Dinheiro na mão é vendaval
Vale-diesel não cobre metade do combustível gasto por caminhoneiros
Dinheiro na mão é vendaval


A disparada do preço do diesel levou o governo a debater junto ao Congresso uma espécie de auxílio para os caminhoneiros autônomos, chamado até de ‘Pix Caminhoneiro’ – cujo valor pode ser de R$ 1.000 mensais. A assistência, porém, na visão de parte dos caminhoneiros, mal é capaz de proporcionar alívio para a categoria.
Um auxílio de R$ 1 mil, valor mais elevado já proposto pelos parlamentares, não chega nem a metade do total gasto por um caminhoneiro para abastecer o veículo com diesel.
Pelos cálculos do presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, um caminhão gastaria R$ 5.520 para encher o tanque de 600 litros ao abastecer em São Paulo pelo preço de R$ 8,70, valor encontrado em postos na última semana.
Pela média da ANP da semana passada (R$ 6,90), o gasto seria de R$ 4.140 – valor bem superior ao contemplado pelo suposto auxílio.
“Para a categoria do transporte rodoviário isso [esse auxílio] não resolve. A gente não está querendo nenhum tipo de auxílio. Queremos que o governo faça o papel dele e retire o Preço de Paridade de Importação (PPI), e que ele possa usar esse recurso para outras categorias como é o caso de transporte escolar, dos motoristas de aplicativo e dos motofrentistas, que rodam no urbano e essa medida resolve. Um caminhão faz dois quilômetros por litro”, disse Chorão.
O diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), o caminhoneiro autônomo, Carlos Alberto Litti Dahmer, também critica a medida proposta pelo governo. Em vídeo à imprensa, ele afirmou na última quarta-feira que o vale combustível “é um desaforo” e que o presidente Jair Bolsonaro deveria ter coragem para “pegar a sua caneca BIC e assinar o fim do PPI”.
“Isso vale para o “desabono” dos R$ 1 mil também”, afirmou.
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Nas redes sociais, trabalhadores relatam que está cada vez mais difícil transportar mercadorias pelas rodovias. Em alguns casos, o custo com o diesel já se equipara ao valor total recebido pelo frete, sem contar os custos com pedágio.
No Facebook, um caminhoneiro autônomo se queixa do alto custo para realizar as viagens.
“Eu carrego um frete de R$ 4.600 reais com 24 toneladas. E desses R$ 4.600, R$ 500 vão para pedágio, R$ 3.300 vai para óleo diesel. Sobra R$ 800. Você sai com uma carreta lá do Espírito Santo, vem parar em São Paulo para te sobrar R$ 800. Você tem uma ideia de que não compensa mais trabalhar com caminhão. Isso porque ainda não tirei minha despesa de alimentação”, lamenta.
Em uma publicação no TikTok, um caminhoneiro que afirma ser de Barreiras, município do interior da Bahia, se mostra indignado com o valor apresentado na bomba ao abastecer o automóvel.
“O frete foi R$ 11 mil e eu ainda vou ter que fazer mais um abastecimento pra chegar no Mato Grosso Tem condições isso? Não tem. Os caminhões vão parar. Pane seca nas rodovias. Isso aqui é na Bahia, em Barreiras, viu? R$ 8 o litro”, diz o caminhoneiro, ao exibir um contador atingindo em torno de R$ 5.500 no total a pagar por cerca de 664 litros de diesel.


Dinheiro na mão é vendaval
ANP muda regra de estoque de combustíveis para evitar falta de diesel


A Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai propor uma mudança na regulação para aumentar a segurança de abastecimento em meio aos riscos de falta de diesel no Brasil ao longo do segundo semestre deste ano. A decisão ocorreu na tarde desta quinta-feira em reunião da diretoria do órgão regulador.
Pela proposta, a agência quer manter o nível de estoques de diesel S10 em 1.650 metros cúbicos, volume determinado com base na média de maio deste ano. Para alcançar isso, as empresas terão de fazer nove dias de estoques por semana. Até então, a exigência era de três a cinco dias, a depender da região do país.
Hoje, as grandes companhias distribuidoras do país, como a Vibra e Ipiranga, já têm essa média de estoque, de cerca de 9 dias, segundo fontes. Para fontes do setor, a iniciativa é tímida, pois é o volume que já está ocorrendo na prática. Enquanto isso, segundo uma fonte, o setor de abastecimento está em “alerta”.
Segundo a ANP, vão precisar seguir essa nova regra produtores e distribuidores que tenham um market share acima de 8% com base nas informações relativas ao ano passado. Porém, segundo Valéria Amoroso Lima, diretora executiva de downstream do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), a medida pode elevar os custos e onerar ainda mais os consumidores.
Pela regra, essa exigência será temporária, valendo apenas entre setembro e novembro.
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Estoques chegam a 45 dias
Segundo estimativa da ANP, a demanda total de diesel para o segundo semestre é de 104,7 mil metros cúbicos por dia. Desse total, a importação mínima deve ser de 35% (37 mil metros cúbicos por dia) para poder atender ao consumo, já que a produção nacional será de 67,7 mil metros cúbicos por dia.
Segundo a ANP, se todas as importações forem suspensas, os estoques para suprir o déficit da demanda chegam a 45 dias.
A nova regulamentação precisa passar ainda por consulta e audiência públicas. Entre os novos pedidos, a ANP quer ainda ampliar as informações recebidas.
Desde março, quando declarou “sobreaviso” de abastecimento, a ANP vem acompanhando os estoques. O volume chegou ao máximo de 1.718 metros cúbicos no fim de maio. Na última semana de junho, os estoques estão em 1.523 metros cúbicos, o equivalente ao mês de abril.
Fonte: IG ECONOMIA
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