(65) 99638-6107

CUIABÁ
Pesquisar
Close this search box.

O melhor detergente é a luz do sol

SOBREVIVENTE: Wilson Santos chega aos 64 anos se equilibrando na política, entre Mauro Mendes, governador bolsonarista e Carlos Fávaro, ruralista que capturou lulismo em Mato Grosso

Publicados

O melhor detergente é a luz do sol

Eterno sobrevivente da política mato-grossense, o professor de História e deputado estadual Wilson Santos (PSD-MT), agora também apresentador de TV, promoveu na sexta-feira (22) um verdadeiro rega bofe de luxo em meio à plantação de limões que comanda em bucólica chácara que divide com a atual esposa Maria Odenilma da Silva, a Nilma da Pesca, em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso.

A festa valeu para comemorar antecipadamente os 64 anos desse autodenominado Galinho que já vai ficando velho e há muito tempo passou a figurar como um dos dinossauros da política mato-grossense. Em seus primeiros anos da politica, WS pontificava à esquerda e seu slogan, quando se elegeu vereador em Cuiabá, em 1988,  tinha um tom que parecia tirado das cartilhas de Che Guevara: “Tá com Wilson ou tá com medo?” . Atualmente, é ele que parece ter receio de provocar mais duramente quem quer que seja. E vai se equilibrando no apoio parlamentar ao governador de direita, Mauro Mendes (UB), ao mesmo tempo que se abriga do PSD do ruralista Carlos Fávaro, dito de centro direita por muitos, e de centro esquerda por alguns, personagem que, no universo econômico do Agro, se alinha com o grupo bilionário de Eraí e Blairo Maggi, e segue capturando o lulismo em Mato Grosso.

Wilson Santos nasceu em 26 de agosto de 1961, tem orgulho de contar que começou com a mãe, como jornaleiro, calcoreando as ruas da capital para vender o Diário de Cuiabá e o Jornal do Dia, entrou na politica muito cedo, na aba do então prefeito de Cuiabá, Dante de Oliveira, de quem se fez subsecretário de Serviços Públicos, e hoje se esforça para seguir mantendo o carisma e a influência sobre setores populares do eleitorado, com seu discurso que pode assumir tons tonitruantes, treinados à sombra do antigo MR-8, de Dante e Antero, grupo pretensamente revolucionário que se esfarelou à medida de Dante e Antero avançavam com seu alpinismo social.

Leia Também:  GABRIEL NOVIS NEVES: Procuro de todos os modos, a fugir “daquele dia” que já está escrito e não sabemos. Enquanto isso, leio que a “varíola do macaco” já chegou no Brasil globalizado

Mesmo com o desgaste resultante de tantos anos em cena, em que circulou por diversas siglas partidárias, chegando até mesmo a aliar-se a Júlio e Jayme Campos, o hoje encanecido Wilson Santos conseguiu atrair um povo variado para a sua noturna confraternização neste final de agosto de 2025.

O deputado Eduardo Botelho, surrado nas urnas de Cuiabá por Lúdio Cabral e Abílio Bruni, estava lá. O ascendente radialista e jornalista Laércio de Oliveira, o “Pato Rouco”, estava lá. O empresário Geandré Latorraca, do Estadão de Mato Grosso, estava lá. Sérgio Ricardo, jornalista e ex-deputado estadual, atual presidente do Tribunal de Contas e um dos padrinho das recentes aventuras televisivas do Wilson, apareceu para cumprimentar seu pupilo, ao lado do também jornalista e ex-deputado Maksues Leite.

Um novato escorregadio do jornalismo, Max Aguiar, homem forte da comunicação do prefeito Abilio Brunini, que consegue a mágica de também ser o queridinho de Marco “Popó” Pinheiro, era outro que circulava risonho pelos salões, contrastando com a presença discreta do veterano jornalista e brizolista Mário Márcio Torres.

Leia Também:  HISTORIADOR SEBASTIÃO CARLOS: Neste domingo, 1º, a Espanha viverá um momento histórico. A realização do plebiscito na Catalunha

Para surpresa de alguns, lá apareceram ainda personalidades do Judiciário, como o procurador de Justiça José Antônio Borges, antigo procurador geral de Justiça em Mato Grosso  e o desembargador e ex-promotor Marcos Machado, que, geralmente, evitam este tipo de convescote mas parece que não conseguiram dizer não à força atrativa do Wilson.

Consta que a noitada teve cerveja da boa, fartas jarras de suco de limão, e muito, muito vinho europeu e carnes de cortes nobres. Um maledicente que não foi convidado pra festança, me provocou: Será que Wilson Santos, ao completar 64 anos, também se lembrará de comemorar a data e a sua sobrevivência com os desdentados, os descamisados e os catarrentos? Esses que sempre buscou para saciarem sua sede de poder e respaldarem os seus mandatos e suas eleições, ou esses subalternizados só serão lembrados a cada 4 anos, na hora do voto e das urnas, quando WS costuma procurá-los, melífluo e com sorriso largo, rivalizando com Joaquin Phoenix, com essa sua eterna cara de Coringa ?!

 

 

ENOCK CAVALCANTI, 72, jornalista, é editor do blogue PAGINA DO ENOCK, que ele comanda a partir de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, desde o ano de 2009.

WS e sua esposa Nilma da Pesca – Arquivo

 

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

O melhor detergente é a luz do sol

ENOCK CAVALCANTI: A bosta do governo de Mauro Mendes em Mato Grosso está exposta nas redes

Publicados

em

A bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes

Enock Cavalcanti

Sim, a atividade política, no Brasil, tem sempre um tom de pornografia. À direita e à esquerda. Os eleitores que se lasquem, já que os políticos que temos, em sua maioria, não se preocupam com as exposições vexatórias, eles querem mesmo é faturar, ajuntar tesouros na terra, talvez, quem sabe,para esquecer a própria insignificancia deles mesmos como seres humanos. Homens mercadorias.

Em Mato Grosso, então, tudo parece que fica mais constrangedor. Nestes últimos dias, as atividades governamentais do empresário Mauro Mendes tem sido traduzidas, nas redes, nas manchetes, nas conversas de botequins, nas piadas de alcova, através de palavrões. Palavras de baixo calão para resumir uma confusa experiência de sete anos de governo.

Vejam que nosso governador bolsonarista disparou xingamentos contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, aquele que fugiu para os Estados Unidos para tentar tramar, com Trump, um golpe contra as instituições democráticas em nosso País, já que a intentona de 8 de janeiro de 2023 restou apenas como uma trama tabajara.

Mauro Mendes está certo, penso eu, tentando ser livre ao pensar. Eduardo Bolsonaro só fala e faz merda lá no centro do império americano, e financiado pelos contribuintes brasileiros, já que segue ganhando seus proventos como deputado federal. Um acinte. Uma situação vexatória, pornográfica.

Lá dos Estados Unidos, Eduardo respondeu e sugeriu que Mauro Mendes é que é um bosta, um frouxo, um governador que não honra as calças que veste, já que xinga a ele, o filho do ex-presidente Bolsonaro, enquanto trabalha duramente para herdar os votos do gado que Bolsonaro agregou em Mato Grosso, terra onde o bolsonarismo parece ter encontrado um vasto pasto,

O que dizer desses homens e dessas mulheres que respaldam, com seus votos, personalidades políticas aparentemente forjadas na torpeza, como Mauro Mendes e Eduardo Bolsonaro? O grande desafio da política brasileira será, então, decifrar e compreender como funciona a cabeça de um patriotário que vota hoje no candidato que uma vez eleito irá amanhã, quando tiver poder, pisotear no destino deste patriotário. Dificil explicar essa fé cega, essa faca amolada sempre a ameaçar a esquerda em nossa sociedade. Alguém me diz que tem tudo a ver com uma competente manipulação da fé dessas pessoas nos designios do Deus Jeová, mas as evidencias não são tão óbvias assim. Há patriotários apegados às mais diversas crenças religiosas.

O fato é que a bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes para quem quiser saber dela. O assunto não é amplamente debatido na mídia regional porque a mídia regional recebe farta grana das instituições públicas para justamente evitar aprofundar a reflexão sobre as práticas das instituições públicas. Ou seja, nossa imprensa também é uma merda.

Leia Também:  ZÉ ANTONIO LEMOS: Como andam a Barragem de Manso, a Ferrovia e a saída para o Pacífico?

O advogado e ex-governador Zé Pedro Taques entrou em cena para reforçar a desqualificação do governador Mauro Mendes, e ecoar a avaliação do Eduardo Bolsonaro de que o governador de Mato Grosso é, na verdade, o Mauro Mendes Bosta, o Mauro Mendes Merda.

Cabe o gracejo: nunca a política em Mato Grosso fedeu tanto. Mas o que temos de fato é uma mera constatação, diante de nossos olfatos já tão comprometidos. Sempre estivemos no esgoto da política. As elites trabalhando para continuarem como elites mandantes e acumuladoras de riquezas, enquanto o zé povinho rala e se ferra, mergulhado na merda de uma vida de sacrificios que nunca lhe oferta um momento efetivo de repouso.

Zé Pedro xinga Mauro Mendes mas até agora não xingou publicamente o atual ministro e senador licenciado Carlos Favaro, que tem atuado fortemente nos bastidores da política para tentar impedir que Taques assuma o controle do PSB em Mato Grosso e possa, assim, se qualificar para a disputa por uma vaga no Senado em 2026. Disputar o Senado é o sonho de uma noite de verão de Taques, pois quando esteve lá conseguiu avaliação positiva, ao contrário do tempo em que governou Mato Grosso ao lado do primo Paulo Taques.

Fávaro, pelo que faz crer, teria medo de disputar esta vaga com Zé Pedro e acabar perdendo para aquele ex-governador de quem foi vice e com quem rompeu, no passado, de forma tão pornográfica. Fávaro, estranhamente abençoado por Lula, surge então como mais um cacique a tentar reinar sobre o poder político na terra de Rondon e impor os interesses do Agro.

A luta de Zé Pedro para ter uma segunda chance diante do eleitorado cuiabano e mato-grossense merece ter um acompanhamento mais atento do povo de nosso Estado. Mas as coisas que acontecem nos bastidores não são expostas para o grande público. A surda disputa entre Fávaro e Zé Pedro ainda não ganhou as manchetes porque tudo se passa no silencio das conversas palacianas, em Brasília, e se Taques conseguir convencer o atual presidente nacional do PSB, o prefeito João Campos, de Recife, da importância dele revigorar a legenda em Mato Grosso, pode ser que, no final das contas, Zé Pedro e Fávaro tenham que, finalmente, se alinhar para a disputa contra o grupo de Mauro Mendes, Pivetta e bolsonaristas na rinha eleitoral de 2026. Quer dizer, as guerras dessa pré-campanha, já sinalizam para guerras futuras dentro dos blocos políticos que vão se formando para gerir a crise mato-grossense pela qual esses blocos políticos tem grande responsabilidade. Deu pra entender? Não sei se o eleitorado tem a paciência necessária. O eleitorado, afinal, existe para ser explorado não para pensar, segundo o conceito das elites. Povo é só uma abstração, por mais que a Carta Magna diga que “todo poder emana do povo”.

Leia Também:  DEBATE DE IDÉIAS: Roberto Campos morreu em 2001, aos 84 anos, sem deixar herdeiros em seu posto de guardião do pensamento da direita no Brasil. Sobrou uma outra direita, caquética e avulsa.

Max Russi, por seu turno, se prepara para pular do esquerdista PSB para o direitista Podemos – e tudo parece tão natural, como se fosse natural essa salada ideológica envenenada pelo oportunismo que é sempre servida aos cidadãos eleitores e contribuintes de Mato Grosso. Politicos tradicionais, afinal de contas, também se comportam como travestis.

Viver é perigoso, sugeria Guimarães Rosa, através do seu personagem Riobaldo, em “Grandes Sertões Vereda”. Viver, em Mato Grosso, como se vê, é conviver cotidianamente com o esgoto da política. Nesse trajeto aparentemente infindável pelo esgoto, no final das contas, como ficamos nós? Eduardo Bolsonaro é um merda. Mauro Mendes é um bosta. E nós, aonde vamos? Em 2026, só nos será dada a chance de escolher entre candidatos pornográficos? Os ruins e os menos piores?

A direita e a extrema direita controlam as disputas políticas e eleitorais em Mato Grosso e vão nos arrastando para uma manifestação, nas urnas, que pode se confundir com um vômito. A esquerda se deixou enfeitiçar pela grana do Agro. Não temos opção, de fato, se os subalternizados, os debaixo, os fudidos, não conseguirem fazer valer seus interesses nesse campo minado da política.

Para escapar desta armadilha, fugir dos impropérios vazios e buscar uma saída que valha a pena teríamos que tentar nos transformarmos no super homem de Nietzsche. O super-homem como imaginou Nietzsche (Übermensch) é um ideal filosófico de indivíduo que supera os limites humanos e a moralidade convencional, criando seus próprios valores e vivendo autenticamente. Ele não é uma figura de poder físico como o herói dos quadrinhos, mas, sim, aquele que vence o niilismo e a decadência, abraçando a vida com coragem e vontade de criar seu próprio destino.

Essa tarefa não é fácil, mas já teremos conseguido alguma coisa se, pelo menos, não nos deixarmos envolver pela lógica dessas abomináveis lideranças políticas que temos hoje em Mato Grosso, a turma da bosta e a turma da merda que se agridem mutuamente, atualmente, nas manchetes.

ENOCK CAVALCANTI, 72, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, que se edita a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

 

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

MATO GROSSO

POLÍCIA

Economia

BRASIL

MAIS LIDAS DA SEMANA