Alguma coisa está fora da ordem
MATO GROSSO: Aprá denuncia “salário secreto” de R$ 150 mil para Mauro Mendes; assessoria de Mauro desmente
Alguma coisa está fora da ordem


Mauro e Aprá
Pelo que se vê o confronto entre o gabinete do governador de Mato Grosso, o empresário Mauro Mendes, e o jornalista Alexandre Aprá, editor do site Issoé Notícia, continua. O novo capítulo desta quarta-feira, 8 de janeiro de 2020, abrindo as funções neste ano novo, é a denúncia divulgada pelo Aprá, de que Mauro estaria sendo beneficiado por uma “conta secreta” do Governo do Estado, que lhe garantiria nada menos que um salário extra de extravagantes 150 mil reais por mês, para que ele possa gastar ao seu bel prazer – e sem qualquer tipo de fiscalização. Além destes 150 mil, o governador ainda recebe um holerite de 20,7 mil mensais.
Este blogueiro entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado e a informação oficial é que não haverá informação oficial, pelo menos por enquanto, com relação a este tal “salário secreto” do governador.
Pelo telefone, o que foi sugerido é que a bomba, bomba, bomba do Aprá seria um traque, pois todas as informações que ele divulga no Issoé Notícia teriam sido colhidas no Sistema Siplan, que sistematiza e divulga todos os gastos da administração estadual e não se trataria, portanto, de nenhuma verba secreta.
E informou mais a Secom, através do jornalista Lucas Rodrigues: esses recursos representariam uma reserva financeira que fica à disposição do gabinete do governador para cobrir gastos extraordinários e fora de previsão. Como os gastos com a recepção a um embaixador de nação estrangeira que, de repente, resolve visitar o Mato Grosso e o Palácio Paiaguás e deve ser recebido com toda a pompa e circunstância que um visitante deste tipo, exemplificou o Lucas.
O governador Mauro Mendes, portanto, segundo a sua assessoria, não estaria botando essa dinheirama do bolso e gastando a grana com seu conforto e suas gulodices, como o Issoé Notícia deixa no ar.
Aguardemos pelos próximos capítulos desta história.
Aprá e MM, uma relação de confronto
Quem acompanha o noticiário, em Mato Grosso, já sabe que o jornalista Alexandre Aprá tem sido responsável pela revelação de diversos desajustes na atuação do governador e empresário Mauro Mendes, ao longo de sua carreira, como no rumoroso caso do apartamento que ele adquiriu em leilão do Tribunal Regional do Trabalho e acabou repassando para a juiza Carla Reita, esposa do seu sócio, o também empresário Paschoal Santullo Neto – aquisição que acabou lhe rendendo diversas demandas no âmbito da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal. O caso, tratado com discrição pela maioria dos veículos de informação de Mato Grosso, traduziu um dos muitos furos de reportagem de Aprá que, processado pelo atual governador, vem tendo exitos seguidos na Justiça.
Como resultado dessa cobertura, Aprá entrou para o index do atual Governo do Estado e seu site é alvo de censura econômica por parte da atual administração, conforme registramos aqui nesta PÁGINA DO E.
CONFIRA NESTE LINK O QUE ALEXANDRE APRÁ DIVULGOU SOBRE O SALÁRIO SECRETO DE MAURO MENDES: https://issoenoticia.com.br/politica-mt/governador-de-mt-recebe-ajuda-de-custo-secreta-de-r-150-mil-por-mes/27949


Alguma coisa está fora da ordem
LÚDIO CABRAL: 5 mil vidas perdidas para a covid em Mato Grosso

CINCO MIL VIDAS
Lúdio Cabral*
Cinco mil vidas perdidas. Esse é o triste número que Mato Grosso alcança hoje, dia 26 de janeiro de 2021, em decorrência da pandemia da covid-19.
Cada um de nós, mato-grossenses, convivemos com a dor pela perda de alguém para essa doença. Todos nós perdemos pessoas conhecidas, amigos ou alguém da nossa família.
A pandemia em Mato Grosso foi mais dolorosa que na maioria dos estados brasileiros e o fato de termos uma população pequena dificulta enxergarmos com clareza a gravidade do que enfrentamos até aqui.
A taxa de mortalidade por covid-19 na população mato-grossense, de 141,6 mortes por 100 mil habitantes, é a 4ª maior entre os estados brasileiros, inferior apenas aos estados do Amazonas (171,9), Rio de Janeiro (166,2) e ao Distrito Federal (147,0). O número de mortes em Mato Grosso foi, proporcionalmente, quase 40% superior ao número de mortes em todo o Brasil. Significa dizer que se o Brasil apresentasse a taxa de mortalidade observada em Mato Grosso, alcançaríamos hoje a marca de 300.000 vidas perdidas para a covid-19 no país.
Lembram do discurso que ouvimos muito no início da pandemia? De que Mato Grosso tinha uma população pequena, uma densidade populacional baixa, era abençoado pelo clima quente e que, por isso, teríamos poucos casos de covid-19 entre nós?
Lembram do posicionamento oficial do governador de Mato Grosso no início da pandemia, de que o nosso estado não teria mais do que 4.000 pessoas infectadas pelo novo coronavírus?
Infelizmente, a realidade desmentiu o negacionismo oficial e oficioso em nosso estado. Não sem muita dor. O sistema estadual de saúde não foi preparado de forma adequada. Os governos negligenciaram a necessidade de isolamento social rigoroso em momentos cruciais e acabaram transmitindo uma mensagem irresponsável à população. O resultado disso tudo foram vidas perdidas.
Ao mesmo tempo, o Mato Grosso do sistema de saúde mal preparado para enfrentar a pandemia foi o estado campeão nacional em crescimento econômico no ano de 2020. Isso às custas de um modelo de desenvolvimento que concentra renda e riqueza, de um sistema tributário injusto que contribui ainda mais com essa concentração, e de um formato de gestão que nega recursos às políticas públicas, em especial ao SUS estadual, já que estamos falando em pandemia.
Dolorosa ironia do destino, um dos municípios símbolo desse modelo de desenvolvimento, Sinop, experimentou mortalidade de até 100% entre os pacientes internados em leitos públicos de UTI para adultos em seu hospital regional.
Nada acontece por acaso. Os números da covid-19 em Mato Grosso não são produto do acaso ou de mera fatalidade. Os números da covid-19 em Mato Grosso são produto de decisões governamentais, de escolhas políticas determinadas por interesses econômicos, não apenas agora na pandemia, mas por anos antes dela. E devemos ter consciência disso, do contrário, a história pode se repetir novamente como tragédia.
Temos que ter consciência dessas injustiças estruturais para que possamos lutar e acabar com elas. A dor que sofremos pelas pessoas que perdemos para a pandemia tem que nos mobilizar para essa luta.
Lutar por um modelo de desenvolvimento econômico que produza e distribua riqueza e renda com justiça, que coloque pão na mesa de todo o nosso povo e que proteja a nossa biodiversidade. Lutar por um sistema tributário que não sacrifique os pequenos para manter os privilégios dos muito ricos. Lutar por políticas e serviços públicos de qualidade para todos os mato-grossenses. Lutar pelo SUS, por um sistema público de saúde fortalecido e capaz de cuidar bem de toda a nossa população.
São essas algumas das lições que precisamos aprender e apreender depois de tantos meses de sofrimento e dor, até porque a tempestade ainda vai levar tempo para passar.
*Lúdio Cabral é médico sanitarista e deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso.
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