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CAPITALISMO SELVAGEM: Ministro Alberto Bresciani cita o filósofo Karl Marx e a encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão 13, em voto, acolhido pela 3ª Turma do TST, e que obriga a Transportadora Transilva Transporte e Logística a pagar indenização ao motorista carreteiro Phedinane de Souza Coelho, que a empresa teria explorado em seu trabalho. LEIA O ACORDÃO

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Ministro Alberto Brescian garante indenização a motorista obrigado a trabalhar 16 horas corridas by Enock Cavalcanti


 O ministro Alberto Bresciani, do Tribunal Superior do Trabalho, entende que as jornadas de trabalho ilimitadas atentam contra a própria humanidade dos trabalhadores - e por isso puniu a Transportadora Transilva Transporte e Logística a pagar indenização a motorista carreteiro


O ministro Alberto Bresciani, do Tribunal Superior do Trabalho, entende que as jornadas de trabalho ilimitadas atentam contra a própria humanidade dos trabalhadores – e por isso puniu a Transportadora Transilva Transporte e Logística a pagar indenização a motorista carreteiro

Ministro do TST cita Karl Marx e encíclica de Papa em decisão judicial

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Bresciani é quem relatou ação de motorista que trabalhou mais de 16h seguidas para transportadora. Foto: Divulgação

ARTHUR GANDINI, do SG
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que um motorista carreteiro receba indenização de R$ 5 mil de uma empresa, conforme publicado no site do tribunal nesta terça-feira (16).
O motivo é que, simplesmente, o funcionário teria chegado a trabalhar mais de 16 horas seguidas.
Trabalhava das 6h às 22h, no mínimo, para a transportadora Transilva Transportes e Logística.
O caso lembra aqueles trabalhadores da Inglaterra do século XIX, durante a Revolução Industrial, que trabalhavam nas fábricas no período chamado de “capitalismo selvagem”, sem lei trabalhista alguma.
O ministro relator, Alberto Bresciani, concorda comigo. Ele decidiu argumentar sua decisão de um jeito bem incomum, citando Karl Marx e encíclica papal de 1891.
Confira o trecho do processo, na pg. 6:
“A limitação da jornada de trabalho constituiu uma das mais relevantes bandeiras (senão a mais importante delas) que levaram ao surgimento do Direito do Trabalho como ramo jurídico autônomo durante o século XIX. Verificou-se que a ausência de limites temporais para a realização do trabalho subordinado reduzia a pessoa do trabalhador “livre” a um ser meramente econômico, alienado das relações familiares e sociais. 


Foi assim que, no auge da revolução industrial, tanto o movimento sindical (ainda insipiente) como diversos e variados setores da sociedade civil (cite-se como exemplo o envolvimento da Igreja evidenciado pela edição da encíclica papal “Rerum Novarum” e do movimento comunista, representado pela divulgação do Manifesto Comunista de Marx e Engels) empreenderam severas críticas à exploração do trabalhador, acobertada pelo caráter ultra-liberalista do Estado do século XIX. Era necessário restringir a absoluta liberdade entre as relações privadas empregado/empregador com objetivo de inserir nas relações empregatícias um conteúdo moral e civilizatório. 

A partir de então, paulatinamente e em razão da pressão da própria sociedade, o Estado moderno passou a legislar acerca da duração do trabalho, com objetivo de humaniza-lo. De fato, as jornadas de trabalho praticamente ilimitadas atentavam contra a própria humanidade dos trabalhadores.”
Leia no destaque a íntegra da decisão.
_________________________________________________________________________________

Sobre o autor
Arthur Gandini cursa o último semestre do curso de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo.
Criou o site em 2010, ainda no formato de blog, com o objetivo de se comunicar pela escrita. A faculdade e a experiência profissional transformaram a página em um espaço jornalístico multimídia, de treinamento em conteúdo de comunicação e também de portfólio.
É paulistano, palmeirense, sonhador e tem 22 anos.

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Alexandre de Moraes diz que soberania brasileira está sob ataque

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira (19) que a soberania brasileira está sob um ataque promovido de forma articulada entre mercantilistas estrangeiros ligados às redes sociais e políticos brasileiros extremistas. Alvo de uma série de acusações do empresário norte-americano Elon Musk, proprietário da rede social X, o ministro disse que a Justiça brasileira não irá se abalar.

“A Justiça Eleitoral continuará a defender a vontade do eleitor contra a manipulação no poder econômico nas redes sociais, algumas das quais só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade. O Poder Judiciário está acostumado a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia e políticos extremistas e antidemocráticos, que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento do Brasil”, afirmou Moraes, sem citar nomes.

As declarações foram dadas durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Museu da Democracia. Resultado de um acordo entre o TSE e a Prefeitura do Rio de Janeiro, a sede do espaço será no prédio do Centro Cultural da Justiça Eleitoral (CCJE), no centro da cidade. O edifício ainda passará por intervenções e não há data estipulada para a inauguração.

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“Democracia não combina com abuso de poder político e de poder econômico. E nós também vamos contar aqui no Museu da Democracia o combate histórico da Justiça Eleitoral contra o abuso do poder político e do poder econômico que reiteradas vezes vieram ameaçar a democracia brasileira”, disse Moraes.

Elon Musk, que nos últimos meses tem realizado encontros com lideranças da extrema-direita internacional e se alinhado no Brasil a teses propagadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, vem afirmando que o ministro age de forma autoritária ao ordenar a censura de diversos perfis. Ele chegou a ameaçar uma desobediência de decisões judiciais.

Além das acusações de Musk, Moraes também se tornou alvo nos últimos dias de um relatório do Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, produzido por influência de congressistas do Partido Republicano próximos do ex-presidente americano Donald Trump. O documento, intitulado O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil, sugere que houve censura com a suspensão de quase 150 contas na rede social X. A circulação do relatório pela internet foi impulsionada por perfis de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Em seu discurso, Moraes não fez comentários específicos sobre essas alegações. Ele elogiou a definição de democracia citada em vídeo institucional produzido pela Prefeitura do Rio de Janeiro e veiculado na cerimônia. “Democracia é liberdade com responsabilidade. Todo mundo tem que conhecer e respeitar as regras. Pode discordar, pode divergir, mas não pode descumprir, não pode afrontar”, diz um trecho do vídeo.

Fonte: Justiça

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