O melhor detergente é a luz do sol
ENOCK CAVALCANTI: Quem mandou matar Renato Nery? Investigações da Polícia não avançam. O que avançaram foram críticas ao morto
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Dez dias depois da execução do advogado Renato Gomes Nery em uma fria calçada da Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, as investigações sobre sua morte não avançaram e até já saíram das manchetes da grande mídia mato-grossense, mais preocupada em saber quem vai dominar a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa nos próximos anos. Nossa mídia, decididamente, parece não ter o cuidado de investigar com profundidade seja lá o que for. E também não falta em Mato Grosso crimes para disputar a atenção do horrorizado público. Nos desdobramentos do assassinato do advogado Renato, aliás, as polêmicas que se multiplicaram foram contra ele, o morto.
Na mídia, o que se viu, desde então, foi o advogado Antônio João de Carvalho Jr e o perito Cláudio Natal garantindo que, nessa história, antes de morrer, o ex-presidente da OAB-MT Renato Nery é que estaria agindo como bandido, falsificando documentos para tomar posse de valiosa fazenda no distante município de Novo São Joaquim (480 quilômetros de Cuiabá), um dos paraísos do Agronegócio em Mato Grosso.
Renato Nery morreu no sábado (6/7), aos 72 anos, vítima de atentado praticado por motoqueiro até agora não identificado. Conforme informações da Polícia Militar, o advogado estava na porta do escritório de advocacia onde atuava em Cuiabá, na movimentada Avenida Fernando Corrêa da Costa, no Coxipó, no dia 5, sexta. quando foi surpreendido por um atirador que, do alto de sua moto, disparou cerca de sete tiros, dos quais três atingiram Renato. O veterano advogado foi rapidamente socorrido e passou por uma cirurgia no antigo Hospital Jardim Cuiabá, sendo posteriormente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, Renato não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. Uma das balas penetrara em seu cérebro.
O caso ainda promete muita polêmica. Em representação protocolada na ordem dos advogados do Brasil, e vazada em canais de What`App, Renato Nery disparou, semanas antes de ser atacado, uma série de acusações que visaram, entre muitos, o advogado Antônio João de Carvalho Jr, que duelava com ele sobre a posse da fazenda em Novo São Joaquim, o casal de magistrados Luis Octávio Sabóia e Sinnii Saboia e o desembargador Sebastião de Moraes, entre muitos outros. O documento está em mãos do delegado que investiga o assassinato, repassado pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil e deve orientar uma série de oitivas a serem deflagradas pela Policia Civil de Mato Grosso, pelo que se espera. Mas quando?
Renato acusou seu colega Antônio João, perante a OAB-MT, de montar um “escritório do crime” em Cuiabá para prejudicá-lo em ação em torno da valiosa fazenda, onde já existe vasta atividade de plantação de soja. O advogado Antônio João, em declarações ao Olhar Direto, rebateu dizendo que Nery teria usado da artimanha para tentar tirar a credibilidade das pessoas que dificultam que ele alcance os interesses dele no processo, acrescentando que o morto teria lançado mão até mesmo de falsificações durante sua atuação nas diversas instâncias do Judiciário de Mato Grosso. Segundo a OAB-MT, através de sua presidenta, Gisela Cardoso, Renato Nery em momento algum se disse ameaçado por quem quer que fosse.
As acusações do advogado Antônio João contra o advogado assassinado foram reforçadas pelo perito Cláudio Natal que garantiu, falando à PÁGINA DO ENOCK, que a própria Politec – Polícia Técnica do Estado de Mato Grosso teria também atestado que Renato Nery usara, sim, de documentação falsificada para tentar fazer valer seu direito sobre a fazenda em Novo São Joaquim, que ele herdara de um cliente morto e avaliada em, pelo menos, 300 milhões de reais. Natal foi apontado, na representação encaminhada por Renato Nery à OAB-MT, como “blogueiro, estelionatário e grampeador de telefones”. Renato também chegou a acusar a Politec de estar pretensamente envolvida na trama que teria sido montada contra ele por uma enorme ratatuia, em que estariam atuando, pelo que sugeriu, importantes escritórios de advocacia de Cuiabá e mesmo autoridades graúdas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ele também acusou personalidades nacionais do Direito, como o jurista Humberto Teodoro Junior e o ex-juiz federal aposentado de Mato Grosso do Sul Odilon de Oliveira, os dois atuando contra Renato na rumorosa ação em Novo São Joaquim.
Onde está a verdade em meio a estes dados tão contraditórios? Todo mundo aguarda as revelações a serem levantadas pelas autoridades policiais. Até lá, mantém-se a perplexidade e o espanto. A gente lembra do também advogado Roberto Zampieri, executado também a tiros em Cuiabá, e também envolvido em processos judiciais de disputa pela terra, e fica pensando que a temporada de caçada e assassinato de advogados em Cuiabá continua aberta.
Autoridades policiais e do Ministério Público é que devem dar uma satisfação ao grande público e deslindar esse confuso caso criminal.
Enock Cavalcanti, 71, jornalista, é editor do blogue PÁGINA DO ENOCK, editado a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

Gisela Cardoso e Renato Nery


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