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O melhor detergente é a luz do sol

ENOCK CAVALCANTI: Deputado Botelho agrediu Deputado Lúdio em plenário. Deve ser processado e punido- VEJA VIDEO

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O melhor detergente é a luz do sol

 

 

O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (União) tem dado todos os sinais de que pode estar descontrolado. À beira de um ataque de nervos, diria o cineasta espanhol Pedro Almodóvar. A candidatura a Prefeito de Cuiabá pelo União Brasil parece pesar sobre a sua consciência, em face dos muitos negócios empresariais que administra e parecem ser difíceis de conciliar com a administração pública.

 

Hoje, agindo como um moleque de rua, e confessando até, no próprio microfone da ALMT, que a sua criação é de moleque de rua, Botelho  agrediu o deputado Lúdio Cabral (PT) em plenário e a agressão só não foi mais grave, porque o deputado Beto Dois a Um atuou no “deixa-disso” e não deixou o pau quebrar.

 

Motivo pra agressão? Botelho agrediu o deputado Lúdio Cabral (PT) durante a sessão desta quarta-feira (3), com um empurrão, pelo que conta o repórter Pablo Rodrigo, por conta de um projeto de Lei apresentado pelo petista que obriga a realização de licitação para a concessão do BRT (ônibus de Rápido Transporte) com a tarifa a R$ 1 real por 5 anos.  Lúdio defendia a votação do projeto em regime de urgência e Botelho pelo que consta ficou puto com essa pressa toda.

 

Para encaminhar a votação, Lúdio Cabral conseguira o apoio e a assinatura de 11 outros parlamentares. Depois que o pau quase cantou em pleno plenário da Assembleia, com filmagem ao vivo pela TV Assembleia para todo o Mato Grosso, o Brasil e o mundo, a maioria dos deputados resolveu botar o galho dentro e, na votação do pedido de urgência, acabaram se submetendo ao truculento Botelho e retirando suas assinaturas.

 

Mas o escândalo da agressão está devidamente  gravado, documentado. Muitos da imprensa regional (ora viva!) também divulgaram fatos e vídeo, praticando um pouco do jornalismo documental que, na maioria das vezes, não praticam. Se existe uma Comissão de Ética na ALMT ela deve analisar a criminosa atuação do parlamentar e empresário Botelho que, segundo garantiu o deputado federal bolsonarista Abilio Brunini (PL)), em entrevista na semana passada, seria um dos beneficiários de um possível esquema para controlar a gestão do BRT, que vem sendo implementado na capital pelo governo do empresário Mauro Mendes (UB), certamente não por acaso apoiador de Botelho na futura disputa da Prefeitura de Cuiabá.

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Nos vídeos divulgados nos saites e nos grupos de zapzap, é possível ouvir Lúdio pedindo respeito e postura para Botelho. Botelho afirmou que Lúdio terá o direito de debater o projeto nas Comissões. Usando a tribuna, o agredido, Lúdio chamou atenção do presidente, dizendo que ele deveria atuar de maneira respeitosa.   Pablo Rodrigo relatou o que disse o petista:

 

“Todos me conhecem. Respeito é recíproco. Agora não tem sentido o presidente da Assembleia perder a cabeça e partir para agressão física. Não tem sentido, porque isso não é compostura de que tem decoro parlamentar. Você precisa se desculpar. E é meu dever dizer isso. O senhor é pré-candidato a prefeito de Cuiabá, vai enfrentar a disputa, o debate e o contraditório, tem que ter paciência. Não pode perder a cabeça, não pode apelar e partir para agressão. E eu sinto muito de ter que tratar de uma pauta dessa aqui. Postura, presidente”.  

 

Curioso é que o jornalista Pablo Rodrigo entende de empurrão, já que sofreu um desses empurrões no peito, em novembro de 2019, quando fez um questionamento ao governador Mauro Mendes, que, como se sabe, não gosta de questionamentos. (Tanto que o Judiciário mato-grossense registra e o Sindjor MT tem denunciado o fato de que nada menos que 18 jornalistas são alvos, em Mato Grosso, do assédio judicial que seria patrocinado pelo governador. Assédio que acontece porque os jornalistas, cumprindo com suas responsabilidades, “ousam” publicar reportagens investigativas e/ou textos analíticos sobre a atual gestão bolsonarista no Governo do Estado.)

 

 

Logo depois de Lúdio falar, Botelho foi à tribuna, pretensamente para pedir que Lúdio tenha respeito com os colegas parlamentares. Mas, vejam que ele acabou fazendo uma confissão de sua criação como moleque de rua, e da sua truculência, alegando, surpreendentemente, que Lúdio o havia agredido, primeiramente: “Eu não aceito aqui dentro a falta de respeito com os colegas. Eu respeito todo mundo aqui dentro, sempre tratei oposição e situação com respeito. E quando vier se dirigir a mim, com respeito e com calma. Não adianta vir com agressão pra mim, que vai receber agressão. Eu sou um cara que nasceu na rua. Apanhando de polícia quando fazia graça. Não aceito ninguém fazer graça com a minha cara, se vier com respeito, terá respeito, se vier com briga, terá briga. Exijo respeito” – disse o pré-candidato apoiado por Mauro Mendes, segundo documentou Pablo Rodrigo na Gazeta.

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Lúdio havia conseguido 11 assinaturas para urgência do projeto. Os deputados Gilberto Cattani (PL), Faissal Calil (Cidadania), Elizeu Nascimento (PL), Claudio Ferreira (PL), Diego Guimarães (Republicanos), Sebastião Rezende (União), Drº João (MDB), Fábio Tardin (PSB), Wilson Santos (PSD) e Beto 2 a 1 (União) assinaram. Depois, essa maioria fugiu de suas responsabilidades, se acovardou em face do clima de violência criado por Botelho, até mesmo muitos dos apoiadores da campanha de Abilio Brunini, mostrando que bolsonaristas e botelhistas estão muito próximos –  e retiraram a assinatura, ficando só as de Lúdio e Wilson Santos.

 

Lembrar que na semana passada, ao ser entrevistado pelo repórter do saite Esportes e Notícias, Rafael Costa, e perguntado sobre o possível esquema para favorecer sua família no contrato do BRT, Botelho não ficou nada satisfeito. E foi tirar satisfação com o jornalista, perguntando pra quem ele estava trabalhando. Circula no mercado a informação que Rafael tem prestado também assessoria para Abilio Brunini e isso, certamente, deixou Botelho enfezado. Tão enfezado como hoje, quando não vacilou em partir para a porrada pra cima do parlamentar petista Lúdio Cabral.

 

Por mim, o caso não acabou, ao contrário do que disse e pretende Botelho. Sua truculência deve ser submetida a análise da Comissão de Ética, se é que na Assembleia de Mato Grosso existe Ética e Comissão de Ética. Veremos. Imagino que Lúdio não deve vacilar na denúncia daqueles que o agridem, ele que tanto estimula mulheres agredidas, indígenas agredidos, trabalhadores rurais agredidos, a reagirem diante de seus agressores. Processo no Botelho! Imagino que petistas através do Diretório Municipal e Estadual do PT também devem reagir. O que fará Valdir Barranco?!

 

Botelho deve ser processado e, para a honra do Legislativo mato-grossense, se é que o Legislativo mato-grossense tem honra, deve punido pelo seu descontrole, acredito eu, um velho cheio de esperanças.

 

 

ENOCK CAVALCANTI, 71, jornalista, é editor do blogue PAGINA DO ENOCK, publicado a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

 

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ENOCK CAVALCANTI: A bosta do governo de Mauro Mendes em Mato Grosso está exposta nas redes

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A bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes

Enock Cavalcanti

Sim, a atividade política, no Brasil, tem sempre um tom de pornografia. À direita e à esquerda. Os eleitores que se lasquem, já que os políticos que temos, em sua maioria, não se preocupam com as exposições vexatórias, eles querem mesmo é faturar, ajuntar tesouros na terra, talvez, quem sabe,para esquecer a própria insignificancia deles mesmos como seres humanos. Homens mercadorias.

Em Mato Grosso, então, tudo parece que fica mais constrangedor. Nestes últimos dias, as atividades governamentais do empresário Mauro Mendes tem sido traduzidas, nas redes, nas manchetes, nas conversas de botequins, nas piadas de alcova, através de palavrões. Palavras de baixo calão para resumir uma confusa experiência de sete anos de governo.

Vejam que nosso governador bolsonarista disparou xingamentos contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, aquele que fugiu para os Estados Unidos para tentar tramar, com Trump, um golpe contra as instituições democráticas em nosso País, já que a intentona de 8 de janeiro de 2023 restou apenas como uma trama tabajara.

Mauro Mendes está certo, penso eu, tentando ser livre ao pensar. Eduardo Bolsonaro só fala e faz merda lá no centro do império americano, e financiado pelos contribuintes brasileiros, já que segue ganhando seus proventos como deputado federal. Um acinte. Uma situação vexatória, pornográfica.

Lá dos Estados Unidos, Eduardo respondeu e sugeriu que Mauro Mendes é que é um bosta, um frouxo, um governador que não honra as calças que veste, já que xinga a ele, o filho do ex-presidente Bolsonaro, enquanto trabalha duramente para herdar os votos do gado que Bolsonaro agregou em Mato Grosso, terra onde o bolsonarismo parece ter encontrado um vasto pasto,

O que dizer desses homens e dessas mulheres que respaldam, com seus votos, personalidades políticas aparentemente forjadas na torpeza, como Mauro Mendes e Eduardo Bolsonaro? O grande desafio da política brasileira será, então, decifrar e compreender como funciona a cabeça de um patriotário que vota hoje no candidato que uma vez eleito irá amanhã, quando tiver poder, pisotear no destino deste patriotário. Dificil explicar essa fé cega, essa faca amolada sempre a ameaçar a esquerda em nossa sociedade. Alguém me diz que tem tudo a ver com uma competente manipulação da fé dessas pessoas nos designios do Deus Jeová, mas as evidencias não são tão óbvias assim. Há patriotários apegados às mais diversas crenças religiosas.

O fato é que a bosta do governo de Mauro Mendes está exposta nas redes para quem quiser saber dela. O assunto não é amplamente debatido na mídia regional porque a mídia regional recebe farta grana das instituições públicas para justamente evitar aprofundar a reflexão sobre as práticas das instituições públicas. Ou seja, nossa imprensa também é uma merda.

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O advogado e ex-governador Zé Pedro Taques entrou em cena para reforçar a desqualificação do governador Mauro Mendes, e ecoar a avaliação do Eduardo Bolsonaro de que o governador de Mato Grosso é, na verdade, o Mauro Mendes Bosta, o Mauro Mendes Merda.

Cabe o gracejo: nunca a política em Mato Grosso fedeu tanto. Mas o que temos de fato é uma mera constatação, diante de nossos olfatos já tão comprometidos. Sempre estivemos no esgoto da política. As elites trabalhando para continuarem como elites mandantes e acumuladoras de riquezas, enquanto o zé povinho rala e se ferra, mergulhado na merda de uma vida de sacrificios que nunca lhe oferta um momento efetivo de repouso.

Zé Pedro xinga Mauro Mendes mas até agora não xingou publicamente o atual ministro e senador licenciado Carlos Favaro, que tem atuado fortemente nos bastidores da política para tentar impedir que Taques assuma o controle do PSB em Mato Grosso e possa, assim, se qualificar para a disputa por uma vaga no Senado em 2026. Disputar o Senado é o sonho de uma noite de verão de Taques, pois quando esteve lá conseguiu avaliação positiva, ao contrário do tempo em que governou Mato Grosso ao lado do primo Paulo Taques.

Fávaro, pelo que faz crer, teria medo de disputar esta vaga com Zé Pedro e acabar perdendo para aquele ex-governador de quem foi vice e com quem rompeu, no passado, de forma tão pornográfica. Fávaro, estranhamente abençoado por Lula, surge então como mais um cacique a tentar reinar sobre o poder político na terra de Rondon e impor os interesses do Agro.

A luta de Zé Pedro para ter uma segunda chance diante do eleitorado cuiabano e mato-grossense merece ter um acompanhamento mais atento do povo de nosso Estado. Mas as coisas que acontecem nos bastidores não são expostas para o grande público. A surda disputa entre Fávaro e Zé Pedro ainda não ganhou as manchetes porque tudo se passa no silencio das conversas palacianas, em Brasília, e se Taques conseguir convencer o atual presidente nacional do PSB, o prefeito João Campos, de Recife, da importância dele revigorar a legenda em Mato Grosso, pode ser que, no final das contas, Zé Pedro e Fávaro tenham que, finalmente, se alinhar para a disputa contra o grupo de Mauro Mendes, Pivetta e bolsonaristas na rinha eleitoral de 2026. Quer dizer, as guerras dessa pré-campanha, já sinalizam para guerras futuras dentro dos blocos políticos que vão se formando para gerir a crise mato-grossense pela qual esses blocos políticos tem grande responsabilidade. Deu pra entender? Não sei se o eleitorado tem a paciência necessária. O eleitorado, afinal, existe para ser explorado não para pensar, segundo o conceito das elites. Povo é só uma abstração, por mais que a Carta Magna diga que “todo poder emana do povo”.

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Max Russi, por seu turno, se prepara para pular do esquerdista PSB para o direitista Podemos – e tudo parece tão natural, como se fosse natural essa salada ideológica envenenada pelo oportunismo que é sempre servida aos cidadãos eleitores e contribuintes de Mato Grosso. Politicos tradicionais, afinal de contas, também se comportam como travestis.

Viver é perigoso, sugeria Guimarães Rosa, através do seu personagem Riobaldo, em “Grandes Sertões Vereda”. Viver, em Mato Grosso, como se vê, é conviver cotidianamente com o esgoto da política. Nesse trajeto aparentemente infindável pelo esgoto, no final das contas, como ficamos nós? Eduardo Bolsonaro é um merda. Mauro Mendes é um bosta. E nós, aonde vamos? Em 2026, só nos será dada a chance de escolher entre candidatos pornográficos? Os ruins e os menos piores?

A direita e a extrema direita controlam as disputas políticas e eleitorais em Mato Grosso e vão nos arrastando para uma manifestação, nas urnas, que pode se confundir com um vômito. A esquerda se deixou enfeitiçar pela grana do Agro. Não temos opção, de fato, se os subalternizados, os debaixo, os fudidos, não conseguirem fazer valer seus interesses nesse campo minado da política.

Para escapar desta armadilha, fugir dos impropérios vazios e buscar uma saída que valha a pena teríamos que tentar nos transformarmos no super homem de Nietzsche. O super-homem como imaginou Nietzsche (Übermensch) é um ideal filosófico de indivíduo que supera os limites humanos e a moralidade convencional, criando seus próprios valores e vivendo autenticamente. Ele não é uma figura de poder físico como o herói dos quadrinhos, mas, sim, aquele que vence o niilismo e a decadência, abraçando a vida com coragem e vontade de criar seu próprio destino.

Essa tarefa não é fácil, mas já teremos conseguido alguma coisa se, pelo menos, não nos deixarmos envolver pela lógica dessas abomináveis lideranças políticas que temos hoje em Mato Grosso, a turma da bosta e a turma da merda que se agridem mutuamente, atualmente, nas manchetes.

ENOCK CAVALCANTI, 72, é jornalista e editor do blogue PAGINA DO ENOCK, que se edita a partir de Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 2009.

 

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