Para economista, país mostra crescimento mais ‘qualificado’, com base em investimentos, e deve se manter nessa trajetória

São Paulo – Ao se basear no investimento, que cresceu mais do que o consumo, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, duas vezes maior que o do ano anterior, aponta recuperação do nível de atividade de forma mais “qualificada”, diz o economista Marcio Pochmann. “Estamos em rota de ascensão gradual. E o Brasil está se reposicionando no mundo”, afirma o presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Esse PIB dá resposta a várias questões.”
Uma delas, por exemplo: a recuperação brasileira não podia se dar apenas pelo consumo, que segue sendo um fator importante. Mas há um novo contexto mundial, em que a economia não vem sendo mais puxada pelos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mas se encontra em um momento de “saída da crise” conduzido, principalmente, pelos Estados Unidos. E o Brasil cresceu nos últimos anos via consumo e exportações de commodities.
Além da necessidade de continuar buscando distribuição de renda, Pochmann identifica um novo padrão, que exige investimentos em infraestrutura. E, nesse sentido, avalia o resultado do PIB como “bastante animador”, pelo crescimento nesse item. Os investimentos recuaram de 2010 para 2011, chegaram a ser negativos em 2012 e voltaram a subir no ano passado. Foi uma fase difícil de transição, acredita Pochmann, com decisões envolvendo o governo e o setor privado, em setores como estradas, aeroportos, portos, hidrelétrica e petróleo. “E a recuperação do investimento se dá em um período em que a taxa de juros estava subindo, o que é difícil de acontecer”, observa.
O reflexo desses acordos entre o poder público e o setor privado deve ser visto pelos próximos três anos. “São investimentos de longa maturação.” E também abre perspectivas melhores para o comércio internacional.
O economista também ressalta que essa transição acontece sem prejuízo aos mais pobres e aos trabalhadores. “O país continua combatendo a desigualdade.” Em outros países, como na Europa, o ajuste teve alto custo social.
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Entre países que já divulgaram PIB de 2013, Brasil só fica atrás de China e Coreia
São Paulo – De uma lista selecionada pelo IBGE de 13 países que já divulgaram os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, além da zona do euro, o Brasil perde apenas para a China e a Coreia do Sul. Mas se mostra abaixo da projeção de 3% para a média mundial, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O PIB brasileiro cresceu 2,3% em 2013, resultado melhor do que o ano anterior (1%) e abaixo de 2011 (2,7%). No ano passado, a economia chinesa, sempre um caso à parte, teve expansão de 7,7%, enquanto a sul-coreana subiu 2,8%.
O resultado deixa o Brasil acima de economias desenvolvidas como Estados Unidos (1,9%), Alemanha (0,4%), França (0,3%), Japão (1,6%) e Reino Unido (1,9%). Entre os parceiros dos Brics, o país também supera a África do Sul (1,9%). O IBGE informa que Rússia e Índia ainda não divulgaram os seus resultados.
Outros resultados mostram queda de 1,2% na Espanha, de 1,9% na Itália e de 0,4% na zona do euro. Na América Latina, a economia cresceu 1,1%.
FONTE REDE BRASIL ATUAL
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