Membros no Ministério Público de Mato Grosso investigando membro do próprio Ministério Público de Mato Grosso, sem que o promotor investigado soubesse. Essa parece ser mais uma trapalhada do MP-MT, de acordo com as revelações do repórter Alexandre Aprá, publicadas nesta terça-feira no seu blogue Issoé Notícia. De acordo com o que apurou Aprá, o Gaeco-MT teria feito campana sobre o promotor Vinicius Gahyva e sua então namorada, a deputada Janaina Riva, sem que Gahyva soubesse, em meio ao esforço para tentar legitimar atentado fake contra a então juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá e atual senadora cassada pelo TRE-MT, Selma Arruda. Curiosamente, as revelações de Aprá vem à tona no mesmo período em que a senadora cassada ganha as manchetes defendendo o Gaeco de suspeitas levantadas contra o grupo pelos PMs que confessaram participação na Grampolândia Pantaneira. Em sua manifestação, a senadora cassada investiu contra a Ordem dos Advogados do Brasil e o Judiciário de Mato Grosso, provocando revolta. Leia abaixo a íntegra das revelações de Alexandre Aprá. (EC)

Vinícus Gahyva e Marco Aurélio Castro, promotores
EXCLUSIVO
Gaeco investigou encontro de promotor com ‘mandante’ de falso atentado contra ex-juíza

O promotor Vinicius Gahyva apareceu em investigação conduzida pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso, órgão ligado ao Ministério Público Estadual (MPE), no procedimento sigiloso instaurado para apurar uma suposto conluio que visaria atentar contra a vida da ex-juíza Selma Arruda, hoje senadora pelo PSL-MT.
Um encontro do membro do MP com um empresário ex-investigado como mandante foi registrado em um relatório de inteligência do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) Nº 008/2015/Gaeco-MT, ao qual o blog teve acesso com exclusividade. O caso que tramitou sob segredo de Justiça foi arquivado por falta de provas e nenhuma denúncia foi feita contra os investigados.
Em depoimento à Justiça de Cuiabá, no mês passado, o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, apontado como operador do esquema de escutas ilegais por meio de ‘barriga de aluguel’ conhecido como “grampolândia pantaneira”, confirmou que o inquérito foi aberto com base em comunicação falsa, com o objetivo de espionar inimigos políticos do ex-governador Pedro Taques (PSDB).
Gahyva atualmente está atuando como representante do MP no inquérito aberto para apurar a participação dos policiais militares no esquema dos grampos ilegais.
Segundo Gerson, a falsa ameaça à Selma foi “combinada” entre ela e o promotor de Justiça, Marco Aurélio de Castro, do Gaeco-MT, com o objetivo de bisbilhotar o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-deputado José Riva, e empresários ligados aos políticos. Até o atual governador Mauro Mendes (DEM) é citado na investigação.

Gaeco registrou encontro de promotor com investigado em suposto atentado contra ex-juíza Selma Arruda
Encontro entre promotor e “investigado”
No PIC, os agentes do Gaeco fotografaram, em um relatório técnico, um encontro entre o promotor Vinicius Gahyva e o empresário Reginaldo Luiz de Almeida Ferreira, conhecido como “Rico Abdalla”, apontado como um dos supostos articuladores do atentado.
À época, Gahyva era namorado da deputada estadual Janaina Riva, filha de José Riva, também apontado como investigado no procedimento.
Com fotos, o Gaeco narrou que o promotor se encontrou com Rico Abdalla no dia 13 de fevereiro de 2016 em um restaurante de Cuiabá. Eles teriam conversado das 14h até às 17h deste dia.
Em outra foto, uma terceira pessoa aparece nas imagens e é identificada pelo Gaeco como “mulher não identificada”. A foto não é totalmente clara, mas, aparentemente trata-se da deputada Janaina Riva.
O relatório do Gaeco aponta apenas Rico Abdalla como investigado. O documento foi assinado pelos agentes Roberval Alves de Souza e Jorge Roberto e Silva. Um dia depois, o promotor Marco Aurélio determinou a produção de um relatório final de inteligência.
Na época dos fatos apurados, Gahyva mantinha relação amorosa com a deputada Janaina Riva
Outro lado
O promotor de Justiça Vinícius Gahyva afirmou que ficou surpreso com o fato noticiado e que solicitará ao procurador-geral de Justiça que seja averiguada a veracidade do suposto relatório de inteligência e que, se comprovada, a razão de seu nome constar em uma investigação cujo objeto de apuração não guarda qualquer pertinência com a sua pessoa.
Acrescentou, ainda, que de acordo com a foto publicada na matéria, se encontrava em local público e na presença e companhia de várias pessoas.
Confira os trechos do procedimento onde o Gaeco cita o promotor Vinicius Gahyva:



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