir ao lado dele”. Como mulher, só serviria para abrir as pernas para o seu marido.
Que papelão, Antero. Logo você, que alguns procuram discriminar dizendo que é homossexual enrustido e teria adotado como identidade secreta, para seus “jogos de cama”, o nome da cantora Wanderléa, dos tempos da Jovem Guarda. Por que responder ao ódio com o ódio?!
Senhor Antero, por favor, pare, agora! Peça perdão, porque quem não pede perdão não é nunca perdoado.
Enock Cavalcanti, 70, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO E/PAGINA DO ENOCK, editado a partir de Cuiabá MT desde o ano de 2009.
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