[email protected]

(65) 99638-6107

Facebook Twitter Youtube Instagram
CUIABÁ
Menu
  • Quem Somos
  • Política de Privacidade
  • CONTATO
  • HOME
  • Brasil
  • Justiça
  • Economia
  • Mato Grosso
  • Esporte
  • Polícia
  • Carros
  • Famosos
  • Receitas
Menu
  • HOME
  • Brasil
  • Justiça
  • Economia
  • Mato Grosso
  • Esporte
  • Polícia
  • Carros
  • Famosos
  • Receitas
Menu
  • HOME
  • Brasil
  • Justiça
  • Economia
  • Mato Grosso
  • Esporte
  • Polícia
  • Carros
  • Famosos
  • Receitas
Search
Close

A vida como ela é

ESCRITORA MARTHA MEDEIROS: Pra ser gentil, me senti estrangeira várias vezes sem estar viajando

Publicados

3 de dezembro de 2017

Por

A vida como ela é

 

 

Martha Medeiros


NÃO PERTENÇO A ESSE LUGAR
POR MARTHA MEDEIROS
Era um restaurante popular e estava com todas as mesas lotadas, a maioria delas ocupadas por dois casais, algumas com um casal e dois filhos. A mesa em que eu estava era maior: cinco adultos e três adolescentes. Nem 15 minutos de conversa e eu já não entendia o que fazia ali. Estava alheia aos assuntos e não achava graça das piadas. Até que um dos adultos disse algo detestável, e eu pensei: “Não pertenço a esse lugar”. Lembrei a minha casa, o meu quarto, a minha cama, onde eu preferiria estar. Preciso ir embora. Preciso chamar um táxi. A comida está vindo, o garçom já colocou o prato servido à minha frente, é agora, levanta e vai. Mas não levantei.
Não foi, nem de longe, a pior noite da minha vida. Já estive em vários outros lugares a que eu não pertencia. Uma missa rezada por um pastor mal-intencionado. Um escritório com gente estressada trabalhando até tarde. Uma entrevista que dei para um jornalista que induzia as minhas respostas. Uma festa num clube sofisticado onde as pessoas só falavam em dinheiro. Um quarto úmido de hotel, com as paredes descascadas e luz branca no teto. Um carro de madrugada lotado de garotos bêbados.
Quando pude, saí mais cedo, saí antes do fim, mas nunca fui embora durante o apogeu de um acontecimento, como uma noiva que abandona o altar. Nunca fiz da minha retirada um gesto político, audacioso e inesperado. Sempre fui daquelas mulheres que, uma vez dito sim, mantinha meu sim até o limite da educação _ mesmo quando o meu sim já tinha virado, dentro de mim, um não.
Pra ser gentil, me senti estrangeira várias vezes sem estar viajando.
Pode ser suportável, mas nem sempre. Cortesia demais nos desintegra. Se alguém te oferece um baseado, é só dizer “não, obrigado”, caso não seja chegado. Se alguém te tira pra dançar, é só dizer “não, obrigada”, caso esteja cansada. Alguém ao teu lado diz que buzinar é coisa de preto, discorde e denuncie o racismo, em vez de ficar num silêncio conivente. E toque a vida pra frente, elegantemente.
Como elegantemente fez o ator Pedro Cardoso quando se levantou de um programa de tv transmitido ao vivo e se retirou, em duplo protesto: ele foi solidário com os trabalhadores em greve da TV Brasil, que é pública, e o fez também em repúdio a um comentário inapropriado que o presidente da emissora teria feito contra Taís Araújo. Pedro é um homem inteligente, politizado e, como se viu, um lorde. Não agiu feito um moleque. Foi até o programa para divulgar um livro que havia lançado, mas diante das informações que recebeu ao chegar lá, sobre a greve e sobre a injúria, não se sentiu confortável em dar audiência a um canal que não estava sintonizado com suas convicções. Pediu desculpas a todos, explicou-se e, com toda a calma, deixou o estúdio, não sem antes abraçar a apresentadora.
“Eu não pertenço a esse lugar.” A cada vez que essa frase grudar em seu pensamento a ponto de gerar desconforto, levante, se despeça e agradeça por você ter coragem para decidir, pernas para sair e sua dignidade aguardando lá fora.
Leia Também:  MORA NA FILOSOFIA: Saíto,  pensador cuiabano, com o pensador britânico David Hume, nos lembra que o pensamento mais vivo é sempre inferior à mais remota sensação

MARTHA MEDEIROS é uma jornalista, escritora e poeta brasileira

fonte Zero Hora e O Globo: 03/12/2017
COMENTE ABAIXO:
Notícias relacionadas:

PÁGINA DO ENOCK
Propaganda
Clique para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe uma resposta

Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

A vida como ela é

JUACY SILVA: Coronavirus é letal, mata mesmo!

Publicados

1 ano atrás

em

16 de janeiro de 2021

Por

Juacy

CORONAVIRUS É LETAL, MATA MESMO!

JUACY DA SILVA

“Após meses de isolamento, casal sai para cortar cabelo e morre de Covid-19” Fonte: Site CNN (EUA) 30/12/2020 Simret Aklilu, da CNN. “Visita de Papai Noel com Covid-19 provoca 18 mortes em lar de idosos na Bélgica. 121 moradores e 36 funcionários foram infectados no começo de dezembro no asilo localizado na Antuérpia.” Fonte: Site G1 Globo, 27/12/2020.

“Pelo menos 46 idosos foram diagnosticados com Covid-19, em um surto de contágio registrado em um asilo no município de Cantagalo, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Até o momento, quatro pessoas morreram”. Fonte: CNN Brasil 30/12/2020.

Essas são apenas três noticias, várias histórias de vida, sofrimento e morte, dentre milhares ao redor do mundo e também no Brasil, onde e quando pessoas infectadas com a COVID-19, sem saberem que estão contaminadas com o CORONAVIRUS ou até mesmo sendo assintomáticas, não se resguardam, ou não são orientadas e assistidas como no caso de idosos, muitas das quais não usam máscaras, não mantem o distanciamento social de dois metros, não higienizam as mãos e acabam sendo contaminadas e tamém contaminando outras pessoas, principalmente idosos/idosas e outras integrantes dos vários grupos de risco.

Essas pessoas, ao lado da negligência dos poderes publicos, na verdade, são os agentes do sofrimento, das desgraças e das mortes que continuam dizimando milhões de pessoas ao redor do mundo e o Brasil também está nesta mesma situação e faz parte desta triste e lamentavel realidade.

Não bastasse o descaso de governantes, que negam a existência e a letalidade do virus, alguns, como Bolsonaro que dizia, no inicio da pandemia no Brasil, que o CORONAVIRUS “é apenas uma gripezinha”, ou insinua que quem usa mascara não passa de maricas, quando referindo a esta realidade, disse explicitamente que “o Brasil precisa deixar de ser um país de maricas”.

O CORONAVIRUS, COVID-19 está circulando no mundo todo e ultimamente com novas variantes mais contagiosas e letais, muitos imaginavam e ainda imaginam que o surgimento de uma ou várias vacinas iria representar o fim da pandemia de um dia para o outro e que tudo estaria resolvido, o mundo e os países voltariam ao “antigo” ou “novo” normal. 

Ledo engano, mesmo com a vacina, apesar de que mais de 50 paises já estarem imunizando suas populações e nos próximos dias, semanas ou meses com certeza mais de uma centena de países também estarão protegendo suas populações, inclusive, países com dimensões econômicas e geopolíticas de peso muito menor do que nosso país, o Brasil, lamentavelmente, pela incompetência, descaso, negacionismo e incúria de nossos governantes, está no fim da fila, sem vacinas e nem seringas e agulhas o Ministério da Saúde consegue comprar, o que demonstra tanto o descaso quanto a falta de planejamento e de compromisso do Governo Bolsonaro e de diversas governantes estaduais e municipais com a saúde e a vida da população.

Por outro lado não podemos culpar apenas ou exclusivamente tais governantes insensiveis ou negacionistas mas, também, boa parte ou talvez a maior parte da população que é estimulada por tantas demonstrações de descaso quanto aos perigos e letalidade da COVID-19 por parte de autoridades, a quem atribuem uma grande dose de verdade, continua se aglomerando, promovendo festas e comemorações clandestinas ou ostensivas, pessoas saindo `as ruas ou frequentando áreas de comércio popular, com grande número de pessoas aglomeradas e circulando sem distanciamento social e sem o uso de máscaras, tem contribuido para o aumento assustador de novos casos de infecções e de mortes nos últimos dois meses, caracterizando que estamos em plena segunda onda desta pandemia.

Dados estatísticos e inúmeras reportagens tem demonstrado que o Sistema de saúde, principalmente o Sistema público de saúde, está entrando ou em alguns estados e capitais já entrou em colapso total.

Hospitais não tem mais leitos, nem de enfermaria e muito menos de UTI para atender ao aumento assustador de casos, números esses que, conforme diversas especialistas, tendem a aumentar nas próximas duas ou tres semanas, como consequência e resultado das aglomerações e falta de cuidados por parte da população e falta de ação dos poderes públicos para coibirem tais eventos durante os festejos natalinos e de final de ano.

Da mesma forma que a segunda onda impôs novas medidas drásticas de isolamento, fechamento de estabelecimentos comerciais, atividades econômicas, esportivas, de lazer e outros setores na Europa e em vários outros países, talvez, já que a vacina ainda vai demorar muito tempo, muitos meses para estar disponivel para toda a população, o Brasil terá que adotar, novamente, medidas restritivas, tendo em vista que os hospitais estão super lotados e sem chances de atender o aumento do volume de pessoas infectadas que demandam leitos hospitalares, principalmente leitos de UTIs, respiradores, além de equipes de profissionais de saúde que também estão morrendo e desfalcando tais quadros técnicos, o que torna a situação ainda mais crítica e assustadora. Só não vê quem não quer ou quem acredita em fake news, charlanismo ou curandeirismo que continuam negando a existência e a letalidade do coronavirus.

Temos ouvido e visto no noticiário diário que o Sistema de saúde pública está encontrando dificuldade para contratar novos profissionais de saúde, seja para repor os cargos/funções de inúmeros que contraem a COVID-19 e outros que foram vitimas/morreram.

Conforme dados da OMS até Agosto pouco mais de 7 mil profissionais de saúde perderam a vida para o coronavirus, sendo 1.077 nos EUA, 649 na Inglaterra; 634 no Brasil; 631 na Rússia e 573 na Índia, entre os diversas países.

No caso do Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, em reportagem no site Agência Brasil, a COVID-19 infectou 257 mil profissionais de saúde e provocou centenas de mortes, impactando negativamente o volume e qualidade dos serviços prestados aos pacientes.

Cabe ressaltar que enquanto a corrupção através de criminosos de colarinho branco, dentro e fora dos organismos públicos continuam roubando recursos destinados ao enfrentamento do coronavirus, falta dinheiro para pagar pessoas abnegadas, como os profissionais de saúde, que colocam suas vidas em risco, ou adquirir equipamentos, sem os quais se torna impossivel ofeerecer serviços de qualidade, como acontece em vários estados.

Roubar dinheiro da saúde pública deveria ser considerado crime hediondo e esses ladrões deveriam receber penas longas, por muitas décadas, para demonstrar que, realmente, o crime não compensa, já que no Brasil não existe pena de morte e nem de prisão perpétua para tais tipos de crimes e criminosos.

Lamentavelmente os ladrões de colarinho branco ainda continuam agindo e soltos após cumprirem penas bem leves, passando a mensagem para outros corruptos de que o crime compensa, já que a impunidade é a tônica dominante.

O Brasil, por falta de planejamento e gerenciamento precário no Sistema de saúde pública vive também um verdadeiro paradóxo, de um lado estão faltando leitos hospitalares e de outro existem milhares de leitos equipados mas falta pessoal técnico e de apoio, principalmente médicos e outros profissionais especializados.

Leia Também:  DANUZA LEÃO: Afinal, qual a graça de ter muito dinheiro? Bom mesmo é possuir coisas exclusivas, a que só nós temos acesso; se todo mundo fosse rico, a vida seria um tédio.

Só no Rio de Janeiro, onde a situação está praticamente fora do controle, existem mais de mil leitos de UTI desativados por falta de médicos e outros profissionais de saúde, principalmente em hospitais públicos federais, estaduais, municipais e também hospitais universitários, o que é um absurdo, verdadeiro crime contra a população que tem na saúde pública a única forma de buscar atendimento e socorro.

Volto a repetir e a enfatizar, os hospitais estao super-lotados, o número de leitos de enfermarias e, principalmente, de UTIs estão praticamente com capacidade esgotada, as filas da morte com dezenas de milhares de pessoas em todos os Estados aguardando uma vaga de UTI que não surge e ai a MORTE CHEGA NA FRENTE, tem aumentado dia após dias a angustia de doentes e seus familiares.

Neste cenário vamos continuar assistindo, ouvindo relatos, noticiário da imprensa radiofônica, impressa e televisiva pessoas amontoadas em corredores de hospitais ou nas portas de unidades de saúde, em ambulâncias que perambulam de hospital para hospital, muitas morrendo sem qualquer assistência. É muito triste e revoltante observarmos uma situação como esta.

Falamos tanto em democracia, em “Estado democrático de direito”, em direitos fundamentais das pessoas, direitos humanos como consta de nossa Constituição Federal que em seu artigo 196 assim estabelece “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

Ora, a saúde é mais do que importante para que as pessoas, os cidadãos e cidadãs possam exercer vários de seus direitos fundamentais, dentre os quais, o direito mais sagrado, a partir do qual todos os demais direitos estão vinculados que é a VIDA.

Sem saúde todos os demais direitos, inclusive o direito `a vida, se tornam sem sentido, por isso é a mesma Constituição Federal, que todos os Governantes juram cumprir e fazer cumprir e inclusive existe a mais alta instância do Poder Judiciário , que é o STF, cuja única atribuição é de ser o guardião de nossa Carta Magna, mas que em muitos casos, inclusive nesta pandemia, quase 200 mil pessoas não tiverem seu direito a vida garantido e foram tragadas pela morte.

Até o dia 05 de Janeiro de 2021, o Brasil já registrou 7,8 milhões de casos e 197,7 mil mortes, sendo que nas últimas 24 horas do dia 04 para 05 de janeiro foram registrados 56.648 novos casos e ocorreram 1.171 novas mortes, dentro de mais tres meses, quando supõe-se que pelo menos parte dos grupos de maior vulnerabilidade possam já ter sido vacinados, estima-se que o número de casos podem seja igual ou superior a 10 milhões e o de mortes pode superar 250 mil, mantendo-se o atual índice de letalidade da COVID-19 no Brasil que é de 2,5%, como tem ocorrido ao longo dos últimos meses.

Sempre é bom ler e reler o que consta de nossa Constituição Federal, como, por exemplo em seu artigo quinto quando estabelece “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes….”

No andar atual “da carruagem”. como se diz, o plano nacional de imunização, no que tange `a COVID-19, poderá não passar de um belo documento, para enfeitar prateleiras ou para que os governantes o exibam perante os meios de comunicação, jamais um plano real que represente ações de fato, que contenham metas e indicadores, prazos precisos e que consigam reduzir ou eliminar a circulação do virus em nosso país.

Até que mais da metade dos brasileiros , incluindo todas as pessoas integrantes dos grupos de risco possam receber a vacina, vamos ter que aguardar vários meses ou talvez até o ano todo de 2021 para que isto aconteça.

Enquanto isso, dezenas de milhares de pessoas  serão infectadas  e centenas morrerão todos os dias. Assim, o Brasil poderá contabilizar e superar em 2021 mais de 12 milhões de pessoas infectadas pela COVID-19 e mais de 300 ou 350 mil mortes.

Neste contexto, é bom refletir que o Brasil continua sendo o terceiro país em número de casos, atraz dos EUA e da Índia. Mesmo tendo pouco mais de 15,3% da populacao Indiana tem 31,7% mais casos do que aquele país, isto significa que o índice de mortalidade por COVID-19, por 100 mil habitantes é de 10,7 na Índia e de 92,9 no Brasil. Nos EUA este índice é de 107,2 mortes por 100 mil habitantes e no mundo é de apenas 24,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

Quando comparamos os índices de letalidade, ou seja, qual o percentual das pessoas diagnosticadas/infectadas com COVID-19 que acabam morrendo,  esses índices são os seguintes: mundo 2,2%; Itália 3,5%; Inglaterra 2,7%; Espanha 2,6%; Brasil e França 2,5%; Alemanha 2,0%; Rússia 1,8%; EUA 1,7%; Índia 1,4% e Turquia 1,0%. Esses são os dez países com maiores números de casos no mundo. A média do índice de letalidade desses dez países é de 1,9%.

No entanto, desde o inicio da pandemia do coronavirus os dados estatísticos tanto em relação ao mundo como um todo quanto de inúmeros países onde tais dados estão disponíveis indicam que a taxa de letalidade cresce de acordo com o aumento das faixas etárias, a despeito de que os índices de contágio sejam mais uniformes, ou seja, pessoas em todas as faixas etárias, a partir de 20 ou 30 anos são contaminadas, mas, mesmo que os idosos com 60 anos e mais sejam a minoria da população, proporcionalmente são infectados em maior percentual e, pior ainda, apresentam índices de letalidade diversas vezes maiores do que das faixas etárias menores do que 60 anos.

Os dados a seguir são do Estado de São Paulo, até meados de dezembro e representam a média nacional em relação aos Brasil como um todo e guardam a mesma relação  com dados da China, de diversas países Europeus, dos EUA e também de praticamente todos os países da América Latina.

Internamente, no caso do Brasil, os índices de letalidade variam bastante e decorrem tanto do estado de higidez da população quanto da qualidade dos sistemas de saúde, principalmente dos sistemas públicos.

Isto significa que as pessoas cujo estado imunológico esteja comprometido com outras comorbidades, como portadores de diabetes, doencas cardíacas, vasculares, renais, câncer, fumantes, obesos ou que sofrem com doenças respiratórias ou degenerativas quando infectadas pelo coronavirus tem a probabilidade de serem afetadas com maior severidade e irem a óbito do que as demais pessoas que tenham melhor imunidade e não tenham comorbidades.

Leia Também:  EMIR SADER: Marina é alternativa da direita

Além disso, a falta de condições no atendimento do Sistema público de saúde principalmente, com a falta de leitos hospitalares, falta de medicamentos, falta de profissionais e técnicos de saúde contribuem para a demora no atendimento e diagnóstico correto, complicando sobremaneira a situação desses pacientes e aumentando a probabilidade de um aumento de mortes. Nessas situações os grupos populacionais excluidos, pobres e moradores das periferias urbanas e meio rural são as maiores vitimas.

Voltando aos índices de letalidade no Estado de São Paulo, por faixa etária, os dados indicam que em pessoas com menos de 40 anos este índice é de 0,2% ou seja, de cada mil pessoas infectadas apenas duas vão a óbito, nas demais faixas etárias os índices são: 40 a 49 anos 1%, em mil contaminados 10 morrem; 50 a 59 anos 2,8% ou seja, de cada mil infectados 28 acabam morrendo; de 60 a 69 anos 8,4% indicando que em mil pessoas contaminadas 84 acabam morrendo; 70 a 79 anos 18,5% ou seja, de cada mil infectados 185 morrem; 80 a 89 anos 32,0% indicando que de cada mil pacientes nesta faixa diagnosticados 320 acabam morrendo e pacientes com mais de 90 anos o índice de letalidade é de 37,8% demonstrando que quanto maior e a faixa etária maior é o índice de letalidade, no caso dos idosos com mais de 90 anos 378 dos diagnosticados com COVID-19 acabam morrendo.

Na maioria dos países e também aqui no Brasil, idosos com 60 anos ou mais representam 76% do total de mortes por COVID-19, isto significa que das 197,7 mil mortes ocorridas até o dia 05 de Janeiro de 2021, nada menos do que 150,2 mil óbitos foram de pessoas idosas com 60 anos ou mais, um absurdo, quando este grupo representa apenas 13,6% da população brasileira.

A negligência em relação a esses grupos, principalmente os mais idosos, pode representar um verdadeiro genocídio, ou seja, extermínio de boa parte dos idosos em idade mais avançada.

Merece também um destaque para o fato de que os índices de letalidade no Brasil variam muito entre os Estados. Enquanto o índice de letalidade do Brasil é de 2,5%, em Mato Grosso do Sul de 1,9%, em Pernambuco 5,3% e no Rio de Janeiro 6,6%.

Para situarmos melhor a questão dos idosos em relação `a COVID-19 e a vacinação, precisamos destacar que existem no Brasil 28,9 milhões de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) ou 13,6% da população brasileira.

Por faixas etárias temos o seguinte Quadro: a) de 60 a 74 anos existem 22,2 milhões de idosos, ou 77% de idosos que serão excluidos inicialmente do plano de vacinação do ministerio da saúde; b) acima de 75 anos existem 6,7 milhões de idosos ou 23,0% da população idosa, que, em princípio serão vacinados em caráter prioritário nos termos do plano de vacinação do governo federal.

Só para vacinar todos os idosos o Brasil teria que garantir nada menos do que 57,8 milhões de doses de vacinas, além dos grupos de risco como profissionais de saúde, portadores de comorbidades, cujos dados exatos estão ausentes nos diversas planos de vacinação dos governos federal, estaduais e municipais.

É neste contexto que precisamos discutir a questão da vacinação, pois além dos idosos, não apenas acima de 75 anos, mas sim, acima de 60 anos sejam vacinados, em cumprimento inclusive ao que consta do Estatuto do idoso, que em seu artigo 15 estabelece “ É assegurada a atenção integral `a saúde do idoso, por intermédio do SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e servicos, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo  a atenção especial `as doencas que afetam preferencialmente os idosos”.

Ora, neste e em nunhum outro artigo o grupo de idosos de 60 ate 75 anos consta que este grupo deva ser excluido, razão pela qual tanto o Governo Federal quanto os governos estaduais e prefeituras não podem excluir a maior parte dos idosos no Brasil em se tratando de vacinação contra a COVID-19.

Os idosos no Brasil (pessoas com 60 anos e mais) representam 13,6% da população; 16,3% dos casos de COVID-19 e o absurdo de 76,8% das mortes por esta terrivel pandemia.

Em relação `a vacinação e fabricação de tantos insumos e equipamentos fundamentais e imprescidíveis para o pleno funcionamento dos sistemas de saúde, é importante refletirmos que, enquanto alguns paises como EUA, diversas europeus, Rússia, China, índia e Japão estão em um estágio avançado em educacao, ciência e tecnologia em todas as áreas, inclusive nesta de equipamentos e insumos hospitalares e de saúde, o Brasil, ao longo de décadas pouco tem investido em educação, ciência e tecnologia e tanto se orgulha de ser um dos grandes exportadores de commoditties, matérias primas com baixo índice de agregação de valores, como era a economia brasileira durante os períodos colonial e do império. Esta é uma razão para não produzirmos vacinas, respiradores e até mascaras e luvas, itens que devem ser importados, uma vergonha!

Parece que um cenário como este não abala as preocupações dos politicos, gestores e governantes municipais que começaram uma nova gestão a menos de uma semana ou políticos estaduais e federais que só pensam nas eleições de 2022, até lá, o povo que se dane, o povo que se lasque, o povo que continue chorando seus doentes e enterrando seus mortos, sem sequer poder vela-los com dignidade.

Também é necessário que os Ministérios Público Federal e Estaduais, que são “os fiscais da Lei”, as Defensorias públicas e inclusive o Poder Judiciário, tenham uma ação mais decisiva e efetiva para que os Governantes e instituições públicas e privadas realmente cumpram com as leis que garantem os diversas direitos da população. Afinal, a existência de Leis que não são cumpridas não passam de “belas mentiras”, ou como dizem, “para ingles ver”.

Este é o Brasil que teremos, em 2021, no que tange `a maior crise sanitária de nossa história, é a falência total do Sistema público e, em parte do Sistema privado de saúde, inclusive dos planos e seguros de saúde, além de todas as demais mazelas que colocam nosso país no centro do noticiário internacional como o descaso, degradação e crimes ambientais, a violência endêmica que já tomou conta de nossa sociedade, a corrupção que continua correndo solta, a pobreza, a miséria e a fome que afetam mais da metade da população brasileira, situação que vai piorar muito com o fim do auxílio emergencial a partir deste inicio de 2021.

JUACY DA SILVA, professor universitário, aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia

Email [email protected] [email protected]

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo
  • Últimas Notícias
É bem Mato Grosso6 horas atrás

Gefron recupera duas caminhonetes roubadas e prende três por roubo e um foragido da Justiça

Dinheiro na mão é vendaval9 horas atrás

Bolsonaro nega planos de taxação de empresas como Shein e Shopee

ENTRETENIMENTO10 horas atrás

Gil do Vigor conta que Anitta foi tema de prova nos EUA: “Poderosa”

ENTRETENIMENTO10 horas atrás

Johnny Hooker fala em fim de carreira: “Meu trabalho não tem demanda”

ENTRETENIMENTO10 horas atrás

Ex-BBB Sarah Andrade aparece em tapete vermelho de Cannes 2022

MATO GROSSO

É bem Mato Grosso6 horas atrás

Gefron recupera duas caminhonetes roubadas e prende três por roubo e um foragido da Justiça

Equipes do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), que atuam na Operação Hórus-Vigia MT, prenderam nas últimas 24hs, em ações distintas,...

É bem Mato Grosso12 horas atrás

Governador recebe honraria e fala ao Rotary sobre os avanços do Estado

O governador Mauro Mendes recebeu o “Título de Companheiro Paul Harris” do Rotary, na manhã deste sábado (21.05), pelos relevantes...

É bem Mato Grosso22 horas atrás

Governo investe na construção de Centro Logístico de Abastecimento e Distribuição

O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), já investiu R$ 2,5 milhões na construção...

POLÍCIA

A sociedade contra o crime16 horas atrás

Polícia Civil firma parceria para atendimento jurídico às vítimas de violência doméstica em Barra do Garças

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Barra do Garças (509 km a leste...

A sociedade contra o crime19 horas atrás

Polícia Civil participa de seminário acadêmico realizado na Unemat de Barra do Bugres

A Polícia Civil de Barra do Bugres, região médio norte do Estado, foi organizadora junto com a Universidade de Mato...

A sociedade contra o crime19 horas atrás

Investigador ministra palestra sobre malefícios das drogas para alunos do Bombeiros do Futuro

Sessenta crianças que participam do projeto Bombeiros do Futuro, desenvolvido pela Corpo de Bombeiros Militar, participaram de palestra ministrada pela...

Economia

Dinheiro na mão é vendaval9 horas atrás

Bolsonaro nega planos de taxação de empresas como Shein e Shopee

Reprodução: ACidade ON Bolsonaro é contra o aumento de impostos e defende solução alternativa O presidente Jair Bolsonaro contraria Paulo...

Dinheiro na mão é vendaval10 horas atrás

Mega-Sena sorteia R$ 53 milhões. Confira as dezenas

Felipe Moreno Mega-Sena sorteia quase R$ 53 milhões neste sábado (21) A Caixa Econômica Federal realizou hoje (21) o sorteio...

Dinheiro na mão é vendaval14 horas atrás

Ministério do Trabalho e Previdência ensina a sacar Abono do Pis/Pasep

Agência Brasil Abono salarial: Veja números e sites para consultar e sacar via PIS/Pasep Ainda restam 485.666 trabalhadores na fila...

BRASIL

Brasil, mostra tua cara14 horas atrás

Presidente participa da Marcha para Jesus em Curitiba

O presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado (21), em Curitiba, da Marcha para Jesus. O evento organizado por grupos evangélicos voltou a...

Brasil, mostra tua cara15 horas atrás

Presidente descarta taxar compra por meio de aplicativos estrangeiros

O presidente Jair Bolsonaro descartou hoje (21), em sua conta no Twitter, a edição de medida provisória (MP) para tributar...

Brasil, mostra tua cara15 horas atrás

Presidente participa de Marcha para Jesus em Curitiba

O presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado (21), em Curitiba, da Marcha para Jesus. O evento organizado por grupos evangélicos voltou a...

MAIS LIDAS DA SEMANA

  • Destaque especial8 meses atrás

    João Doria assume compromisso de defesa da comunidade LGBTQIA+ se for presidente do Brasil

  • Destaque especial6 meses atrás

    A Tabacaria, poema de Fernando Pessoa, na interpretação do saudoso ator Antônio Abujamra

  • Destaque especial6 meses atrás

    A gratidão da onça, nas matas do Pantanal

  • Destaque especial6 meses atrás

    “Eu Sei Que Vou Te Amar”, clássico de Tom e Vinicius, por Emílio Santiago

  • Humor nacional9 meses atrás

    O cartunista Benett desenhando o racismo estrutural brasileiro

  • O melhor detergente é a luz do sol1 ano atrás

    AGÊNCIA PÚBLICA: As acusações não reveladas de crimes sexuais de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia

  • Destaque especial10 meses atrás

    Bolsonaro não morre fácil, avalia Fernando Lucena, vereador do PT em Natal. VEJA VIDEO

  • Deliciosos sabores7 meses atrás

    Sequilhos de maionese

  • Quem Somos
  • Política de Privacidade
  • CONTATO
Menu
  • Quem Somos
  • Política de Privacidade
  • CONTATO

nos siga nas redes sociais

Facebook Twitter Youtube Instagram

É proibida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo sem a autorização por escrito do autor e / ou editor

desenvolvido e hospedado por

Copyright © 2020 - Todos os direitos reservados a PÁGINA DO ENOCK