
Gibran
Presentes na caminhada
Por Gibran Lachowski
É preciso fazer Memória para irmos construindo a nossa História.
Por isso é comum nos movimentos sociais e na igreja-pé-no-chão entoarmos o nome de alguém que já morreu por causas de justiça, posto que, para nós, segue vivo o seu exemplo, nos animando a continuar a caminhada.
Foi assassinado Chico Mendes por defender a natureza e os povos da floresta: “Chico Mendes, presente na caminhada!”. Mataram Simão Bororo em Mato Grosso por defender a causa indígena: “Simão Bororo, presente na caminhada!”. Tereza de Benguela, Zumbi dos Palmares, Dorcelina Folador, Margarida Alves, Dorothy Stang, Che Guevara, Martin Luther King, Malcon X e tant@s outr@s, “presentes na caminhada!”.
Também fazemos memória de quem não foi assassinado (ainda bem) e teve importante papel na luta por igualdade, democracia e vida digna para quem mais sofre. “Paulo Freire e sua pedagogia popular, presentes na caminhada!”. “Beth Carvalho e seu samba alegre e crítico, presentes na caminhada!”. “Padre José Ten Cate e seu compromisso com @s marginalizad@s em Cuiabá, presentes na caminhada!”.
São presentes também por se colocarem como oferendas nas sendas da vida.
E são tantas mulheres e tantos homens que se fazem hoje, no dia a dia, indispensáveis à sociedade. E o fazem nos campos da cultura popular, da economia solidária, da reforma agrária, da geração de emprego e renda, do resgate de trabalhadoras e trabalhadores escravos, do equilíbrio humano com Pacha Mama, da negritude, do feminismo, das lutas LGBT, da criança e do adolescente…
São sementes na caminhada.
Gibran Lachowski, jornalista e professor universitário em Mato Grosso
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